quinta-feira, janeiro 11, 2007

Revolta na Bounty

A estratégia manhosa do dr. Macedo para impor ao Governo a sua recondução com um vencimento superior ao de George Bush está a gerar um ambiente de revolta junto de muitos funcionários do fisco, para não referir toda a Função Pública e muitos dos seus dirigentes, que sendo tão competentes quanto o dr. Macedo, não contam com a retaguarda dos interesses do Millennium e da Opus Dei.

Depois de se apropriar do trabalho alheio, dos resultados financeiro do aumento das taxas do IVA, das receitas resultantes da reforma dos impostos sobre o património e do impacto de mais de vinte milhões de conto investidos por Manuela Ferreira Leite na informática do fisco, ao dr. Macedo já não bastam as forças terrenas, recorreu ao poder do divino convencido de que também aí se poderia apropriar de algum milagre alheio. Entretanto, já está a preparar para o próximo dia 26 uma grande encenação nacional, trazendo à capital e à custa do erário público todos as chefias dos serviços de finanças, umka manobra digna da manifestação da maioria silenciosa organizada por Spínola num famoso dia 28 de Setembro.

O resultado de todas estas manobras é a revolta generalizada dos funcionários, uma situação que se começa a parecer com a revolta a bordo da Bounty. A direcção distrital de Lisboa do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos já tomou posição contra as patéticas entrevistas do seu presidentes e pelo menos a direcção da distrital de Évora já tomou posição em apoio desse comunicado. Afinal, onde está o apoio dos trabalhadores ao senhor do Millennium tantas vezes apontado como fenómeno único no país e prova da sua competência?

A luta desesperada do dr. Macedo está a ter efeitos mais perversos do que ele imaginou, está a gerar uma situação da qual só pode resultar a sua demissão, pois nenhum governo pode estar sujeito à suas manobras e assistir tranquilamente ao desmoronar da máquina fiscal. Resta saber se estamo perante uma ituação de descontrolo emocional ou face a uma estratégia fria e premeditada.

Se o dr. Macedo ganharia tanto no Millennium com aquilo que ganha na DGCI porque se assiste a tantas movimentações de alguns sectores em defesa do dr. Macedo? O director-geral dos Impostos, que aparenta ter um QI mediano pois só isso justifica a encenação religiosa que promoveu, está longe de ser um Nobel da gestão e todas estas movimentações são suficientes para nos fazer meditar um pouco. É o Millennium que não que perder o controlo da DGCI, a Opu Dei que não abdica da gestão de uma das mais poderosas instituições no país ou o dr. Macedo que vê na sua posição uma missão filantrópica ou apostólica?

Que forças e interesses estarão por detrás de toda esta procissão?

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Comunicado da direcção distrital de Lisboa do STI:

«Comunicado n.º 1/2007

«…é um erro o Governo mudar o director-geral só por uma questão financeira.» (Manuel Alberto in Correio da Manhã de 07.01.2007)

Tendo em conta que o último Conselho Distrital de Lisboa, realizado em 29.11.2006 foi aprovado por unanimidade um protesto contra as habituais declarações da D.N. do STI, na pessoa do seu presidente, bajuladoras e laudatórias do Director-Geral dos Impostos, Dr. Paulo Macedo, a vários meios de comunicação social.

E sendo que no Conselho Geral do STI, que decorreu em 11 e 15 de Dezembro de 1006, esta Direcção Distrital alertou aquela D.N. da inconveniência para o sindicato, e para o desagrado junto dos funcionários e dos sócios, de tais declarações. Inconveniência porque nem tudo corre bem na DGCI.

De facto basta referir o exagerado tempo de espera dos contribuintes nos Serviços de Finanças, bem como as condições de conforto em que essa espera é efectuada, para facilmente concluirmos que a carência de recursos humanos é em visível, como aliás o demonstra uma leitura atenta do último Balanço Social.

A verdade é que o notório trabalho na área do património e das execuções fiscais, deve-se essencialmente ao empenho e carolice de muitos trabalhadores, que a implementaram e que estão a levara cabo um considerável desenvolvimento nessas áreas, com a introdução das respectivas aplicações informáticas, concebidas pela DGITA, que há muito eram reclamadas pelos Trabalhadores.

O sucesso mediático do Director-Geral deve-se essencialmente à notável capacidade para cavalgar esta onda que tem sido laboriosamente semeada pelos muitos funcionários da Administração Fiscal, junto da comunicação social, que por sua vez se encarrega (sabe-se lá porquê) de apresentá-lo como um salvador, um D. Sebastião.

Porque sempre entendemos que o STI existiu e existe para defender os interesses dos Trabalhadores dos Impostos, a Direcção Distrital de Lisboa, inequivocamente, demarca-se das habituais declarações da actual D.N, alertando esta, mais uma vez, para a conveniência de doravante se abster de proferir declarações de igual teor, a fim de não minar a independência e a unidade dos trabalhadores dos impostos.

Votos de um bom ano de 2007.
Saudações sindicais

A Direcção Distrital de Lisboa do STI»