sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Convento da Arrábida
  
 Jumento do dia
    
Aguiar-Branco, o senhor Ministro

Esxta espécie de senhor ministro que Passos Coelho decidiu servir aos generais entrou agora em conflito com um deles, Garcia Leandro lembrou-se de uma conversa incómoda para o agora ministro e este reage intempestivamente com um comunicado onde diz que tudo é mentira. Agora cabe aos portugueses decidir sobre quem está a mentir se um general apegado aos valores da honra típicos dos militares ou se um dos mais fracos políticos portugueses. Face aos factos e nada se podendo provar resta-nos seguir a metodologia judicial dos nossos tribunais e presumir a culpa de um deles. Adivinhem quem na opinião deste humilde Jumento é o mentiroso.

Ultrapassado este primeiro problema da mentira importa agora analisar o alcance do incidente, o facto de um general dizer uma coisa destes do ministro da Defesa revela também a alta consideração em que o ministro está junto do meio castrense, o que se compreende, Aguiar-Branco não se tem sabuido comportar e com grande frequência transforma com os seus discursos imbecis as cerimónias castrenses em comícios do PSD, como se as forças armadas fossem uma tropa privada do seu partido.

«Em resposta, ao general Garcia Leandro, que aos microfones da Antena1 disse que Aguiar-Branco lhe confidenciou em 2011, “’não fazer a mínima ideia’” da pasta que ia tutelar, o ministro da Defesa ironiza, garantindo que o antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade e Terrorismo “não é seu assessor, amigo pessoal ou confidente”. O governante esclarece também que “não é ministro com a tutela das preferências pessoais do senhor tenente-general Garcia Leandro”.

O antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade e Terrorismo (OSCT), o general Garcia Leandro, revelou aos microfones da Antena1 que, “no dia 28 de outubro de 2011”, o ministro da Defesa, Aguiar-Branco, lhe confessou “’não fazer a mínima ideia’” da pasta que ia tutelar o que, vincou à data, até era “’muito bom porque não percebendo nada’” tinha “’mais capacidade para fazer reformas’”.

Em resposta, através de comunicado enviado às redações, o gabinete do ministro Aguiar-Branco vêm esclarecer que “teve o prazer (…) uma única vez, o da companhia do general Garcia Leandro, “ao longo do mandato” e, acrescenta, que “em momento algum foi proferida a frase que bombasticamente lhe é imputada ou as restantes considerações relatadas”.» [Notícias ao Minuto]
 
 Pergunta ao ministro Lambretas

No caso de um patrão tarado sexual que se atire às empregadas, um caso que como sabe é muito raro em Portugal, quais são as habilitações ou o desempenho considerado no momento do despedimento?
 
      
 Uma tragédia em três atos
   
«Os resultados desta estratégia são, infelizmente, bem conhecidos. Nenhuma das metas iniciais do memorando de entendimento foi cumprida, o défice continua elevado e não teve redução sustentável, a dívida disparou, a recessão foi muito mais profunda e o desemprego mantém-se em níveis socialmente insustentáveis.

«Portugal mais perto da saída à irlandesa». Era esta a manchete de anteontem do Negócios. Há quem queira ver nisto um «milagre económico português», mas provavelmente estamos perante o último ato da tragédia política, económica e financeira que se abateu sobre o país nos últimos anos.

O primeiro ato foi o pedido de resgate e a chegada da Troika. No contexto da crise global e sistémica que atingiu a Zona Euro, está hoje amplamente demonstrado que a Europa queria para Portugal uma solução diferente do resgate à Grega ou à Irlandesa. Essa solução diferente estava encontrada e negociada, e foi conscientemente rejeitada pelos partidos da maioria. A vinda da Troika foi pois uma opção clara e consciente de vastos sectores em Portugal, numa aliança explícita entre aqueles que procuravam chegar avidamente ao poder e os que, na direita liberal, viram a oportunidade de aplicar um programa político há muito ambicionado. Foi assim que Portugal entrou num processo profundamente doloroso a nível económico, social e político.

