terça-feira, abril 20, 2010

Um país de doidos

Sabe quantos serviços de finanças há em Portugal? Cerca de 370. Sabem quantos há em Espanha? São apenas 70!

Sabe quantas juntas de freguesia tem o concelho de Lisboa? A capital do país onde há 521.678 eleitores inscritos conta com 53 freguesias. Sabem quantas freguesias tem Amarante que conta com 54.021 eleitores inscritos? Com menos de quarenta freguesias, algumas delas com pouco mais de trezentos eleitores. p concelho de Amarante quase rivaliza com a Assembleia da República em número de eleitos, neste país alguns dos presidentes de junta receberam menos votos do que a administração de alguns condomínios.

Sabem quantas consultas dava em média o SAP de Valença que levou muitos dos nossos nacionalistas da bola a içarem bandeiras espanholas num local onde muitos dos seus antepassados morreram a defender a independência nacional? Nada mais do que uma média de 1,7 doentes por noite, isto é, um médico e um enfermeiro para 1,7 consultas por noite, uma boa parte das quais não eram certamente urgentes.

Algum político da oposição ou os tais da cidadania que aparecem sempre que cheira a populismo discutiu os números? Não.

Este é um país de doidos, tesos mas doidos na hora de gastar o dinheiro dos contribuintes. Por estas bandas nada se racionaliza, tudo aumenta numa lógica que resulta da mistura do populismo mais idiota com o eleitoralismo pacóvio. Aumentam as freguesias, aumentam os concelhos e na hora de falar em ordenamento há quem defenda a manutenção deste modelo anacrónico para em cima dele se instalar a regionalização.

Constroem-se novos hospitais porque as novas tecnologias da saúde assim o exigem, o orçamento da saúde cresce exponencialmente mas na hora de racionalizar o modelo todos, desde o Paulo Portas a Manuela Alegre, alimentam-se da ignorância para se oporem. OS modelos vão-se acumulando porque é impossível criar um novo modelo substituindo o anterior.

Os do norte querem as scut porque se dizem discriminados em relação aos do sul, os do Porto querem uma Casa da Música porque os de Lisboa têm o CCB, os do Algarve querem a Via do Infante à borla porque os das Beiras têm o mesmo benefício. É uma escalada idiota de argumentação estúpida de um país de loucos que estão convencidos de que devem ser os vizinhos que pagam a despesa.

Enquanto esta loucura colectiva se mantiver e for alimentada por políticos de baixo nível e sem escrúpulos na hora de conseguirem os votos necessários para assegurar privilégios duvido de que este país tenha concerto. Por este andar não vamos precisar de recorrer ao apoio da senhora Merkel ou do FM, teremos de criar uma organização psiquiátrica nacional habilitada a tratar de países doidos.