domingo, janeiro 28, 2007

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Saída de Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Win McNamee/Getty Images]

«Veteran Rick Hohensee displays a home-made sign at the Veterans for Peace rallat the U.S. Capitol.» [Washington Post Link]

JUMENTO DO DIA


Hipocrisia

Ao fim de meses de ter decido que o PSD não tomaria posição sobre o referendo, Marques Mendes adopta a postura do cardeal e faz campanha pelo não o que, aliás, não é criticável. O que deve criticar-se é que Marques Mendes não tem opinião própria, limita-se a repetir os argumentos que o lado do "Não" e, principalmente, Marcelo Rebelo de Sousa vai adiantado. E como se isto não bastasse vem pedir para que o referendo não fosse politizado, esquecendo que a AR tem competências nesta matéria e só uma questão de princípios de Sócrates levou a que o referendo se realizasse.

COMBATER A CORRUPÇÃO

Há muito que defendo que o combate contra a corrupção começa por evitá-la e se não forem adoptados padrões de gestão da Administração Pública que reduzam o risco de facilitar comportamentos corruptos, dificilmente é a justiça que irá resolver o problema. Por isso nunca fui um fã das propostas de João Cravinho, ainda que todas as medidas que combatam essa grande causa do nosso subdesenvolvimento devam ser apoiadas, nunca serão de mais e se isso suceder eliminam-se.

Mas se não forem adoptadas medidas ao nível da gestão da Administração Pública terão que ser adoptadas medidas ao nível de investigação que aumentem a eficácia da justiça. O Governo terá que escolher um , senão mesmo os dois caminhos, sob pena de vir a ser responsabilizado politicamente por todos os casos de corrupção que venham a ocorrer.

PROPOSTA

Proponho que o Governo contabilize quanto já se investiu e ainda se vai investir em Alverca e nos explique qual vai ser o retorno desse investimento, comparando-o com o que resultaria se fosse investido noutros domínios da agricultura. A dimensão dos investimentos justifica um estudo sério, e como este Governo gosta muito de encomendar estudos...

O POLVO

Marina Costa Lobo escreve em defesa das propostas de João Cravinho:

«É preciso dizer que todos os estudos consultados convergem para a importância da história e da cultura política que conduzem a um padrão de aceitação e reprodução de comportamentos corruptos. Logo, não há soluções mágicas nem mudanças a breve trecho. Apesar disso, existem vários casos de agências anticorrupção tidas como bem sucedidas, nomeadamente no Chile, Hong Kong, Austrália e Singapura. [Huther e Shah, Anti-Corruption Policies and Programs, World Bank Working Paper n.º 2501, 2000]. A questão-chave é que o sucesso destas agências depende essencialmente da natureza do Estado, e da qualidade da governança, entendida como um conjunto de indicadores desde o funcionamento da justiça à estabilidade política, à transparência e eficácia da administração pública. Portugal encontra-se mais uma vez numa posição intermédia nestes rankings, e nesses casos e nos de Estados com boa governança as agências anticorrupção podem ter uma influência positiva. A criação da comissão de Cravinho, se tivesse independência e recursos para exercer o seu mandato (um grande se), poderia ajudar a mediatizar e a dificultar a possibilidade de ganhos ilícito da política. As alterações da moldura penal, mas essencialmente o bom funcionamento da justiça, seriam fundamentais a efectivar o resto da equação, nomeadamente a aplicação de sanções.» [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O LIMITE DOS ARGUMENTOS

Pedro Lomba junta a sua voz ao sim:

