Jumento do Dia
Dantes era fino passar pela Raríssimas, de entre as escolas de caciquismo político do mundo da economia social aquela instituição era a coisa mais fina, políticos da esquerda e da direita com ambições governamentais na área da Segurança Social queriam lá estar. Agora que a coisa caiu em desgraça já ninguém parece querer aparecer nas cerimónias com rainhas e primeiras damas, fogem da Raríssimas como o diabo foge da cruz, chegam mesmo a mentir.
«A deputada do CDS Teresa Caeiro fez parte da assembleia geral da associação Raríssimas entre 2013 e 2015, apesar de ter garantido ao Observador que apenas tinha sido convidada para integrar o Conselho Consultivo de Reflexão Estratégica da instituição e de garantir que nunca assinou qualquer documento. Mas o nome e a assinatura da ex-secretária de Estado da Segurança Social do CDS constam mesmo da ata de 3 de junho de 2013, que oficializa a tomada de posse dos órgãos sociais para os dois anos seguintes. Há outra omissão relevante: no registo de interesses de Caeiro, no site da Assembleia da República, nada consta sobre qualquer relação com a Raríssimas. Caeiro defende-se dizendo que não participou “substantiva e presencialmente” em “qualquer ato ou reunião” daquela instituição.
Teresa Caeiro tomou posse como secretária da assembleia geral da instituição que apoia pessoas com doenças mentais e raras exatamente — e que está envolvida em polémica — no mesmo dia em que o ministro Vieira da Silva assumiu funções como vice-presidente daquele órgão. Além destes, o advogado e professor universitário Paulo Olavo Cunha assinava a ata e passava, a partir daquele momento, a presidir à assembleia geral. Dos três, é o único que se mantém em funções.» [Observador]
Dúvidas que me atormentam a alma
A inspeção que Fraquilho diz ter pedido à AT sobre os seus rendimentos foi feito antes ou depois de saber que o Expresso ia denunciar os pagamentos do saco azul do BES aos seus familiares? Desde quando é que as remunerações dos trabalhadores de um banco são feitas a partir de ofsshores e com transferências para falimiares?
Família cheia de sorte
«O pai, a mãe e o irmão do ex-deputado do PSD e ex-quadro do BES Miguel Frasquilho receberam seis transferências entre 2009 e 2011 de uma conta na Suíça titulada pela Espírito Santo Enterprises, uma companhia offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas que é considerada pelo Ministério Público como tendo funcionado como um gigantesco saco azul do Grupo Espírito Santo (GES) para pagamentos não registados. De acordo com a edição semanal do Expresso deste sábado, os valores das transferências para os familiares de Frasquilho somaram 54 mil euros e aconteceram numa altura em que o recém-nomeado chairman da TAP acumulava o lugar de deputado com o cargo de diretor da Espírito Santo Research, uma corretora do BES.
Miguel Frasquilho confirma as informações do Expresso, assumindo que esses pagamentos foram feitos e acrescentando que correspondem a rendimentos seus e não dos seus familiares. “A circunstância de esses pagamentos terem sido efetuados em contas de familiares meus deve-se apenas ao facto de eu ter pedido isso mesmo à minha entidade patronal, uma vez que tinha dívidas para saldar com os meus familiares diretos referidos”, diz, não explicando no entanto por que razão esses pagamentos foram feitos a partir de uma conta na Suíça titulada por uma offshore que não fazia parte da estrutura do BES. “Quanto à questão da proveniência dos valores, desconheço em absoluto”, diz. A ES Enterprises era uma offshore oculta do universo Espírito Santo que canalizou ao longo de anos milhões de euros de pagamentos "por fora", que não eram declarados em Portugal nem constavam nos relatórios e contas do BES. Na investigação "Panama Papers", o Expresso revelou uma rede de sociedades offshore que serviam para que o grupo Espírito Santo fizesse pagamentos desconhecidos. A ES Enterprises era uma dessas sociedades.» [Expresso]
Parecer:
A desculpa d Frasquilho merece uma gargalhada.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»