Que Centeno era agora o defensor da austeridade ou porque teria de o assumir estaria de partida, ouvi Duque dizer na TSF. Que teria de dar atenção às suas funções de ministro, disse um Marcelo que parece gostar de ler os SMS dos ministros gentilmente mostrados pelo seu amigo e conselheiro Lobo Xavier. Que a escolha de Centeno era mérito deste e do anterior governo.
Se quando se falou da candidatura de Centeno Marques Mendes, no papel de bobo da corte, disse que isso era mentira de 1.º de Abril, desde que se confirmou o apoio de alguns países às sua candidatura parece que o país regressou ao Carnaval, agora com bem mais do que três dia. Os disparates e as palhaçadas são tantas, que até parece que os políticos da direita decidiram ir todos aos circos, que como se sabe reabrem as tendas nesta época natalícia.
O único que ficou calado foi Passos Coelho, é caso para dizer que gato escaldado de água fria quente tem medo, aprendeu a lição, sempre que se meteu ou mandou a Maria Luís meter-se com o ministro das Finanças as coisas correram-lhe muito mal. Passados dois anos os momentos mais ridículos do ex-primeiro-ministro e da sua ex-ministra das Finanças tiveram Mário Centeno como protagonista. Desta vez teve o cuidado de abrir a boca, nem sequer fez aquilo que nestas circunstâncias os políticos da oposição fazem, dizer que se empenharam na nomeação telefonando aos seus amigos europeus. Pelos vistos nem sequer a sua tia Merkel já lhe atende as chamadas.
A mera hipótese de Centeno ser elegível para presidente do Eurogrupo é um pesadelo para o que a coberto da Troika e do memorando tentaram impor uma agenda ao país que nada tinha que ver com a crise financeira. Desde os executores desta política, vivos ou mortos, a entidades como o presidente do muito caladinho presidente do BdP deverão estar neste momento a engolir pastilhas de Alka-Seltzer, umas atrás das outras.
Não admira a desorientação de tantas personalidades da direita, há dois anos seriam necessários requintes de malvadez para imaginar forma tão humilhante de calar esta direita de Marcelo, Marques Mendes, Assunção Cristas, Maria Luís, Cavaco Silva, Duques e ternos, Santana Lopes e Rui Rio, Carlos Costa, o recordista do rigor orçamental Miguel Cadilhe, Luís Campos e Cunha, João Salgueiro e muitos outros, para não referir muitos outros, incluindo os que a natureza levou.