quarta-feira, janeiro 03, 2007

Previsões: o que não vai suceder em 2007


A previsões políticas já começa a ser tão rotineiras que mal o ano de 2007 começou e já se sabe o que vai suceder, a não ser que Bush faça alguma das suas é certo e sabido que nem Marques Mendes vai ser primeiro-ministro nem Azevedo Soares, um dos seus vices, será promovido a almirante. Paulo Portas não se vai casar, nem mesmo com aquela jeitosa que uma vez se fez fotografar na banheira ao lado de Marco Paulo e não será este que Jerónimo de Sousa vai assaltar o Palácio de Inverno nem Sócrates o vai construir.

Na economia é o que se vê, continuaremos na sala de cuidado intensivos com os especialistas atentos aos mais pequenos sinais de vida, dando maior ao mais pequeno movimento de um dedo do pé do que dantes davam a dois pontos na taxa de crescimento.Na política vai ser o sossego do costume, apenas quebrado por meia dúzia de declarações de voto de Manuel Alegre, umas dezenas de providências cautelares, os discursos da praxe do Presidente da República, e pouco mais, a não se que Louçã recupere o humor e conte alguma anedota nova pouco ou nada nos vai surpreender. A única dúvida reside em saber qual a pena divina que o senhor Cardeal vai aplicar aos que votem sim no referendo do aborto.

Não havendo dúvidas quanto ao que vai suceder, resta-nos fazer previsões quanto ao que não acontecer em 2007:

  • Os bancos não vão pagar mais impostos nem alinhar as taxas dos depósitos bancários com a taxa do Banco Central Europeu.
  • Não vão haver investimentos no ensino e nas universidades, até porque nos próximos anos a procura de emprego promovida pelas grandes obras públicas se vai centrar nos serventes de pedreiro.
  • A modernização do Estado não vai passar pela melhoria dos modelos de gestão nem pela escolha criteriosa dos dirigentes.
  • A nossa política económica não terá como objectivo a melhoria do nível de vida dos portugueses, isso seria muito negativo para a nossa competitividade externa.
  • O dr. Constâncio não vai ter que fazer mais nenhum relatório para apurar o défice, agora que os portugueses ganham menos e pagam muito mais impostos as contas já andam certinhas.
  • Os impostos não vão baixar nem é previsível que isso venha a suceder enquanto a evasão fiscal aumentar, como sucedeu em 2006 em que o resultados dos impostos sobre o consumo evidenciam uma fuga generalizada.
  • O grupo SONAE vai continuar a ganhar bom dinheiro sem investir em investigação, vai prosseguir a sua estratégia assente numa economia de raparigas do shopping.
    O Governo vai continuar a desconhecer a existência de software “open source” optando por prosseguir na microsoftização do país.
  • Não se vai voltar a falar de plano tecnológico, os projectos que estavam em curso já deram para alimentar o SIMPLEX.
  • Bush não vai sofrer nenhum upgrade pelo que o mundo vai ter que suportar a sua falta de inteligência.
  • António Borges não vai abandonar a Goldman Sachs para vir salvar o PSD e o país, o Benfica não vai ganhar o campeonato e Paulo Portas não vai tratar da descendência o que, aliás, é a única coisa boa que ele fez (ou não fez) na vida.