Jumento do Dia
Maria Luís Albuquerque
É um lugar comum dizer que há silêncios ensurdecedores, é o que se pode disser do "desapareciemnto" de Maria Luís Albuquerque, logo esta deputada e ex-ministra que, como é sabido, tem sempre comentários na ponta da língua, principalmente quando o assunto é o seu forte, a aritmética.
Depois de várias personalidades sugerirem que ela devia dividir o cargo de presidente do Eurogrupo com Mário Centeno, seu discípulo e continuador da sua obra austeritária, era normal que a senhora viesse agradecer em público os elogios que recebeu. Mas parece que a Maria Luís opta pelo silêncio, em vez de ir dar uma das suas entrevistas ao Jorge Ferreira. É uma pena, as suas intervenções têm sempre um grande impacto.
O sorriso de parvo de Centeno
«O terrível Wolfgang Schäuble chamou a Centeno “o Ronaldo do Eurogrupo”. O nome é traiçoeiro, há três enormes Ronaldos: o nosso Cristiano, o Ronaldo, o Fenómeno, e o Ronaldinho Gaúcho. Qual, então? Ilustres analistas nacionais perceberam logo que o alemão não elogiava os dotes de ministro de Centeno e, se o comparava com alguém da bola, só podia ser com Ronaldinho Gaúcho. Por causa da dentuça comum. Um bom ministro das Finanças, como sabemos, nota-se pelo falar lennntooo, nunca pelo sorriso de parvo. Mas, sendo nós gente educada, nunca ninguém fez saber a Mário Centeno que ele tinha sorriso de parvo. Passos Coelho, da primeira vez que o ouviu no Parlamento, ficou com os ombros numa tremideira de riso contido pelo sorriso parvo do outro, mas lá se aguentou. E foi então que uma notícia absurda, mais que fake news, surgiu: Centeno era candidato a presidente do Eurogrupo!!! José Gomes Ferreira topou o desconchavo: “Sendo que este assunto só é notícia em Portugal porque é que só o governo fala disto?” Não liguem à falta de lógica, mas reparem no legítimo desprezo pelo sorriso parvo. » [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Estratégia inteleigente
«Pablo Llarena, juiz do Supremo Tribunal espanhol, suspendeu o mandado internacional de captura contra o ex-presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, e os quatro membros do seu executivo que se encontram na Bélgica, Antonio Comín, Lluís Puig, Meritxell Serret e Clara Ponsatí. Em Espanha, contudo, mantém-se em vigor a ordem de prisão.
Segundo Llarena, os crimes de que são acusados (sedição, rebelião e desvio de fundos) são de natureza "plurisubjectiva" e devem ter uma resposta "uniformizada" - ou seja, a Justiça espanhola não quer abrir a porta a que a Bélgica limite os delitos pelos quais podem ser julgados. » [Público]
Parecer:
É óbvio que o dirigente do terceiro partido da Catalunha tem mais exposição mediática armado em exilado em Bruxelas ou alvo de uma deportação, do que se puder regressar para Barcelona pelo seu pé.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sporria-se.»
Cristas sem ideias
«A despedida é de proximidade – “Com um beijinho, Assunção” – e foi esse o tom que a líder do CDS-PP quis imprimir à carta que dirigiu a todos os portugueses. Assunção Cristas pede que lhe enviem ideias e preocupações sobre o país, como forma de preparar o programa do partido para as legislativas.
Na carta a que o PÚBLICO teve acesso, Assunção Cristas dirige-se directamente aos eleitores. “Sabemos que as pessoas sentem muitas vezes um distanciamento da política, mas eu acredito na proximidade, por isso lanço o convite para conversar comigo, para me fazer chegar as suas ideias e as suas preocupações”, lê-se no texto que a líder do CDS quer entregar aos portugueses pela sua própria mão ou através dos militantes do CDS.
A iniciativa é semelhante à que Assunção Cristas lançou, em Fevereiro deste ano, como candidata à Câmara de Lisboa. Também nessa altura pedia aos eleitores para lhe enviarem opiniões e ideias. “Acredito que o futuro do nosso país se faz com a opinião de todos, e gostaria muito de poder contar com a sua opinião e com as suas ideias. É também consigo que podemos encontrar boas soluções”, escreveu na nova missiva, desta vez dirigida a todos os portugueses e na qual os desafia a enviarem opiniões e propostas por email, carta ou através do site do CDS. “Deste lado, estarei com toda a atenção a ler o seu contributo”, promete a líder centrista.» [Público]
Parecer:
pela forma como Assunção Cristas faz oposição em vez de ideia devia pedir aos seus simpatizantes adjetivos e palavrões para se dirigir a António Costa. Assim, fica-se a perceber que mna hora de chamar nomes ao primeiro-ministro tem boas solução, o problema é quando chega o momento de ter ideias para o país.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
A queda da menina bonita de Angola
«A revolta dos cerca de 100 funcionários da Cruz Vermelha de Angola (CVA), agora sem salários há 10 meses, levanta interrogações sobre o curso de um processo instaurado à empresária Isabel dos Santos, presidente da organização, por suspeita de fuga ao fisco na importação de bens que estarão ao serviço da sua operadora de telefonia móvel, a Unitel.
Aberto pela Direcção Nacional da Polícia Económica, que passou para a tutela do Serviço de Investigação Criminal (SIC), o processo é assente em suspeitas de que a antiga administradora da Sonangol terá usado a Cruz Vermelha, que beneficia de isenção fiscal, para adquirir meios como viaturas, material informático e geradores para a sua empresa.» [Voa]
Parecer:
Está a dar um trambolhão dos grandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Mais uma corrida ao tacho
«O mandato de Eduardo Catroga como chairman da EDP termina no final deste mês e já é certo que o antigo ministro está de saída. A informação, que é veiculada pelo jornal “ECO” esta terça-feira, terá sido apurada junto de fontes próximas dos acionistas da companhia elétrica.
Esta saída terá por base a transposição de uma diretiva comunitária em 2015, que obriga a um presidente independente dos acionistas em empresas com um modelo de governação dualista – com um conselho geral e um conselho de administração executiva. Por acumular já quatro mandatos seguidos na EDP –dois dos quais como presidente –, Catroga perdeu o estatuto de independente e não poderá continuar como chairman.
Apesar do antigo ministro das Finanças não continuar como presidente do conselho da EDP, dentro da elétrica há quem admita que possa manter-se como membro, em representação dos chineses da China Three Gorges. Neste momento, o seu sucessor está ainda por escolher.
Segundo várias fontes, escreve o matutino, há dois candidatos fortes ao lugar: Luís Amado, ex-ministro e atual vice-presidente do Conselho Geral e de Supervisão, e Diogo Lacerda Machado, advogado, antigo membro deste Conselho Geral da EDP, também conhecido como o melhor amigo do primeiro-ministro António Costa.» [Expresso]
Parecer:
Outra vez o Luís Amado?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»