sexta-feira, outubro 03, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Pormenor do armamento do navio-escola Sagres
  
 Jumento do dia
    
Marinho e Pinto

O PCP e o BE já desempenhavam as funções de provedores da esquerda, cabendo-lhes a emissão de certificados de pureza de esquerda. Agora há um novo provedor na política portuguesa, um provedor da honestidade a quem cabe decidir quem é mais ou menos honesto, foi esse o papel que Marinho e Pinto deverá ter considerado ser o seu depois de Deus lhe ter aparecido á porta de um banco em Estrasburgo solicitando os seus serviços.

Marinho e Pinto quer tacho, tem uma ambição desmedida, nada sabe sobre o que propor a não ser na justiça, mas achas-e o político designado por Deus para limpar a política portuguesa.

«António Marinho e Pinto, eurodeputado eleito pelo Movimento Partido da Terra (MPT) e que vai lançar no domingo um novo partido, o Partido Democrático Republicano (PDR), acusa António Costa de ser “um eucalipto” pois “secou” toda a oposição que lhe aparece.

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados referia-se a Helena Roseta e José Sá Fernandes, que começaram por ser vereadores da oposição na Câmara de Lisboa, liderada por António Costa, e que acabaram por fazer acordo com o presidente.

Em entrevista à Antena 1, Marinho e Pinto defende que “o PCP tem que ir para o Governo, porque é muito cómodo esta situação”. E acusa ainda o PCP e o BE de se terem entendido com a direita para derrubar Sócrates e terem permitido “trazer para o poder a direita mais selvagem que houve em Portugal”.

Sobre António José Seguro, que perdeu as eleições primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro do PS para António Costa, Marinho diz que “dava mais garantias de honestidade política que os atuais dirigentes do PS, porque Costa vai ter de pagar um preço muito caro pelo Exército de clientes que tinha à sua volta”.» [Observador]

 Contas trocadas

António José Seguro foi ao longo de três anos um abono de família quer para a direita, quer para a esquerda conservadora, juntou-se à direita para se afirmar diabolizando Sócrates e abdicando de tudo o que foi feito, nem sequer o que foi bem feito pois não lhe convinha. Passos conhece Seguro e os seus fracos, aproveitou-se disso e fez gato sapato do líder do maior partido da oposição. A esquerda conservadora aproveitou e com o BE em desintegração acelerada o PCP ganhou uma força que não tinha há décadas.

Tal como sucede nos momentos mais críticos da vida política portuguesa a direita e a esquerda conservadora voltaram a estar de acordo, o melhor seria Seguro vencer as directas. À direita ouviram-se algumas vozes manifestando esse desejo, até porque muita gente de direita vai dar graças a Deus quando se ver livre de Passos Coelho, é o caso, por exemplo, de um Marcelo Rebelo de Sousa que o ainda líder do PSD tratou por cata-vento. A esquerda conservadora manteve-se em silêncio, lá se foi ouvindo Jerónimo de Sousa com a sua pen que assegura que à sua esquerda são todos de direita e pouco mais.

No fundo todos pensavam ganhar qualquer coisa com as directas, era ponto assente que o processo eleitoral ia dividir o PS e havia quem assegurasse que os recursos e processos judiciais viriam a seguir. Se ganhasse o PS a direita e a esquerda conservadora dividiriam uma parte importante do eleitorado deste partido, à direita o PSD disfarçava a queda e à esquerda o PCP crescia com os votos do PS, ao mesmo tempo que canibalizava o BE.

O pobre do Marinho Pinto é que não resistiu aos luxos de Estrasburgo, sentiu a necessidade de promover o seu populismo no Parlamento Europeu e disparou contra os vencimentos dos deputados, só que na hora de explicar a razão porque insiste em ficar a fazer de deputado fantoche ficou engasgado, os dezoito mil fazem-lhe jeito. Lá fez o seu partido à pressa mas o seu populismo está em queda e quando chegar a Lisboa já muitos dos votos que contava apanhar se tornaram uma miragem. É bem mais lucrativo ser populista contra uma oposição fraca.

 O gajo dos cinco milhões a primeiro-ministro

Sejamos liberais e pragmáticos, se há um gajo que recebeu 5 milhões dos submarinos, não fez nada e ninguém sabe quem foi, e temos outro gajo que se fartou de trabalhar, viajou em turística e só recebeu despesas de representação qual o que de ser escolhido para primeiro ministro? O caro e que ninguém sabe quem foi o o gajo que recebeu gorjetas e toda a gente sabe?

A resposta é óbvia, segundo os padrões de exigência da nossa direita em matéria de competência o mais apto a ser primeiro-ministro é o gajo que recebeu os cinco milhões.

O país agradece a Ricardo Salgado que diga quem foi pois precisamos dele para o lugar de Passos Coelho? Chega de incompetentes remediados de Massamá.