O segundo ato desta tragédia foi a forma escolhida para a execução do memorando de entendimento. Em vez de seguir uma estratégia prudente e flexível, assente na manutenção dos diferentes equilíbrios e numa atitude de negociação tensa e permanente com a Troika, o Governo optou por assumir como sua a leitura de que a "culpa da crise" estava nos países deficitários do Sul e no peso do Estado Social. O "front-loading" orçamental e a desvalorização salarial acelerada não resultaram sobretudo de uma imposição externa. Foram antes opções políticas conscientes de um projecto político e ideológico que tem no combate ao Estado e na desvalorização interna (e não no combate à crise) o seu elemento central. 

Os resultados desta estratégia são, infelizmente, bem conhecidos. Nenhuma das metas iniciais do memorando de entendimento foi cumprida, o défice continua elevado e não teve redução sustentável, a dívida disparou, a recessão foi muito mais profunda e o desemprego mantém-se em níveis socialmente insustentáveis. E mais importante, apesar de toda a retórica em torno das reformas estruturais, não assistimos a nada que possa indiciar uma qualquer melhoria da capacidade competitiva da economia portuguesa e da sua capacidade de crescimento. Pelo contrário, vários indicadores apontam para que estejamos pior ao nível do que são hoje modernos factores de competitividade (a imigração de quadros qualificados ou o investimento em ciência são dois exemplos apenas). Em síntese, a aplicação do programa constituiu para a direita liberal a oportunidade de concretizar um velho sonho, mas não permitiu ao país qualquer melhoria na sua capacidade de vencer a crise. 

Já com o fim (formal) do programa de ajustamento à vista entramos no terceiro ato desta tragédia. Nem o Governo português nem os governos europeus querem ouvir falar em mais resgates. Passos e Portas, motivados pela obtenção de ganhos políticos de curto prazo ("nós retiramos de cá a Troika e agora vamos melhorar"), contam com a cumplicidade pré-eleitoral da Europa para uma «saída limpa». Trata-se, na verdade, de uma saída sem rede, num momento em que o estado do país não se compadece com voluntarismos que podem ter efeitos irremediáveis. 

Na verdade, o peso da dívida pública no PIB que era de 70% em 2008 está hoje acima dos 125%. Na emissão de dívida desta semana (mais uma para preparar a «saída limpa») os juros superavam os 5%, mais do que aquele (já alto) que atualmente pagamos à Troika e muito mais alto do que as nossas condições realisticamente permitem sustentar. Ora, como nada nos permite antecipar níveis de crescimento económico (e de redução do défice) compatíveis com este nível de endividamento e de taxa de juro, é bem possível que nos estejam a empurrar para o abismo. E que estejam, ao mesmo tempo, a assegurar a entrada do país num período de "austeridade perpétua", agora sustentada pela necessidade de "não deixar a Troika regressar". De novo a aliança explícita entre os que procuram a todo o custo manter o poder e aqueles que o procuram para aplicação de um programa ideológico que não de superação da crise.

Vítor Gaspar admitiu recentemente que se apercebeu da «força e da relevância da política» após a reação que a demissão de Paulo Portas provocou nos mercados. A história já aconteceu antes e repete-se agora, a propósito da «saída à irlandesa». Estamos a falar «da força e da relevância da política», mas da política de «p» pequeno, i.e., da prevalência do interesse próprio dos actores políticos sobre o interesse do país. Pois este último impunha outras soluções.» [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
Fernando Medina.
   
   
 O merceeiro holandês irritou-se
   
«Alexandre Soares dos Santos fartou-se das críticas que têm vindo a ser dirigidas contra a Jerónimo Martins. Durante a inauguração do centro logístico de Algoz, conta o Diário Económico, o presidente da empresa disse: “Não andamos aqui a matar ninguém”.

“Estou farto de ouvir dizer mal desta máquina trituradora [Jerónimo Martins] que mata os fornecedores e que não paga aos fornecedores”, Alexandre Soares dos Santos defende que, na última década, a empresa investiu 1,5 mil milhões de euros em Portugal, dando origem a mais de 10 mil postos de trabalho.

“Deixem-nos trabalhar sem nos insultarem" porque "só prestamos um bom serviço", frisou o empresário que garantiu que a empresa não foge a impostos.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

O dinamizador do Tea Party à portuguesa ainda não percebeu que o seu problema é não perceber que não pode usar o dinheiro para condicionar a opinião pública e ao mesmo tempo conquistar simpatias. Também era bom que percebesse que deve muito do que é ao proteccionismo do mercado português.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor que seja mais recatado.»
  
