Jumento do Dia
Alguém devia dizer a Catarina Martins, de quem com maldade se poderia dizer que é a versão política da banana da Madeira, que uma República das bananas é aquela onde se decidem impostos à mesa do café, sem qualquer avaliação do impacto, sem qualquer reflexão e sem medir as consequências, só no pressuposto populista de que vai incidir sobre os maus.
«Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, voltou a puxar neste debate quinzenal o desentendimento entre BE e PS – os socialistas votaram a favor da proposta bloquista para taxar as energias renováveis mas acabaram por recuar, pedindo nova votação na norma.
"Ouvi dizer que não se podem mudar regras contratuais a meio. O anterior Governo alterou os contratos das eólicas a meio e, como disse e bem o ministro [da economia] Manuel Caldeira Cabral, [o que era uma renda] ficou renda e meia", lembrou a líder bloquista.
Catarina Martins acusou o Governo de alterar contratos em vigência, mas apenas a favor das empresas: "Pode sempre aterar contratos em nome das empresas (...) de energia, que têm feito tudo o que querem com os contratos. Uma república das bananas é aquela que faz os contratos sempre à medida dos grandes interesses económicos."
Costa, que já momentos antes tinha respondido ao líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, sobre a mesma questão, declarou que "aquilo que justifica a existência do estado de Direito" é que este "exerce-se no estrito cumprimento da Constituição e da lei", mesmo quando é "difícil cumprir".» [Expresso]
Ainda que ma pergunte
Porque será que é elogiável Louçã ser conselheiro do BdP e tão condenável Centeno ser presidente do Eurogrupo? Tanto quanto me lembro, o BdP teve mais envolvimento na política do governo, até lá meteu um dos governantes mais sacanas, enquanto carlos Costa foi um dos mais firmes defensores do extremismo de Passos Coelho.
Aposto que se o Louçã fosse o próximo presidente do Eurogrupo o BE diria maravilhas da escolha.
Porque será que é elogiável Louçã ser conselheiro do BdP e tão condenável Centeno ser presidente do Eurogrupo? Tanto quanto me lembro, o BdP teve mais envolvimento na política do governo, até lá meteu um dos governantes mais sacanas, enquanto carlos Costa foi um dos mais firmes defensores do extremismo de Passos Coelho.
Aposto que se o Louçã fosse o próximo presidente do Eurogrupo o BE diria maravilhas da escolha.
"Foi Cavaco Silva que inventou o kuduro e a kizomba"
«Ainda estou em choque, depois de ter lido no seu livro que o responsável pelo desenvolvimento do kuduro se chama Aníbal Cavaco Silva. Isto tem de ser explicado.
Foi quase esse o título do livro: Cavaco Silva inventou o kuduro. Depois sugeri Cavaco Silva inventou a kizomba, que é um bocadinho mais real. O Zeferino, como é um louco...
... Zeferino Coelho, editor da Caminho?
...sim, ele queria esse título, mais do que eu, inclusive. Tenho vindo a defender a teoria de que a explosão das várias músicas africanas, principalmente a kizomba, deve-se muito às políticas do governo Cavaco Silva, com a erradicação das barracas. Embora não seja uma política dele.
Foi no momento em que estava no governo?
Exato. E depois o boom dos centros comerciais. Quando cheguei a Lisboa, em 1995, havia bairros de barracas e uma segregação natural. Uma pessoa junta-se com as pessoas com quem tem mais afinidade. Havia o bairro dos ciganos, o dos cabo-verdianos e havia alguns angolanos. Com o PER [Programa Especial de Realojamento] as pessoas foram viver para o mesmo bairro e até para o mesmo prédio. É óbvio que não foi pacífico sempre mas as pessoas começaram a conviver, os miúdos começaram a ir para a escola juntos. Não me canso de me espantar quando na linha de Sintra ou na linha de Cascais, quando visito as escolas secundárias, vejo todos os miúdos - brancos, negros, ciganos, às riscas - a falar crioulo, como se fosse uma segunda língua, um código deles. Esse fenómeno só se deu depois desse tipo de políticas.» [DN]
Parecer:
Que bela invenção.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Esqueceram-se de avaliar o impacto económico do Brexit
«O ministro britânico para o 'Brexit', David Davis, admitiu hoje na Câmara dos Comuns que o executivo não fez uma avaliação formal do impacto da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) na economia nacional.
Davis, que falava numa comissão da câmara baixa do parlamento britânico, disse que o Reino Unido deve estar preparado para "uma mudança paradigmática" na forma como a economia funciona, a um nível equiparável ao da crise financeira de 2008.
"Não foi feita uma avaliação sistemática do impacto", disse Davis, antes uma "análise por setores" que não é "um prognóstico" sobre o que se vai passar na economia britânica após a saída da UE, prevista para 29 de março de 2019.» [DN]
Parecer:
O governo do Reino Unido no seu melhor.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»