terça-feira, março 28, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Assunção Cristas, doente de azia

AS líder do PSD parece estar a sofrer de uma crise de azia pois mostra que não sabe como há-de criticar um governo que sem provocar uma recessão, sem orçamentos rectificativos, sem um presidente banana, sem desrespeitar a Constituição e sem a chantagem permanente sobre o país consegue fazer reduzir o défice abaixo dos 2,1%.

Cristas parece não perceber que este discursos faz passar a mensagem de uma política que desejava que tudo corresse mal ao país, confirmando-se as priores previsões dos que estavam convencidos de que 2016, depois da saída porquinha, seria o ano do segundo resgate. A verdade é que a direita não só apostava num segundo resgate, como o adiou para 2016 para inventar uma saída limpa com objectivos eleitorais. Não admira tanta azia e incapacidade de aceitar a realidade.

«"Fizemos a conta e verificamos que se o Governo tivesse executado a despesa que devia ter executado, e muitos disseram que o Orçamento era irrealista, o défice teria ficado em 3,7%, não 2,1%", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, no final de uma visita à unidade de cuidados continuados da cooperativa social CERCITOP, em Algueirão, no concelho de Sintra.

Para a líder centrista, este cálculo ilustra "aquilo que o CDS tem vindo a sinalizar durante todo o ano: um garrote enorme nos serviços públicos, cativações que são cortes cegos na despesa, uma quebra brutal no investimento público, tem vindo a afetar muitas e muitas áreas", como a da saúde.

Assunção Cristas expressou preocupação com as condições de funcionamento de unidades de cuidados continuados, como a "unidade de excelência" que visitou hoje, apontando o "garrote financeiro" provocado pela falta de "atualização das verbas comparticipadas pela Segurança Social e pelo Ministério da Saúde", o aumento do salário mínimo nacional.» [DN]

      
 Os soldados já não são como antigamente
   
«Para o capitão, que foi comandante de companhia do curso 127 dos Comandos e que vai ser interrogado como arguido nesta segunda-feira, no âmbito do inquérito-crime às mortes de dois recrutas, um dos quatro grupos da instrução, o dos graduados, “era constituído por instruendos na sua generalidade de médio/baixo” nível quanto à “parte física”. Foi esta a "avaliação empírica” feita pelo próprio capitão quanto foi interrogado por um oficial no contexto do processo interno que o Exército desencadeou para apuramento de responsabilidades.

A avaliação do capitão surgiu também como resposta à evolução do grupo de graduados neste curso, marcada por sete desistências, seis das quais registadas logo nos dois primeiros dias da prova. Além dos dois instruendos que morreram, um alferes foi internado no Hospital das Forças Armadas e não mais regressou à instrução na Carregueira. Além do capitão, é esta segunda-feira interrogado no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa um tenente-coronel suspeito de não ter acatado as ordens do general comandante das Forças Terrestres que mandara suspender a recruta.» [Público]
   
Parecer:

Grande comandante, os seus soldados morreram e respeita a sua memória dizendo que eram fracos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se ao garboso e miserávcel oficial que fraca é a tia dele.»
  
 Marques Mendes é porta-voz do BdP?
   
«A venda do Novo Banco (NB) fica decidida até sexta-feira mas o ministro das Finanças omitiu "um problema que se arrasta há semanas" e mantém o processo num impasse, afirmou Luís Marques Mendes este domingo.

O comentador da SIC, contrariando a posição expressa por Mário Centeno de que o dossier estava a correr bem, lembrou que a Comissão Europeia se opõe a que o Estado fique com 25% do capital do NB e que a tutela assumira o compromisso de vender a totalidade da sua posição.» [DN]
   
Parecer:

Começa a ser tempo de Carlos Costa informar se contratou Marques Mendes para porta-voz do BdP no negócio d NB.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o governador do BdP sobre a facilidade com que Marques Mendes sabe de todos os pormenores do negócio.»

 Malditas centésimas
   
«O ministro das Finanças Mário Centeno fez questão de dizer que 2,1% trata-se de um arredondamento. “Sabemos hoje que o défice em 2016 foi de 2,06% do PIB. Este é o valor mais baixo da nossa história recente, da nossa história democrática”, disse o governante na última sexta-feira, dia em que saíram os dados do INE. Perante esta nuance, Cadilhe — sem especificar qual o valor, à centésima, no seu ano — limita-se a dizer ao Observador: “Valha-nos Deus, dispensem o povo das centésimas da percentagem“.» [Observador]
   
Parecer:

Parece que Cadilhe não quer desempates por centésimas, é óbvio que se fizer as contas a 1989 dificilmente conseguirá descer aos 2,06%. Aliás, Cadilhe sabe muito bem que os valores de 1989 resultam da dupla contabilização do imposto sobre o rendimento de pessoas singulares num montante bem superior, em peso do PIB, que o resultante do PERES. Além disso o défice de 1989 foi de 2,13%, isto é, 0,07% acima do alcançado em 2016.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cadilhe qual foi o valor exacto do défice de 1989.»

 Zangam-se as comadres
   
«Se havia algum tipo de período de nojo entre o PSD e o CDS antes de quebrar de vez o cordão umbilical que foi a coligação Pàf, esse período acabou. O nojo para evitar ataques foi trocado pelo nojo em não concretizá-los.

Depois de Assunção Cristas afirmar este sábado, em entrevista ao semanário SOL, que daria o mínimo de faltas possível caso fosse somente eleita vereadora à Câmara Municipal de Lisboa, o PSD tomou-o como ofensa e reagiu.

É que Teresa Leal Coelho, a candidata dos sociais-democratas à autarquia da capital, faltou a mais de um terço das reuniões de Câmara enquanto vereadora, entre 2013 e 2017 – o ano em que se repetem as eleições locais.

Na referida entrevista, Cristas afirmou também: “Se não tivéssemos feito nada durante quatro anos, certamente que seria muito difícil termos uma candidatura forte em Lisboa”. Tal foi também interpretado como uma declaração algo provocatória por parte da presidente do CDS, tendo em conta o estilo de oposição discreto que o PSD demonstrou perante o executivo camarário de Fernando Medina.» [i]
   
Parecer:

Enfim, casa onde não há pão... Era óbvio que sem expectativas de poder os pafiosos acabassem com a aliança para disputar os votos que lhe resta e, pelo que se vê, a Cristas arrisca-se a derrotar Passos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reserve-se lugar na primeira fila.»

 O nosso DAESH
   
«As agressões a homens e aos idosos estão a ganhar mais expressão nas estatísticas, mas o retrato-tipo da vítima de crime ainda se escreve no feminino: 82% são mulheres, com uma idade média de 50 anos. Em 2016, conta o relatório anual da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), foram agredidas em média 14 mulheres por dia. Dá 100 mulheres por semana, 5226 no total daquele ano.

São números que, ainda assim, traduzem um ligeiríssimo decréscimo relativamente a 2015, ano em que 5291 mulheres foram vítimas de violência (101 por semana). A maior parte dos crimes de que são alvo são cometidos em contexto de violência doméstica.

“As situações que chegam à APAV são cada vez mais complexas e requerem um maior número de atendimentos. Com a crise que nos últimos anos assolou o país, as instituições de apoio, como as casas abrigo para vítimas de violência doméstica, são mais demoradas nas respostas e, por outro lado, as vítimas — normalmente uma mulher que tem um ou dois filhos — têm mais dificuldades em autonomizar-se do agressor e em sustentar-se sozinhas uma casa”, compara Elsa Beja, assessora técnica da direcção da APAV.» [Público]
   
Parecer:

Uma vergonha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Combata-se o fenómeno.»