«Em 1998 votei "não" no referendo do aborto, agora vou votar "sim". A mudança de opinião numa matéria tão sensível como o aborto tem uma dimensão pessoalmente dramática que não pretendo minimizar. Porquê esta mudança? Tenho aprendido que as nossas convicções devem ser sempre testadas e reanalisadas. Perante os factos, perante nós mesmos, perante outras convicções. Não se trata de oscilação mas de prudência. Em 98 eu era substancialmente mais novo. Talvez não pesasse a extrema complexidade da questão do aborto. E lembro-me da minha reacção epidérmica ao discurso do "sim" que se ouvia naquela altura. Não era apenas o absolutismo moral das mulheres que se agarravam aos seus direitos, indiferentes ao choque de valores que o problema do aborto suscita. Era tudo: os conflitos com os católicos, os cartazes absurdos do PSR, o radicalismo da extrema-esquerda e do PCP, que usavam o assunto como arma política, a ausência de moderação e de espírito de compromisso. Neste referendo temos ouvido muitas declarações disparatadas, mas nada que se compare com o que se passou em 98. » [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DE ONDE VEM TANTO DINHEIRO

O editorial do Expresso faz a mesma pergunta que nós fazemos:

«Teme-se que a resposta mais óbvia seja que parte desse dinheiro é de todos. Do Estado, lesado em preços (para baixo, quando vende, para cima, quando compra) e em impostos que não são pagos. De corrupção, de tráfico de influências, de pequenos e grandes favores, de uma cultura que não respeita o que é de todos porque entende, falsamente, que o que é de todos não é de ninguém.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aplique-se.»

GUANTÁNAMO OU O ESPLENDOR DA HIPOCRISIA

Miguel Sousa Tavares escreve em defesa de Carlos Coelho e Ana Gomes a propósito de Guantánamo:

«É preciso, pelos vistos, começar por lembrar o óbvio: Guantánamo não foi nem é uma prisão como outra qualquer. Guantánamo é o território zero dos direitos humanos, maravilha fatal da nossa idade. Os que lá estiveram e estão presos não foram condenados por qualquer tribunal, não foram mandados prender por nenhum juiz, não foram interrogados por qualquer magistrado, não foram defendidos por nenhum advogado, não recebem visitas da família nem de ninguém. Não são presos comuns nem gozam do estatuto de prisioneiros de guerra e também não são sequer presos políticos, ao abrigo de uma qualquer legislação de excepção. Juridicamente, os presos de Guatánamo inauguraram uma nova condição penal de que não havia registo desde os mais fundos tempos da barbárie, incluindo os «goulags» estalinianos: são não-existentes. O Exército e o Presidente dos Estados Unidos reservam-se o direito de não dizerem, nem às famílias, quem é que têm preso, desde quando, por que razões e por quanto tempo. O fundamento ético e jurídico para isto é a “luta contra o terrorismo” - essa infinita nebulosa do direito inaugurada após o 11/9. Mas, pelo menos de acordo com as regras fundadoras da democracia, tal como as conhecemos, isto não é uma forma de luta contra o terrorismo: é, sim, uma luta entre terrorismo de um lado e terrorismo do outro lado.

Para transportar os presos americanos com destino a Guantánamo, desde o Afeganistão ou outros países da Ásia e do Médio-Oriente, os aviões da CIA tiveram de sobrevoar e fazer escala pelo caminho em território europeu. O que o Parlamento Europeu tentou apurar nos últimos meses é quais foram os governos europeus que concederam autorização para tal, em que condições e com que fundamento. Porque a ninguém passa pela cabeça que pelo menos 1245 voos da CIA já detectados tenham sobrevoado e aterrado em aeroportos europeus sem que os respectivos governos tivessem tido a curiosidade de indagar qual era a sua missão. Queria-se, pois, apurar o que terá levado governos europeus - entre os quais, o português, que autorizou pelo menos 118 voos da CIA - a tornarem-se coniventes com a infâmia de Guantánamo. E, já agora, queria-se também uma explicação para o facto de o terem feito em total secretismo, longe da vista e da opinião pública, depois de alguns deles, entre os quais o português, já se terem tornado também no passado coniventes do embuste montado pelo «staff» de Bush para justificar a desastrada invasão do Iraque.