 O governo estar a ficar paranóico

Primeiro foi Passos Coelho a sugerir que teriam sido grandes interesses a desenterrar a memória das suas relações com a Tecnoforma. Agora foi a ministra a disfarçar a sua incompetência acusando interesses das consequências de decisões que foram sua. O governo está a precisar urgentemente de uma consulta de psiquiatria. Só não recomendo que falem com o ministro Opus Macedo pois o Paulinho das missas também não parecia estar bem quando insinuou que as greves dos enfermeiros são como as greves do Metro. Este governo anda anda e mete baixa.
  
 Os seguristas seguram-se

Os seguristas, os tais rapazes muito honestos, venderam-se a troco de lugares de deputado.

 2014 Nanjing Youth Olympic


      
 A moda dos correspondentes de café
   
«Um jornal, The Telegraph, contando um assunto dos nossos dias. A 24 de setembro desapareceu uma moça de Bristol, Inglaterra. Yusra Hussien, de 15 anos, embarcou com uma amiga de 17 para a Turquia e já terão passado a fronteira para a Síria. Ontem, a mãe de Yusra, Safiya Hussien, disse, olhando as câmaras:" Yusra, por favor, por favor, por favor, nós sentimos tanto a tua falta. Os teus irmãos e a tua irmã têm tantas saudades, tantas. Por favor - olha para mim..." Eis um testemunho, que é aquilo que os jornais têm como uma das suas funções trazer-nos. Não a treta de "Ângela, a noiva portuguesa da jihad" que vai ao cibercafé da Casa dos Segredos do Estado Islâmico e manda-nos: "Irmãs, não hesitem. Sinto-me tão bem como se tivesse sempre vivido aqui, sinto-me em casa. Insha"Allah, Alá irá reunir-nos a todos em breve." E de um jornalista que de joelhos foi degolado, escreve: "Ele não era mais do que um soldado americano que mata o nosso povo." E que graceja, mostrando a sua bolsa: "Sempre me perguntei o que uma mulher tem dentro da bolsa: bem, tenho uma pistola de 9 mm..." E estas imbecilidades recolhem-se sem confrontar a imbecil que as diz com a sua imbecilidade. E polvilha-se isto com um título idiota e a foto dos olhos lindos de Ângela. E deixa-se esta tolice a marinar no online do Expresso. Um dia, uma Augusta, de 15 anos, de Sintra, parte encandeada por Ângela. E ganhamos outra correspondente de cibercafé.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 Quem será a sexta pessoa?
   
«Durante a reunião do Conselho Superior realizada a 7 de novembro de 2013, Ricardo Salgado, então presidente da comissão executiva do Banco Espírito Santo, fez uma confissão relacionada com o negócio da compra dos submarinos. “Deram-nos cinco a nós e eles [os administradores da Escom] guardaram 15″, respondeu, quando questionado por um dos membros sobre como tinha sido “esse assunto do recebimento da comissão da Escom”. Mas esta não foi a única revelação da reunião.

De acordo com o i, antes que os restantes membros do Conselho Superior — António Ricciardi, Manuel Fernando Espírito Santo, José Manuel Espírito Santo Silva (filho de Maria do Carmo Moniz Galvão) e Mário Mosqueira do Amaral — tivessem oportunidade de questionar Salgado sobre o porquê de três administradores da Escom receberem 15 milhões de euros, Salgado antecipou-se:

“E vocês têm todo o direito de perguntar: mas como é que aqueles três tipos [Helder Bataglia, presidente da Escom, Pedro Ferreira Neto e Luís Horta e Costa] receberam 15 milhões? A informação que temos é que há uma parte que não é para eles. Não sei se é ou não é. Como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta… Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia“.

As palavras de Ricardo Salgado reforçam a tese do Ministério Público: o montante pago à Escom, empresa do GES, é “desproporcional” ao trabalho prestado e a empresa terá servido de intermediária de eventuais pagamentos ilícitos. De acordo com a investigação do i, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) desconfia que os destinatários dos cerca de 30 milhões de euros terão sido “titulares de cargos políticos” que moveram influências para que o consórcio alemão German Submarine Consortium ganhasse o concurso dos submarinos.» [Observador]
   
Parecer:

Se fosse no tempo de um governo do PS era fácil perceber de quem o MP gostaria de desconfiar, mas assim é uma chatice, a direita é toda muito honesta....
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 A Webrand
   
«Porto. Manhã de sexta, 19. O BMW X6 de Cristina Ferreira está estacionado junto ao consulado-geral de Angola, na zona da Boavista. Quem a conhece, não se espanta. Nos últimos dias ganhara consistência a informação de que a verdadeira dona da WeBrand marcara uma viagem para si e para o marido no final do mês, tendo como destino Luanda, e ali estava a aparente confirmação. As notícias sobre as investigações à agência, a Luís Filipe Menezes e às campanhas eleitorais do PSD terão acelerado as diligências. Se Cristina vai manter os hábitos de outrora não se sabe.

Mas se o fizer, é certo que o fará em executiva, nunca menos.

