terça-feira, dezembro 12, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Vieira da Silva, ministro

Não há nenhum compromisso cívico que obrigue uma personalidade política a envolver-se numa associação cívica, por melhores que sejam as suas intenções. É um casamento que só pode dar maus resultados e os políticos com ambições governamentais deveriam ter o bom senso de perceber que quando são convidados para dar a cara por certas instituições não é peolos seus belos olhos.

Casos como o da Rarísimas não são assim tão raros, o negócio da economia social depende dos revursos do Estado ou de grandes empresas que, por sua vez, também dependem do Estado. Quando estas associações e outras santas casas mais ou menos caridosas, destinem-se a apagar os fogos do estômago ou os das florestas, convidam políticos para casamentos de oportunidade com políticos promissores, visam apenas fazer ou receber favores políticos.

Vieira da Silva não é nenhum jovem com ambições, é um político experiente, um macaco com muitos calos no rabo. Quando se envolve nestas associações sabe muito bem ao que vai e assume as responsabilidades pelas suas opções. Se ainda não tinha aprendido a lição, acabou por a aprender agora e da pior forma. Como diz o povo, quem não quer ser urso não lhe veste a pele. Vieira da Silva vestiu-se dos pés à cabeça.

«O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) pediu uma inspecção global urgente ao funcionamento da associação de doentes Raríssimas, anunciou nesta segunda-feira o ministro Vieira da Silva, em conferência de imprensa.  

Tendo em conta “o justificado alarme” provocado pela divulgação de alegadas irregularidades na gestão financeira e pelas notícias de uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente, Paula Brito e Costa, o MTSSS solicitou à sua Inspecção-Geral que, com carácter de urgência, seja feita uma inspecção global à Raríssimas, disse o governante. Esta decorrerá nos próximos dias. Uma equipa dedicada irá avaliar todas as dimensões da instituição, explicou ainda Vieira da Silva.

Petição pela demissão da presidente da Raríssimas reúne mais de 1600 assinaturas em duas horas
Petição pela demissão da presidente da Raríssimas reúne mais de 1600 assinaturas em duas horas
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O ministro aproveitou para esclarecer que ocupou o cargo de vice-presidente da assembleia geral da Raríssimas entre 2013 e 2015, antes de integrar o Governo e que o fez apenas por "compromisso cívico" sem receber qualquer "contrapartida financeira". 

Garantiu igualmente que não teve informações sobre uma eventual gestão danosa da instituição, apesar de a associação já estar a ser alvo de investigação na sequência de uma denúncia sobre o não cumprimento de “todas as normas dos estatutos” das Instituição Particulares de Solidariedade Social.

"Relativamente às denúncias que foram feitas e divulgadas de gestão danosa nesta instituição, não tive, nem teve a minha equipa, nenhuma informação em particular do que foi divulgado pela TVI. Nunca recebi nenhuma indicação sobre actos de gestão danosa nessa instituição", assegurou.» [Público]

 Já tenho saudades do velho Intendente das putas e marinheiros



Marcelo até tem razão ao dizer que:

«"Temos de evitar que as pessoas, de repente, venham a Lisboa para ver estrangeiros. Não veem lisboetas e vão aos lugares típicos para ver franceses, brasileiros, asiáticos, africanos. Não é que não seja interessante, mas convinha haver pessoas e coletividades com a maneira de ser de quem vive em Lisboa"» [DN]

Temos que proteger as espécies indígenas no Intendente, ou senão é como ir ao Jardim Zoológico e não haver macacos.

Enfim, Marcelo fala tanto que começa a ter dificuldades em dizer algo que mereça ser ouvido.

 Andarão distraídos?

Ninguém se lembrou de questionar se o governo teria adoptado as medidas para evitar a queda de árvores, a pobre senhora que faleceu porque o Estado terá falhado não tem direito a presença presidencial no funeral ou a exigências de uma indemnização por parte da Cristas?

Parece que em Portugal há vítimas de primeira e vítimas de segunda. Desta vez nem sequer se lembraram de declarar que a nova prioridade do país passava a ser a prevenção das consequências provocadas por grandes tempestades. O nosso Marcelo parece estar a perder qualidades e desta vez nem foi fazer uma visitinha aos estragos provocados pela Ana. Enfim, teremos de esperar pelo Bruno ou por alguma tromba de água em Lisboa, de preferência ao mesmo tempo que o Tejo estiver com a maré cheia, aí sim, teremos matéria para animação presidencial.

 Que ganhe o Santana Lopes

O candidato não é grande coisa, já se sabe que vamos ter dois anos de circo itinerante, mas o sistema político português tem mais a ganhar com Santana Lopes do que com Rio. Santana assume-se claramente como sendo de direita, apoia claramente as políticas adotadas por Passos Coelho. Rui Rio não sabe bem se é de esquerda ou de direita, em vez de projetos políticos claros fala num 25 de Abril que ninguém percebeu o que era.

É bom que a direita deixe de andar armada em social-democrata, como se existisse uma social-democracia de esquerda ou uma democracia nascida da direita em vez de ser uma abordagem do marxismo. É bom que existe direita e esquerda e que tanto de um lado como do outro lado haja confronto entre projetos diferentes. É bom que o PCP e o BE não se confundam ou se armem em "PS". É mau que o CDS se assuma como apêndice do PSD ou que a única diferente entre os seus dirigentes e os do PSD seja o número de vezes que vão à missa.

