É óbvio que Passos Coelho considera Carlos Costa um dos
seus, considera e é muito provável que tenha toda a razão, a independência que
agora se defende em relação ao BdP não se registou enquanto Passos Coelho foi
primeiro-ministro, talvez por isso uma figura de segundo nível que veio para o
governo ajudar ao despedimento e empobrecimento forçado dos funcionários públicos
foi premiado com um cargo de administração no banco. Para não referir a contratação
do filho de Durão Barroso e outros factos menos elogiosos na gestão de Carlos
Costa.
Mas é bom que Carlos Costa se mantenha como governador do
BdP e na posse de plenos poderes, pior do que já fez à economia portuguesa
dificilmente poderá fazer e até o BCP deve estar contente por já não o ter no
banco para gerir os negócios offshore, matéria que passava pelo seu pelouro
quando trabalhava naquele banco, tempo em que o mesmo ia indo à falência com
operações ruinosas e duvidosas em praças financeiras em locais duvidosos.
Afinal, desde que mudou o governo que Carlos Costa deixou de
assumir o estatuto de Avô Boca Doce, aparecendo quase todos os dias nas
televisões, dizendo-nos para abrir a boca para que o Passos nos metesse a
colherada de austeridade pela boca dentro. O senhor está exercendo o seu
mandato, para o qual foi escolhido por Teixeira dos Santos e reconduzido por
Passos Coelho. Culpabiliza-lo por tudo o que se passou no país significa
desresponsabilizar a Troika, Passos Coelho, Vítor Gaspar (Maria Luís não tem
autonomia intelectual para assumir culpas) e o próprio BCE. Mas, pelos vistos, os critérios do BCE são mais exigentes e rigorosos com a escolha de administradores dos bancos privados, do que a dos governadores dos bancos centrais.
Quem também deve permanecer no cargo, ainda que pareça mais
com uma pregadora evangélica do que com uma economista responsável é a Dra.
Teodora Cardoso. A senhora decidiu chamar a si um papel que não consta das suas
competências e chegou ao ridículo de se se oferecer enquanto Presidente do
Conselho Superior de Finanças Públicas para fazer uma avaliação pré-eleitoral
do programa económico do PS. A seguir era bem capaz que querer reescrever a
Constituição da República e decidir que ela era a “presidente da junta”, isto
é, enquanto presidente do CSFP passaria a ser, por inerência, presidente do
Tribunal Constitucional.
O maior perigo por parte de Teodora Cardoso é a tentativa
sistemática de descredibilizar o governo português e Portugal junto dos
mercados. Cada vez que fala é para lançar a desconfiança dos investidores
estrangeiros e de todos os operadores económicos, talvez porque ache, tal como
sucede com Passos Coelho, que as suas teses são mais viáveis com um segundo
resgate, para dessa forma serem ignorados aos mais elementares valores
constitucionais.
A presidente do CSFP não tem tido grande sucesso, sinal de
que a sua credibilidade não é grande coisa, o que vai de encontro ao que se
esperaria da sua dimensão política e técnica. São tantas as asneiras que tem
dito, as previsões que falho e as aberrações políticas que defendeu que já
perdeu credibilidade. Nestas condições, defender a demissão da senhora,
transformando-a em vítima é uma asneira, que fique no cargo e que diga
baboseiras até que a voz lhe falhe.
A defesa da demissão do governador do BdP e da presidente do CSFP é uma asneira, são personalidades cuja credibilidade está em queda e a sua transformação em vítimas da asfixia democrática é uma parvoíce, até porque os cargos que desempenham não são assim tão importantes. Já não há bancos para destruir e só por falta de notícias é que alguém liga ao que diz Teodora Cardoso.
A defesa da demissão do governador do BdP e da presidente do CSFP é uma asneira, são personalidades cuja credibilidade está em queda e a sua transformação em vítimas da asfixia democrática é uma parvoíce, até porque os cargos que desempenham não são assim tão importantes. Já não há bancos para destruir e só por falta de notícias é que alguém liga ao que diz Teodora Cardoso.