O “não” esqueceu a vida?
Se dos defensores do não ainda se vão ouvindo uma asneiras, como a comparação entre o ovo e o pinto feita por Pinto Ribeiro, os apoiantes do mal conseguem esconder a vergonha de nada terem feito em nove anos e multiplicam os argumentos que deixam cair a defesa da vida que dizem ser a sua bandeira.
Um cónego de Castelo de Vide lançou a sua fatwa sobre todos os que votem sim, condenando-os a uma excomungação quando o Código Canónico só prevê o inferno eterno para quem aborte. E como quem cala consente e não se ouviu um responsável da Igreja contestar o exagero teremos que nos preparar para tão triste destino. O dr. Gentil Martins foi mais simpático, defendeu a prisão para o segundo abono, isto é criou um sistema de pontos para as mulheres que passaram a ter direito a fazer um aborto clandestino, só não sei como e que ele vai saber que é o segundo aborto praticado pelas mulheres a condenar.
Outros, como António Borges, só conseguem ver o mundo pelo prisma financeiro e descobriram que o aborto legal fica caro, levando os conceitos liberais ao extremo concluem que aborto clandestino é, afinal, a forma mais pura de liberdade económica.
O regresso aos milagres
"Deus" não descansa e mal tinha acabado o almoço que o dr. Macedo promoveu no RITZ com a sua equipa dirigente, o director-geral dos Impostos já retomou os seus êxitos e numa única semana ficámos a saber que lhe temos que agradecer as declarações electrónicas e que foram feitas mais 60.000 penhora, o suficiente para que o Expresso, que não podia faltar à oração da semana, o eleger como um dos mais da semana. Com milagres destes quando a NASA voltar à Lua vai lá encontrar o dr. Macedo à sua espera para lhes penhorar a nave.
E se em Lisboa o Expresso se esforça por beatificar o dr. Macedo antes da Jacinta um jornal local de Setúbal encontra motivos mais terrenos para os sucessos do fisco e descobre que por lá há um "Mourinho dos Impostos". Dois modelos de gestõ, um treina a equipa, o outro leva os cordeiros do fisco à Sé Patriarcal.
BragaParques
Em Lisboa continua o folhetim BragaParques com o eng. Carmona fazendo de conta que ainda não percebeu que o barco já mete água por todos os lados. Mas nem tudo foi mau, a BragaParques queria pagar contra recibos, sinal de que o combate à evasão fiscal é tão eficaz que até os corruptos e os corruptores pagam imposto, pormenor que o Expresso deixou escapar no elogio a Macedo, o que provavelmente se deve a um problema oftalmológico, naquele jornal só se vê com o olho direito.
Mas nem tudo corre mal na CML, Manuel Maria Carrilho teve um lampejo de bom senso e demitiu-se de vereador porque ao fim de quase dois anos descobriu que não tinha feito nada.
A novidade da semana
Pinto Monteiro foi à Assembleia da República dizer o que todos sabem, que o segredo de justiça vai continuar a ser desrespeitado, e para que não houvessem dúvidas o último despacho de Maria José Morgado foi divulgado numa página da internet.