Dêem-se as voltas que se derem ao texto, não há questão mais política e mais pertinente do que esta. Eu sei, todavia, que há sempre lugar para invocar as ‘razões de Estado’ a fim de silenciar o que não convém e apelar ao silêncio sobre as ‘questões sensíveis’. Na argumentação sibilina e subliminar utilizada contra os dois deputados portugueses que no Parlamento Europeu tentaram forçar o Governo português a contar o que se tinha passado, não faltou mesmo a insinuação de falta de patriotismo. Eu sei que é bem mais conveniente que os terroristas islâmicos nuca venham a conhecer a fundo a verdadeira dimensão do envolvimento de Portugal com algumas coisas que, justamente por isso, foram mantidas secretas. Mas há outra maneira de ver as coisas, a maneira democrática: Portugal, sob a liderança leviana de Durão Barroso, comprometeu-se, quer com a invasão do Iraque quer com os voos da CIA para Guantánamo, muito para lá do que era do interesse nacional e da opinião da maioria dos portugueses: isso, sim, pôs em perigo a nossa segurança, para já não falar da independência da nossa política externa. Vi há tempos Durão Barroso ser confrontado, numa entrevista televisiva, com o seu papel na aventura do Iraque. Naquele seu tom de ‘estadista’ que sabe e alcança muito mais do que o comum dos mortais, respondeu, em tom displicente que, de facto, nem tudo no Iraque tinha corrido como ele tinha previsto e que se sabem hoje coisas que então se não sabiam. Mas, concluía ele, para salvar a face, com as informações então disponíveis hoje teria decidido comprometer-nos por igual. Ora, isto, como sabemos, é falso: Durão Barroso jurou então ter visto “provas” conclusivas sobre, nomeadamente, a existência de armas de destruição maciça no Iraque. Mas essas “provas” foram então negadas pelas inspecções no terreno, pelas Nações Unidas e pela grande maioria dos governos. E hoje sabemos que, pura e simplesmente, não havia armas, pelo que não podia haver “provas”. Afirmar hoje - depois de centenas de milhares de mortos, com o Iraque numa situação sem saída, o Médio-Oriente pior do que nunca e a ameaça terrorista tornada exponencial devido ao Iraque - que decidiria da mesma maneira com as “informações” que então tinha é de uma leviandade absoluta. E é a prova, essa sim, decisiva, de que o secretismo das tão invocadas ‘razões de Estado’ serve muitas vezes para esconder a incompetência, a leviandade ou a agenda pessoal e inconfessável dos governantes. Por isso é que a questão da cumplicidade europeia com Guantánamo não é uma questão menor nem uma questão que deva ser remetida ao silêncio em nome dos “superiores interesses nacionais” ou europeus. É, antes, uma questão determinante em termos de política externa e reveladora em termos de conhecimento do carácter de quem nos governa. Perguntem a Luís Amado, enquanto cidadão, o que acha ele de Guatánamo, e ele vai responder que acha intolerável; mas perguntem-lhe o mesmo, enquanto ministro dos Estrangeiros, e ele vai jogar com as palavras, vai deliciar-se em jogos florentinos de linguagem diplomática e vai acabar a mentir de óptima consciência. Porém, face ao que se passou no Iraque e não só, sabemos já que isto não faz parte da inevitabilidade da natureza da política: faz parte da consequência natural da política que se oculta por ser má.

Contra Carlos Coelho e, sobretudo, contra Ana Gomes, levantou-se um coro hipócrita do ‘patrioticamente correcto’ que conseguiu inverter os termos da equação: estava certo, não quem queria saber a verdade, mas quem queria ocultá-la. Socialistas eternamente disponíveis para todo o serviço, medíocres e carreiristas de todas as horas, caíram em cima de Ana Gomes como se ela fosse um vende-pátrias ou uma louca inimputável. O relatório do Parlamento Europeu, esta semana divulgado, vem dar razão a Carlos Coelho e a Ana Gomes. Mas fica, como ele próprio reconhece, claramente aquém do apuramento de toda a extensão dos factos. Por ora, ficámos a saber apenas que uma série de governos europeus foram consciente e voluntariamente cúmplices dessa ignomínia que é a prisão de Guantánamo. O que quer dizer que apregoam valores e princípios que, na hora das escolhas, não perfilham. Dormem tranquilos, obviamente indiferentes à sorte de um qualquer Ahmed capturado algures no Afeganistão e sepultado vivo em Guantánamo: uma simples abstracção, que não lhes tira o sono. Mais tarde, talvez quando forem desclassificados os documentos da CIA, eu suspeito que ficaremos a saber que a conivência de Portugal foi muito para além do que até agora se descobriu.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CEM PAULOS MACEDOS