 Press Cartoon Europe entregue a um tuga
   
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«O vencedor deste ano do Grande Prémio do Press Cartoon Europe é o cartoonista português Rodrigo de Matos, avança o semanário Expresso. Foi aliás nesta publicação que apresentou no passado mês de novembro, o trabalho agora premiado e que retrata um mendigo português a quem é servida uma refeição diferente: uma bola de futebol.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Ainda não nos tiraram o humor.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem.-se os parabéns.»
   
 Esta saída limpa é uma limpeza paga a 5% em juros
   
«O Diário Económico avança hoje que o Governo já disse à troika que pretende uma saída ‘limpa’ do programa de ajuda financeira. Isto é, uma saída semelhante à que a Irlanda fez, sem necessidade de um programa cautelar.

As emissões de dívida a cinco e a dez anos já permitiram à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) arrecadar 6,25 mil milhões de euros, um valor que começa a compor a ‘almofada financeira’ para 2015. Em declarações ao Diário Económico, o presidente do IGCP referiu mesmo que o dinheiro arrecadado com a emissão de dívida a 10 anos “já serve para 2015”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Ao que parece o cronómetro do CDS é o cronómetro do governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco, um defensor extemporâneao da saída suja, se o governo o consultou se se mandou a sua opinião à fava.»
   
   
 A hora dos candidatos
   
«Em entrevista ao jornal i, Regina Barros exalta os esforços feitos pelos portugueses e pelo atual Governo para a recuperação económica, apontando, mais uma vez, o dedo ao Partido Socialista. Para a eurodeputada, os sinais são positivos, mas o Executivo perdeu a “tolerância” do povo português que já não consegue “ouvir falar de cortes”.

A poucos meses das eleições europeias, a eurodeputada do PSD, Regina Bastos, salienta os esforços dos portugueses na saída da crise, mas não deixou de louvar os trabalhos do Governo nesse sentido. “Este Governo está a fazer uma coisa que é remediar os problemas que foram criados pela governação socialista”, disse a social-democrata em entrevista ao jornal i.

“O Governo tem tido uma tarefa difícil e muitas vezes mal compreendida”, destacou a eurodeputada que admitiu que “o esforço tem sido feito de forma talvez comprimida de mais”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Agora é a altura de os candidatos a lugares nas listas europeias aparecerem em autos de fé para que os líderes não se esqueçam deles.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à senhora por onde tem andado que quase não se deixa ver.»
   
 Haja vergonha na cara
   
«A presidente da Assembleia da República admitiu hoje ter sugerido aos grupos parlamentares que as comemorações do 25 de Abril no Parlamento recorressem ao mecenato com fundações de utilidade pública, mas a ideia foi abandonada.

"Um programa tem sempre custos, se é um programa com ambição os custos são mais elevado e eu confesso que num debate com os líderes parlamentares sugeri a hipótese de recurso ao mecenato", disse à Lusa Assunção Esteves.

O jornal Público avançou hoje que Assunção Esteves tinha proposto aos grupos parlamentares que o financiamento das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril passassem pelo mecenato, uma ideia que foi discutida e definitivamente abandonada numa reunião da presidente da Assembleia com os grupos parlamentares, que terminou cerca das 13h30.» [DE]
   
Parecer:

Era o que faltava ver um merceeiro holandês aparecer a presidir às celebrações do 25 de Abril depois de ter pago as despesas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à senhora do inconseguimento que se demita do cargo.»
   
 Estado gosta pouco de concursos
   
«A compra de bens e serviços por ajuste directo, feita por organismos do Estado, autarquias e empresas públicas, aumentou 10% no ano passado para mais de 1,9 mil milhões de euros. Já a despesa associada a concursos públicos reduziu-se em 4%, para 1,5 mil milhões de euros.

A preferência pelos ajustes directos - mais 177 milhões de euros em relação a 2012, destinados a aquisições de menor valor - é criticada pelas construtoras, que acusam o Governo de penalizar a sua actividade ao esmagar as suas margens de negócio e multiplicar procedimentos, segundo a edição de hoje do Diário de Notícias.» [DE]
   
Parecer:

Todos os ajustes directos deveriam ser devidamente publicitados para serem escrutinados pelos cidadãos e enviadas cópias dos processos para o ministério Público para eventuais averiguações. Desta forma estes ajustes manhosos seram reduzidos a uma insignificância.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a proposta.»
     

   
   
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