domingo, janeiro 07, 2007

A semanada


O Café Martinho da Arcada faz 225 anos


À hora a que publico este post deverá estar a começar o almoço comemorativo dos 225 anos do Café Martinho da Arcada, um dos poucos que resistiram à “limpeza” dos cafés de Lisboa. Por razões pessoais não me foi possível aceitar o convite e estar presente, pelo que aqui deixo os parabéns ao meu amigo António.

Fica aqui o desafio à Câmara Municipal de Lisboa para que veja no Martinho da Arcada um exemplo de resistência na Baixa Lisboeta, a vida naquela zona da cidade não depende apenas de planos e de conselhos de administrações, depende acima de tudo de pessoas capazes de a animar e revitalizar, e o Martinho da Arcada merece mais carinho por parte da cidade e do próprio Governo do que aquele que lhe tem sido dado. E deixo uma cunha ao ministro das Obras Públicas para que ceda o primeiro andar, seria mais útil para a cidade se gerido pelo café do que servindo para dois ou três gabinetes usados em hora de expediente.

É fácil morrer em Portugal

A semana foi marcada pela morte, mal tinha sido enterrada a Sofia e enquanto ainda estávamos a digerir as habituais estatísticas de morte na estrada, fomos surpreendidos por seis pescadores a morrer na rebentação, com as autoridades a mandar a fazer palpites na praia. É fácil morrer em Portugal e nas causas de morte junta-se a falta de algumas coisas com o excesso de outras, falta cultura, civismo e meios de salvamento onde sobre álcool, ganância, irresponsabilidade e violência doméstica.

Mensagem de Ano Novo

Cavaco Silva começo o ano como um treinador de uma equipa de segunda linha, a jogar à defesa entregando o ónus do ataque ao Governo. Onde estará o homem que se apresentou ao país como grande especialista das coisas da economia que queria ajudar a resolver os problemas? Pelos vistos os conhecimentos de economia só lhe serviram para prever aquilo que todos os portugueses já sabem, que 2007 não vai ser fácil, e em vez de arregaçar as manga decidiu dizer Sócrates que se desenrasque.

Não foi uma mensagem de Ano Novo de um Presidente da República, a mensagem de Cavaco Silva não foi feita a pensar no país mas sim nele próprio, foi uma jogada de pura estratégia política pessoal.

O não à despesa do aborto

Afinal, para os que são contra o aborto o grande problema já não é a vida, é o dinheiro. E até veio o António Borges dizer-nos o óbvio, que o aborto vai ter custos.

Os problemas da saúde

Numa semana em que as urgências entupiram devido a uma partidas de vários vírus ficámos a aperceber que a grande preocupação do sindicato e da Ordem dos Médicos é a introdução do controlo electrónico da assiduidade. Pelos vistos cumprir horários prejudica o funcionamento dos hospitais, sinal de que a pouca-vergonha já atingiu níveis de dignidade de direito constitucional.

Negócios da bola

Na mesma semana em que soubemos das trafulhices contratuais de João Pinto o sindicato dos jogadores ameaça com uma greve dos profissionais da bola, os jogadores profissionais de futebol são especiais, não podem mudar de profissão aos trinta anos como pode suceder a qualquer português que tenha seguido a profissão errada.