Provavelmente porque não se deu ao trabalho de consultar os dados da DGO e escreve com base no que lês na comunicação social António Pires de Lima defende Paulo Macedo, se estudasse bem os dados poderia concluir que a DGCI passaria bem:

«À contestação, o dr. Paulo Macedo foi respondendo com trabalho. Aproveitando a informatização dos serviços, iniciada nos governos PS, e a agilização dos mecanismos de utilização de dados, aprovados pela maioria PSD/CDS, o gestor soube motivar uma equipa, até então desmoralizada e alvo de críticas constantes. Em poucos anos, a administração fiscal portuguesa de obsoleta passou a modelo de eficiência. Os contribuintes são hoje invadidos com notificações fiscais reclamando dívidas, exigindo juros, cobrando coimas. A linha da razoabilidade foi mesmo ultrapassada quando se exige ao vulgar cidadão que abdique do seu segredo bancário para poder reclamar qualquer incidência fiscal em que se julgue credor de razão.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por falta de rigor e desconhecimento da realidade.»

CASO BRAGAPARQUES

PJ desconfia que parte do dinheiro serviu para financiar partidos:

«A Polícia Judiciária (PJ) está a seguir uma pista de dinheiros relacionados com suspeitas de financiamento partidário ilícito, na investigação do designado caso Câmara de Lisboa/Bragaparques, que esta semana originou mais de uma dezena de buscas. Em causa no inquérito do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa estão as condições em que ocorreram os negócios entre a autarquia e a Bragaparques - pertencente ao grupo Rodrigues & Névoa, de Braga - nos casos da permuta, em 2005, do Parque Mayer com metade dos terrenos da Feira Popular, em Lisboa. Sob escrutínio, mas noutro inquérito no DIAP, está também o negócio urbanístico do Vale de Santo António, em Lisboa, que envolve uma outra empresa construtora.» [Jornal de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adivinhem quais foram os partidos.»

COMISSÃO ANTI-CORRUPÇÃO PROPOSTA POR CRAVINHO TRAVADA PELO PGR

Que se manifestou contra por poderem existir conflitos com

«Segundo a edição online do semanário "Sol", o grupo de trabalho, criado pelo PS, para tratar das propostas anti-corrupção do deputado João Cravinho, ainda chegou a acordo sobre a criação da referida comissão. Mas acabou por a deixar cair depois de constatar a oposição de Pinto Monteiro. O PGR entenderia que a comissão poderia levar a conflitos de competências com a Procuradoria e o Ministério Público, à semelhança do que foi expresso pelo próprio primeiro-ministro, José Sócrates, no debate mensal desta semana no Parlamento.» [Jornal de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se a Pinto Monteiro que torne pública a sua opinião, já que o debate sobre a luta contra a corrupção é um debate público em que é bom que saibamos qual a opinião de todos os seus intervenientes.»

MANIPULADOS E POPULISTAS

Helena matos escreve um dos melhores artigos que já lis sobre a justiça portuguesa:

«O caso de Torres Novas acusa uma mudança terrível na sociedade portuguesa: terminou a fase em que simplesmente não se acreditava na justiça. Neste momento podemos estar a passar para o tempo em que desobedecer à justiça aparece aos cidadãos como a única saída moralmente aceitável. Mas não só. Podemos estar também perante um caso em que as forças da segurança não só não cumprem uma ordem dum tribunal como alguns responsáveis, embora não o verbalizem, esperam também que eles não o façam.

