A forma como este país resolve os problemas impressionante, em poucos meses teremos resolvido problemas tão graves tal como a ausência de alertas contra tsunamis, os incêndios florestais é coisa que estará resolvida até ao próximo Verão, de cheias não se falará tão cedo, do perigo de um cegonha impor a escuridão ao país já não se fala, as pontes já estão reparadas, a pedofilia é coisa do passado e não estarei enganado se afirmar que daqui por duas semanas já estaremos todos descansados com os meios de salvamento no mar, da mesma forma que estamos tranquilos quanto à eficácia da Protecção Civil em caso de terramoto ainda que baste um surto de constipações para que as urgências hospitalares de Lisboa fiquem de pernas para o ar.
As preocupações dos portugueses nada têm com o seu futuro, são ditadas pelas primeiras páginas dos jornais ou pela notícia de abertura dos telejornais, e se não fosse o dr. Marcelo retomar essas notícias para as comentar e explicar graças aos seus conhecimentos enciclopédicos, tudo estaria resolvido.
Indignamo-nos muito, pedimos a cabeça de um ministro, dois almirantes e três cabos por tudo o que acontece, discursamos sobe a soluções, falamos mal dos políticos e das respectivas mães e mudamos de assunto logo que u qualquer jornal, vamos aos funerais se houverem vítimas e esquecemos de imediato o período de nojo se um qualquer jornalista nos servir mais uma desgraça na primeira página.
Os problemas do país são os que aparecem nas primeiras páginas dos jornais e duram tanto quanto a memória dessas páginas, não voltam a ser discutidos a mesma forma que o director do jornal considera que uma notícia requentada não vende papel. Os problemas só existem no papel e mal esse seja reciclado damo-los por resolvidos.