Jumento do Dia
Santana Lopes, que sempre foi um rapaz de boas contas, acha que o seu PSD devia viver de gorjetas.
«O candidato à presidência do PSD Pedro Santana Lopes declarou esta quarta-feira não “perceber” a posição dos sociais-democratas nas alterações à lei de financiamento dos partidos, mas mostrou-se cauteloso até falar com o líder parlamentar ou outros responsáveis.
“Gostava de ter uma explicação para o que vou lendo, e aquilo que li até agora…não consigo perceber de todo a razão pela qual o partido a que pertenço se mostrou favorável a este caminho”, declarou Santana Lopes, antes de realçar, todavia, que “não teve tempo” para falar com os dirigentes do PSD sobre o tema.
O candidato a líder do PSD falava em Ponta Delgada, nos Açores, à margem de uma sessão de cumprimentos com o líder social-democrata na região autónoma, Duarte Freitas, e no arranque de uma visita ao arquipélago que levará o candidato não só à ilha de São Miguel mas também à ilha Terceira.
Ainda no que refere ao financiamento partidário, Santana reconheceu que esta matéria “é de facto complicada”, mas admitiu, mesmo falando “sob reserva de ainda não ter ouvido explicações” do PSD, que “é incompreensível para o povo português” haver alterações de maior alívio fiscal ou benesses nesse campo aos partidos políticos.» [Observador]
O dinheiro não compra tudo
«Anna Muzychuk, xadrezista ucraniana por duas vezes campeã do mundo, recusou participar no mundial feminino de xadrez que começa esta terça-feira na Arábia Saudita. “Não quero jogar pelas regras de outros, não quero usar abaya [veste árabe obrigatória para as mulheres], não quero ter de andar acompanhada para sair e, no geral, não me quero sentir uma criatura secundária”.
Numa publicação na sua página de Facebook, Anna Muzychuk escreveu que o faz para ser coerente com os seus valores. “Estou preparada para me erguer pelos meus princípios e não ir a um evento onde em cinco dias deveria ganhar mais do que ganho numa dezena de eventos juntos”, afirmou Muzychuk. “Tudo isto é irritante, mas o mais perturbador é que quase ninguém se preocupa”, acrescentou.» [Observador]
Sindicatos de luxo
«Sindicato dos Oficiais de Justiça vai ser recebido amanhã às 18 horas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, informa o Sindicato dos Oficiais da Justiça em comunicado.
Na mesma nota, o sindicato esclarece que a audiência foi solicitada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça para apresentar as suas "preocupações com a nova organização judiciária, o sistema de justiça e a carreira".
"Carreira que, pese embora mais de um século de regulamentação, não tem merecido, nos últimos anos, a devida atenção e o reconhecimento, necessário para salvaguarda do sistema de Justiça", lê-se ainda. A revisão da carreira dos Oficiais de Justiça está prevista ocorra durante o ano de 2018.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
A seguir a receber os sindicatos de luxo Marcelo vai receber todos os sindicatos ou a sua proecupação com os trabalhadores é proporcional ao poder que exercem na sociedade?
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
Marcelo dá prazo a parlamento
«O Presidente da República fez saber esta quarta-feira que vai esperar para “se pronunciar” sobre as alterações à lei do financiamento dos partidos, aprovadas na Assembleia da República na semana passada, por PS, PSD, PCP, Bloco de Esquerda e PEV. Só o CDS e o PAN votaram contra. Marcelo dá um prazo total de oito dias aos deputados para poderem ser eles a agir relativamente a um diploma que está a levantar polémica ( o prazo começou a contar na sexta-feira, dia 22, quando recebeu o diploma em Belém). Partidos que estiveram envolvidos nas alterações fizeram um comunicado conjunto (que o Bloco não quis assinar), já depois da reação presidencial, onde atiram para Marcelo Rebelo de Sousa a responsabilidade de”decidir ou não” pela promulgação da lei. “Se tivéssemos dúvidas de constitucionalidade não tínhamos aprovado”, diz fonte do PS.
Numa nota publicada no site oficial da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa refugia-se numa norma da Constituição para evitar pronunciar-se já sobre o diploma que lhe chegou na sexta-feira, dia 22. Tendo em conta que as alterações visam uma lei orgânica (a do Tribunal Constitucional, neste caso), “o Presidente da República não se pode pronunciar antes de decorridos oito dias após a sua receção”, de acordo com o que está definido na Constituição, entende Marcelo.» [Observador]
Parecer:
O Presidente da República parece não querer perceber que em democracia há paridos, parlamento e Presidente da República, que os poderes não se sobrepoem e que o respeito entre os órgãos do poder deve ser mútuo. O Presidente não tem qualquer tutela paternalista dos deputados, ou concorda ou discorda, ou acha que uma norma é constitucional ou não acha, ou veta ou não veta,.
É inaceitável e constitucionalmente muito duvidoso que um Presidente dê prazos aos deputados para que mudem de ideias, sem arriscar a dizer o que pensa, limitando-se a sugerir que os deputados terão cometido um errito que o mestre-escola não aceita. Isto não é forma de um presidente se relacionar com o parlamento que não tem nada a aprender em democracia com o ex-comentador de televisão.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lembre-se a gestão das contas do PSD no tempo em que foi liderado por Marcelo.»
Frasquilho "demitido" do DN
«Uma decisão que surge na sequência das notícias que davam conta que familiares do chairman da TAP terão recebido transferências de uma conta na Suíça, detida pela Espírito Santo Enterprises.
Miguel Frasquilho já não será o ‘diretor’ por um dia na edição impressa do Diário de Notícias do dia em que o jornal celebra o seu 153º aniversário. Seria uma edição especial a publicar no dia 29 de dezembro, mas o ECO sabe que essa mesma edição já não contará com a colaboração do atual chairman da TAP.
Contactado pelo ECO, Paulo Baldaia confirmou a suspensão do convite. “Perante a notícia do Expresso sobre a transferência de rendimentos e tendo Miguel Frasquilho pedido uma auditoria à Autoridade Tributária sobre este assunto, entendemos de comum acordo que fazia sentido suspender este convite”, disse o diretor do jornal centenário. “O que importa agora é sublinhar os 153 anos do DN e esta edição especial”, concluiu Paulo Baldaia.» [Eco]
Parecer:
De vedeta a dispensado, num dia baldaia era o seu admirador e agora foge dele como do diabo.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»