E os portugueses, que aturam com indiferença as decisões mais inexplicáveis dos seus dirigentes (onde se contam pessoas como Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres que, para deleite próprio, engendraram o referendo ao aborto), os portugueses, esse povo que é sempre a decepção dos seus líderes, interessam-se, acompanham e acham que têm uma palavra a dizer em casos que envolvam os direitos das crianças. Querem discutir a sua justiça nesta matéria. Provavelmente porque do restante já desistiram. » [Público assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MACEDO O GLADIADOR

Temos um novo artista de circo:

«Outro factor de “motivação” foi a exibição de partes do filme de Ridley Scott, ‘O Gladiador’, em que o protagonista, o actor Russell Crowe interpreta um general romano caído em desgraça. A cena em que o general (Maximus) luta na arena romana com outros gladiadores e os incita à união para sobreviverem foi exibida, como forma de apelar à união de todos os trabalhadores do Fisco, para ultrapassarem as dificuldades.» [Correio da Manhã Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «As coisas a que a Opus Dei recorre...»

PSD AVANÇA COM PACOTE ANTI-CORRUPÇÃO

Recuperando as propostas de João Cravinho:

«Segundo um projecto de lei ontem entregue pelo PSD na Assembleia da República, "o titular de cargo político ou de alto cargo público que, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, directa ou indirectamente, por causa das suas funções, mas sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial de pessoa que perante ele tenha tido, tenha ou possa vir a ter qualquer pretensão dependente do exercício das suas funções pública, é punido com pena de prisão de um a oito anos".» [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

A NOVA FRONTEIRA DA BATALHA DO NÃO

É a Constituição da República:

«"Na lei de 1984 há um ponderação de valores entre a vida humana e o direito à saúde e dignidade da mulher. Aqui não há nenhuma realidade constitucionalmente admissível que justifique pôr em causa a vida humana", afirmou Jorge Miranda, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), onde foi apresentado um grupo de 42 professores de Direito de várias universidades do país que defendem o "não" no referendo sobre aborto. Questionado sobre se, em caso de vitória do "sim", a legislação futura violará a Constituição, Jorge Miranda respondeu afirmativamente. » [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Jorge Miranda que para rever a CR não vai ser necessário qualquer outro referendo e que os deputados partidários do "Sim" representam uma maioria constitucional.»

MULTIPLICAM-SE AS SITUAÇÕES IDIOTAS

Devido a uma lei estúpida:

«O presidente da Associação de Planeamento Familiar do Algarve, António Filhó, garantiu ontem que várias mulheres adquirem o estatuto de "emigrantes por um dia" em Espanha para poderem interromper a gravidez com comparticipação estatal. "Nas clínicas espanholas, as pacientes preenchem a papelada que as torna emigrantes por um dia, o que lhes garante que os custos sejam reduzidos para metade", afiançou aquele defensor do "sim" no referendo de 11 de Fevereiro durante um debate com adeptos do "não", realizado esta tarde na Escola Secundária João de Deus, em Faro. » [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Conceda-se a nacionalidade espanhola a todas as portuguesas.»

ADOPÇÃO FORÇADA GRAÇAS A ESTRATÉGIA DE FACTO CONSUMADO

Com a ajuda do Tribunal Constitucional:

«Há muito que Sara Cabeleira sustenta que os seus constituintes cumprirão uma ordem judicial que "se lhes imponha", o que significa que o seu entendimento é de que ainda não houve uma ordem de entrega da criança que considerem legítima. Para tal, baseiam-se no facto de a decisão de regulação do poder paternal estar ainda pendente de um recurso interposto no Tribunal Constitucional, não tendo assim transitado em julgado. O referido recurso, que deu entrada naquela instância há cerca de dois anos, sustenta que o casal deve ter legitimidade para recorrer da decisão que atribuiu o poder paternal a Baltazar Nunes, pai biológico de E.. Um primeiro recurso impugnando a decisão foi indeferido pelo Tribunal da Relação de Coimbra. É dessa impugnação que o casal recorre agora para o Tribunal Constitucional, onde o Ministério Público já acolheu, nas suas alegações, a argumentação do casal, considerando que o "superior interesse da menor" justifica que quem a criou desde os três meses possa ser parte no processo de regulação do poder paternal.» [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Tribunal Constitucional se vai decidir sobre a Esmeralda ou o acórdão vai aplicar-se à sua descendência.»

