domingo, abril 04, 2010

Semanada

Esta semana supostamente santa de santa teve muito pouco, foi uma semana negra, tão negra quanto os fundos dos mares onde navegam os submarinos que um dia assegurarão a nossa segurança. Foi negra para o negócio dos submarinos, igualmente negra para o papa que viu o seu nome associado à pedofilia.

A Igreja ainda não percebeu que não é com evasivas ou com truques de propaganda que se livra do problema da pedofilia, os bispos ainda não entenderam que o problema não está nos padres pedófilos, está sim no seu encobrimento ao longo de décadas. Durante muitos anos a Igreja em vez de enfrentar os problema e livrar-se dos padres pedófilos optou por os encobrir e proteger. Durante décadas usou do seu poder junto da sociedade para proteger a sua imagem sem nada fazer contra os seus criminosos.

Tão silenciosos como andou a Igreja durante muitos anos são os nossos magistrados, habitualmente dados a jogos de comunicação optaram por submergir no caso dos submarinos. Apanhados de surpresa pelo Ministério Público alemão lá se desculparam com o argumento de que as autoridades alemãs não lhes ligam nenhuma, o que, aliás, é compreensível, se eu fosse um magistrado alemão e me pedissem informações perguntava se queriam que as mandasse para a PGR ou as enviasse logo para a Felícia Cabrita. Mais nervosos ficaram os almirantes, houve mesmo um que alertou para o encerramento da Autoeuropa se o negócio fosse suspenso, como se a VW e a Alemanha fosse um país de corruptos.

EM silêncio ficaram os governantes do PSD que fizeram o negócio, os amigos de Durão Barros informaram mesmo que o primeiro-ministro nada teve a ver com o maior negócio do seu governo, só soube dele na reunião conselho de ministros que o aprovou, isto é, o CDS ficou com o negócio dos submarinos e o PSD com as famosas obras de reconstrução do Iraque, o argumento usado para o envio da GNR para aquele país. Paulo Porta optou por fugir para a frente e veio garantir que não tinha medo de processos, em 80 apenas perdeu um. Enfim, mais processo, menos processo.

Igualmente silencioso que nem um submarino anda Pedro Passos Coelho, o mesmo já não se pode dizer de Ângelo Correia, o seu patrocinador. O patrão de Ângelo Correio não conteve a excitação e durante a semana deu entrevistas em tão grande número que ultrapassou mesmo as liturgias católicas dedicadas a esta semana.