Nos anos de ouro da WeBrand assim foi: marido, família, amigos, viajavam a expensas da empresa, sem cuidar de miudezas. No final de 2009, ano de três eleições contratadas com o PSD, atingiu o zénite: a WeBrand ganhara muito dinheiro com o partido, distribuíra prémios por funcionários e Cristina decidira passar o ano em Nova Iorque com um pequeno grupo familiar e amigo. O local eleito foi o Hotel Carlyle, um cinco estrelas na famosa Madison Avenue, onde a estadia para duas pessoas por uma semana rondou os 5 mil euros. O pequeno-almoço por casal, pago à parte, superou os 1600 euros. ?A cereja no topo do bolo terá sido, segundo antigos colaboradores da agência, a viagem panorâmica de helicóptero para apreciar as vistas sobre Manhattan.» [Visão]
   
Parecer:

Vale a pena ler.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a leitura do artigo da Visão.»

 O Super Cola 3
   
«António Costa e Álvaro Beleza encontraram-se na quarta-feira e selaram o acordo: lista única ao congresso e um terço dos lugares para os seguristas. “Há condições para que o PS se una”, confirma Álvaro Beleza ao Observador.

“Houve um entendimento para que o partido se una e apresente uma lista única no congresso que vai unir todas as sensibilidades, mantendo aquela que é a tradição do partido”, explicou aquele que é designado entre os apoiantes de António José Seguro como uma espécie de ‘coordenador da tendência de Seguro’.

Nas primárias de domingo, Costa teve cerca de 70% dos votos e, portanto, fica com cerca de dois terços dos lugares nos órgãos do partido. O mesmo se passará já com a direção do grupo parlamentar, que será conhecida esta quinta-feira e sexta-feira votada. Atualmente, dos 13 membros, mais de metade são de Costa.» [Observador]
   
Parecer:

O homem andou meses a dividir o PS, agora anda armado em Super- Cola 3.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 E agora Passos?
   
«Portugal está entre os dez países da União Europeia (UE) com menos justiça social, ocupando a 20ª posição no ranking dos 28 Estados-membros, no qual a Suécia aparece em primeiro lugar e a Grécia em último. O ranking foi publicado num estudo da fundação alemã Bertelsmann, que comparou vários indicadores estatísticos de cada país da UE, concluindo que, nos últimos anos, a injustiça social tem vindo a aumentar em geral.

O que os dados mostram em relação a Portugal é que a nossa posição no índice de justiça social subiu entre 2008 e 2011 (de 5,11 para 5,15). Só que desde 2011 o nível tem vindo a descer, registando em 2014 um valor mais baixo (5,03) do que em 2008 - ano em que a fundação alemã foi criada e calculou pela primeira vez este índice. Pior do que Portugal estão Roménia, Bulgária, Hungria, Letónia ou Itália, além da Grécia. No extremo oposto, o estudo coloca Suécia, Finlândia, Dinamarca e Holanda. 

"Esta deterioração foi certamente intensificada pelas políticas rígidas de austeridade implementadas no decurso da crise, assim como as reformas estruturais aplicadas no sentido da estabilização económica e orçamental", conclui o estudo em relação à perda de justiça social na UE. Apesar de ser sublinhada a existência de alguns sinais de recuperação económica, os autores lembram que a austeridade teve um impacto negativo nos sistemas de segurança social e em áreas como a educação ou a investigação, devido aos cortes.» [Expresso]
   
Parecer:

Passos Coelho tentou ao longo destes três anos criar uma classe de descamisados que servissem de tropa de choque para as sua políticas, foi esta a lógica de muitos cortes que apenas atingiram a classe média e que permitiu ao governo sugerir que estava corrigindo injustiças. Agora os dados dizem que o governo falhou.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Lambretas se não estará na hora de se demitir.»

 Declarado o estado de sítio na justiça
   
«O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira um projecto de decreto-lei que permite suspender prazos processuais nos tribunais para evitar prescrições que podiam resultar dos atrasos provocados pela paralisação quase total da plataforma informática Citius.

“Está prevista a suspensão de prazos processuais”, esclareceu Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, em conferência de imprensa. “Os actos processuais que não tenham sido praticados desde 26 de Agosto [data a partir da qual começaram os constrangimentos] e enquanto durarem esses constrangimentos” serão suspensos. Com este decreto-lei “fica clarificado” que esses constrangimentos “relevam para o que já está previsto na lei, os impedimentos objectivos” com efeitos suspensivos. 

O objectivo do diploma é garantir que “nenhum acto processual deixará de ser praticado em virtude dos constrangimentos” verificados com a plataforma Citius. E também definir que os constrangimentos de acesso à plataforma verificados constituem “um impedimento” como os já definidos na lei, “para que não haja dúvidas de que se aplica as regras que já previstas”, explicou quando confrontado com as dúvidas de constitucionalidade de um diploma deste tipo pela Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP) que considerou na quarta-feira que o diploma devia ser aprovado pelo Parlamento, uma vez que “a reforma judiciária resultou da discussão na Assembleia da República”. » [Público]
   
Parecer:

Nem na sequência do 25 de Abril foi adoptada uma medida destas, estamos perante uma situação de colapso do sistema judicial e a ministra idiota é mantida no lugar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à ministra da Justiça que faça um esforço para ter uma hora de lucidez para que possa ter o bom sendo de se demitir.»

   
   
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