BPI 1 - 0 OPUS DEI

Millennium reconhece que a sua OPA está derrotada, agora só resta que perca a OPA que lançou sobre a DGCI:

«O Millennium bcp não vai retirar a sua oferta de compra do BPI, mas reconhece que “resolver a operação no mercado deixou de ser possível“. Isto porque o Banco de Portugal autorizou a catalã La Caixa a subir a participação no BPI até aos 33% quando a OPA já estava a decorrer. “Constâncio vai ter de explicar a sua benevolência“, dizem do lado do BCP.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dêem-se graças a Deus.»

UM TESTEMUNHO PELO "SIM"

Vindo do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim:

«Dezasseis anos depois, a voz de Alexandra (nome fictício) ainda fica embargada quando fala sobre aquela ida à Costa de Caparica. O ano de 1992 tinha entrado há menos de uma semana. Alexandra, 17 anos, estava desesperada com a gravidez indesejada, fruto de um namoro conturbado com um luso-francês de 24 anos. “Ele queria que eu fosse viver com ele para Paris”. Mas Alexandra tinha outros planos: acabar o liceu, entrar para a faculdade e estudar direito. O casamento era algo tão distante quanto a capital francesa.

Quando sentiu os primeiros enjoos ligou para Paris e contou ao namorado. “Ele confessou que tinha furado o preservativo. Disse-me que agora eu não tinha saída. Tinha que ir para França e casar com ele porque não admitia que eu matasse o filho dele”, recorda.

Aflita, Alexandra correu para casa. “Passou-me tudo pela cabeça, até cortar os pulsos”. A mãe, divorciada, estava na cozinha a fazer o jantar. “Contei-lhe o que se estava a passar e ela levou-me ao médico de família que nos recomendou uma parteira na margem sul”. Mais tarde, descobriu que o médico recebia uma comissão por cada mulher que abortava naquelas condições.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao cardeal e ao diácono de Castelo de Vide, para os devidos efeitos»

DIMINUIU O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Graças às aposentações:

«A Administração Pública terminou o ano passado com menos 10.776 funcionários. De acordo com dados ainda provisórios fornecidos pelo Ministério das Finanças, foram admitidos 9010 funcionários entre Janeiro e Dezembro de 2006 enquanto, no mesmo período, passaram à reforma 19.786 pessoas. A maior parte das aposentações aconteceu na Administração Central com quase 15 mil saídas.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Como uma vez disse Cavaco Silva o problema resolve-se com a idade.»

ARGUMENTO IDIOTA

O do Millennium para forçar a sua OPA:

«A estratégia de ataque do BCP na tentativa de comprar o BPI está a mover-se cada vez mais para o campo político. O argumento é que à medida que o capital do BPI vai sendo comprado por entidades estrangeiras, diminuem as hipóteses de criar um campeão nacional na banca.
É uma evidência que o BPI é um banco onde o capital estrangeiro tem um peso cada vez maior. Aliás, o anúncio esta semana de que a espanhola La Caixa já tem 25% fez com que a maior parte do capital do BPI ficasse nas mãos dos três accionistas que há anos apoiam a estratégia do banco. Além dos 25% da La Caixa, o brasileiro Itaú tem 17,5% e a alemã Allianz 9%. Juntos têm já 51,5% do banco (embora os direitos de voto estejam limitados a 17,5%) e é natural que este peso aumente ainda mais, na medida em que a La Caixa anunciou esta semana que quer aumentar a sua posição até aos 30%.»
[Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Antes os espanhóis do que a Opus Dei.»

SÓCRATES ELOGIOU PAULO MACEDO?

