terça-feira, julho 14, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Pedro Passos Coelho

Dizer que Passos Coelho era um dos defensores do Grexit e que desde a primeira hora foi um aliado da Alemanha é uma grande calúnia, como agora se prova se a Grécia ainda está no Euro deve-o a alguém que a apoiou desde a  primeira hora e graças a quem foi possível chegar a um acordo. Agora vamos esperar que Tsipras lhe agradeça publicamente dando op seu nome a uma rua de Atenas, talvez mesma à agora Praça Syntagma.

«"Curiosamente, a solução que acabou por desbloquear o último problema que estava em aberto, que era justamente a solução quanto à utilização do fundo, partiu de uma ideia que eu próprio sugeri", afirmou o primeiro-ministro português no final da longa maratona negocial, que terminou ao fim de 22 horas, sendo 17 horas só para a cimeira da zona euro.

O primeiro.ministro refere-se ao fundo que vai ser criado, com execução previa de garantias imobiliárias, para atingir um montante de 50 mil milhões de euros. Estas garantias serão progressivamente privatizadas e parte das verbas serão utilizadas para amortizar dívida.» [DN]
  
Parece que o Financial Times não soube tudo:
  
«A história é contada pelo Financial Times. Às 6h00 de Bruxelas, após 14 horas de conversações e negociação entre os líderes europeus, a chanceler alemã e o primeiro-ministro grego consideraram-se num beco sem saída. Diz o jornal britânico que os dois líderes já se encaminhavam para a porta, quando Donald Tusk deu a ordem.

Numa metáfora escolar, lembrando as palavras de Christine Lagarde sobre a necessidade de ter adultos nas negociações, o antigo primeiro-ministro polaco portou-se como o professor que manda sentar os alunos. Antes, Tsipras já tinha ouvido um "sermão" (assim designa o FT) do homólogo esloveno, motivando o protesto do italiano Matteo Renzi.

O ponto de ruptura foi o fundo de 50 mil milhões que Atenas teria de criar como garantia de pagamento. Tsipras considerou a exigência de Merkel uma humilhação nacional que resultaria, para mais, na cedência de controlo de activos de valor próximo a um terço do PIB grego. O líder helénico pretendia um fundo de menor valor e direccionado ao reinvestimento no seu país.

Mais de uma hora a discutir mais de uma dezena de potenciais estruturas para o fundo, e com a mão conciliadora de François Hollande - que chamou Merkel e Tsipras ao gabinete de Tusk para uma conversa a quatro - o acordo chegou.

"Havia na Alemanha uma forte pressão para o ‘Grexit'. Recusei essa solução", disse depois Hollande, que apoiou o líder grego na questão da soberania. "Nada teria sido pior do que humilhar a Grécia. A Grécia não procurou caridade, mas solidariedade da zona euro". Foi também o francês que insistiu na remoção, do documento final, da referência à saída temporária da moeda única, pretensão do lado alemão.» [DE]

 Plutão

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 Da Voz do Povo à Voz do Dono

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A Merkel disse que não tinha confiança no primeiro-ministro grego e a Voz do Povo mais uma vez se transformou em Voz do Dono.

   
   
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