Uma das piores heranças deixadas por Sá Carneiro foi esta capacidade da direita andar armada em esquerda, consequência dos tempos em que o PSD era um firme apoiante do MFA e grande defensor do socialismo. O PPD, depois PPD/PSD, é um caso de contrafação política, a ala liberal de um regime totalitário, para se disfarçar em democracia apropriou-se da designação de uma das grandes correntes do marxismo.

Santana Lopes é um dos poucos herdeiros da versão de direita e não travestida de Sá Carneiro, fazendo todo o sentido o regresso à designação de PPD, porque o seu partido nunca foi marxista, a não ser por mera conveniência cobarde, sempre foi de direita e populista. Rui Rio e muitos dos que o apoiam nada têm de social-democratas, como é o caso de personalidades como Pinto Balsemão ou Morais Sarmento que são tão de direita quanto Passos Coelho ou Pedro Santana Lopes, mas insistem num falso discurso político.

Há toda a vantagem em que se clarifique qual a diferença entre o CDS e o PSD e se for caso disso levar à extinção de um partido, foi um clã ao serviço da ambição política de Paulo Portas, sendo hoje uma frente de apoio aos negócios que o seu líder anda fazendo em paragens e em empresas especializadas na corrupção que grassa nalguns países.



É tempo de acabar com a farsa do centro e dos blocos centrais e de uma direita que por não se afirmar ideologicamente se organiza em torno de políticos que atuam como velhos senhores da guerra. Uma liderança do PPD por Rui Rio significa a continuação desta farsa que há décadas que apodrece a vida política portuguesa. O país e o PPD têm mais a ganhar com esta clarificação e não vales a pena sugerir que com este ou com aquele candidato o PPD ganha ou perde eleições. Rui Rio é um candidato tão fraco quanto Pedro Santana Lopes e não é por ser uma marioneta do Balsemão ou de Manuela Ferreira Leite que irá mais longe.

 Raríssimas





No negócio da caridade também há diferenças, há as de gente fina e as outras. A Raríssimas era o Jet Set da economia social, depois da sua presidente ter aparecido toda aperaltada a andar toda emproada e esticadinha ao lado da rainha de Espanha era o ver se te avia, não havia político que não gostasse de ser convidado para uma cargozito na associação. Ainda por cima a senhora era muito democrata e tinha o cuidado ter ter o seu próprio mini parlamento.

Agora que a coisa deu para o torto fogem dela como se tivesse sarna, já ninguém quer aparecer ao lado da pobre senhora. è o país que temos e no seu melhora, uma exposição viva de miséria humana. Uns pede inspeções, outros demitem-se, recusam convites que tinham acabado de aceitar ou querem que se apure a verdade.

Enfim, se doenças como a cobardia ou a hipocrisia não são "raríssimas" o que levou tamntos doentes com estas enfermidades a passarem por lá?

      
 Raríssimas
   
«A Raríssimas, Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, não podia aguentar-se à custa de um mecenas. Estes são raros em Portugal. Fosse o caso, uma Raríssimas rara porque a viver de dinheiros privados, não faria sentido a recente reportagem da TVI sobre a Raríssimas e a gestão da sua presidente. Cada um faz o que quer da sua caridade. Da sua. Mas a Raríssimas é uma instituição que, embora privada, sobrevive graças a subsídios estatais (665 mil euros em 2016). Porém, nem mesmo essa condição de dependente de donativos oficiais pode proibir à presidente os tiques de soberba que lhe são assinalados na reportagem. A presidente emprega o filho e apresenta-o publicamente como "o herdeiro da parada" (isto é, da Raríssimas); a presidente fazia levantar o pessoal de cada vez que ela passava no corredor; enfim, a presidente é quero, posso e mando... Não gosto, mas não é isso o essencial. Sempre houve grandes dirigentes com manias dessas e bem estúpido seria a TVI, eu e os leitores exigirmos modéstia aos grandes fazedores. Até Albert Schweitzer, quase santo, era paternalista com os seus doentes leprosos, no Gabão... O problema com a presidente da Raríssimas, e que torna útil a reportagem da TVI, é que a senhora não pode vestir--se caro, andar de carro de gama alta, ter um salário desmesurado e essas despesas serem imputadas à Raríssimas. Isto é, se ela quer fazer caridade paga pelos contribuintes não pode ser consigo própria. Acresce ao abuso público uma indecência: o prejuízo causado por ela a gente e instituições que, ao contrário da senhora, não abusam. E esse é o crime maior. A presidente da Raríssimas atirou os deficientes portugueses, raros ou não, para o seu destino vulgar: em nome deles serem ainda mais desapossados.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 Outro "raríssimo"
   
«O deputado do PSD Ricardo Baptista Leite já não vai assumir as funções de vice-presidente da associação Raríssimas, cargo para o qual tinha sido convidado e que se preparava para começar a desempenhar. “Não existem, naturalmente, condições e informarei o presidente da Assembleia Geral disso mesmo”, diz ao Observador.

O convite feito por Paula Brito e Costa, presidente da associação, tinha recebido resposta positiva do deputado há cerca de duas semanas. Nesse momento, diz Baptista Leite, o deputado ainda não tinha qualquer indício de eventuais irregularidades na gestão da Raríssimas. No final da semana passada, a “preocupação” instalou-se com a reportagem da TVI em que se dá conta de que a presidente estaria a usufruir de dinheiro da instituição em benefício próprio – comprando roupas, usando carros de alta gama, entre outros gastos.» [Observador]
   
Parecer:

Digam o que disserem uma boa parte dos nossos políticos ia comer nn mão da senhora, apareceu ao lado da rainha de Espanha e depois todos querem aparecer ao lado dela.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»