Muito curiosa a interpretação que o jornalista do Jornal de Notícias fez das palavras de José Sócrates:

«Sócrates admitiu que "o bom trabalho foi feito até antes do actual Governo", uma referência a Paulo Macedo, que foi requisitado para a administração fiscal quando Manuela Ferreira Leite era ministra das Finanças. "Estamos muito satisfeitos com a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI)", afirmou.» [Jornal de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao jornalista que leia novamente as gravações pois as frases que cita dão para muitas interpretações, o mesmo se podendo dizer da intervenção do ministro das Finanças.»

MAIS DINHEIRO PARA O CHARCO DE ALQUEVA

Mais 900 milhões de euros:

«O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje, em Beja, que estão garantidos os 900 milhões de euros para concluir "mais rapidamente" o Alqueva, até 2015, projecto de "enorme importância nacional" e que "já está a dar frutos".» [Público Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao ministro da Agricultura que proponha em Bruxelas a criação da Organização Comum de Mercado da relva para campos de golfe.»

SANTANA LOPES SACODE A ÁGUA DO CAPOTE

E diz que o Eng. Carmona é uma invenção de Marques Mendes:

«Santana Lopes decidiu ontem quebrar o silêncio sobre a tempestade política que varre a Câmara de Lisboa para lembrar que a candidatura de Carmona Rodrigues ao município lisboeta resultou de uma escolha pessoal de Marques Mendes. "Na altura toda a gente dizia que o professor Carmona Rodrigues é que era bom, é preciso lembrar isso agora, levei muita pancada política", declarou o deputado, sublinhado o "muito que lhe custou" abandonar a câmara. "Quem tinha de decidir se queria ou não que eu continuasse era o povo, mas foi uma decisão do presidente do partido", acrescentou.» [Público Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Digamos que o Carmona saiu melhor do que a encomenda.»

O CONCLAVE CORREU BEM A PAULO MACEDO?

As várias opiniões que ouvi acerca das intervenções do ministro das Finanças e de José Sócrates apontam para um grande cuidado de ambos em elogiar a DGCI e os seus funcionários sem permitir que as suas palavras pudessem ser interpretadas como a entronização de Paulo Macedo.

É mais do que evidente que este encontro foi o culminar de um programa de promoção pessoal que levaria Paulo Macedo a Presidente da República, se o lugar não estivesse já ocupado por Cavaco Silva, o objectivo era forçar o Governo a anunciar a sua recondução. Isso não sucedeu e depois da indignação gerada pela missa de acção de graças e com muitas vozes a desconfiar dos milagres anunciados por Paulo Macedo, que neste capítulo nos lembra Edir Macedo, o bispo da IURD, Paulo Macedo sai fragilizad deste encontro. Esgotada a campanha não alcançou o seu objectivo e gerou antipatias que não tinha antes de a começar. A estratégia parecia brilhante, lançou a a confusão na máquina fiscal, gerou oposição como nunca se tinha vista, coleccionou inimigos nos meios laicos e menos sensíveis ao perfume do dinheiro do Millennium, mas acabou mal.

Ainda por cima meteu umas gaitas na boca dos chefes do fisco e pô-los a dar uma gaitada colectiva que vai ficar no anedotário do fisco, para não referir o uso abusivo que fez da imagem do filme do Gladiador.

PS: Um dos momentos mais altos foi a apresentação do vídeo onde foram apresentadas as grandes obras de modernização empreendidas. Ficámos a saber que a grande obra no domínio das instalações foi a reparação do soalho do edifício do IVA. Como diria uma das personagens do filme a Idade do Gelo: "Que grande evolução!".

TRISTAN "SHU" LEBESCHU [Link]

TREY RATCLIFF [Link]

SENSITIVE LIGHT [Link]

SUXIE [Link]

ROCKET STUDIO [Link]

Vale a pena ver como foram obtidas algumas das imagens publicitárias produzidas por esta empresa.

E&E HALLSTROM [Link]

Alta costura para cães.

HUMVEE TRAFFIC DRIVING IN BAGHDAD

RADIO CITY

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LEVI'S

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WASHYOURHANDS.TV [Link]