domingo, dezembro 28, 2014

Semanada

António Cluny, o antigo presidente do sindicato que contava com o alto patrocínio do BES e que a ministra incompetente da Justiça nomeou para um tacho em Bruxelas, não podia ser mais claro quanto ao que pretendem alguns sectores da “justiça” em relação ao processo José Sócrates. O alto magistrado defendia que neste processo o tempo da justiça e o tempo da democracia não podiam ser separados, isto é, há que substituir o julgamento eleitoral da democracia pelo julgamento dos tribunais. E é esta gente que tem o dever constitucional de defender a legalidade democrática… Enfim, temos um Clooney a vender Nespresso e um Cluny tuga tentando vender justiça expresso, isto é, Juspresso, já só falta vê-lo a fazer spots publicitários ao lado da madrinha. Prefiro o Cluny americano, é melhor artista. Um dia destes o Cluny ainda vai defender que no caso de o PS ganhar as eleições a tomada de posse dependa do recurso para a apresentar pelo seu sindicato.
    
O perna deu à perna e de um dia para o outro alteraram-se as condições que determinaram a prisão preventiva do motorista de Sócrates. Terá deixado de haver risco de prejudicar as investigações? Terá deixado de haver perigo de alarme público? Deixou de haver o perigo de dar à perna e fugira para a estranja? E óbvio que nada mudou de um dia para o outro a não ser um advogado que aprece ter adoptado a estratégia da colaboração contra os outros arguidos. Neste caso a prisão preventiva fez bem à cabeça do Perna. 
  
OP balofo Carlos Abreu Amorim, uma das personagens mais irritantes que passou pelo parlamento, decidiu dar mais uma cambalhota ideológica. O ex-militante do CD e ex-militante do PND, que se distinguiu na bajulação a Miguel Relvas decidiu mudar de ideias quanto ao papel do Estado e renegou o seu passado supostamente liberal. Agora ficamos a aguardar que nos informe sobre o que passou a ser pois assim saberemos o que vai deixar de ser quando tal se revelar oportuno.
  
E se o sindicato dos polícias do MP h´muito que se pretende assumir como o sindicato soviético da justiça, já o sindicato dos guardas prisionais parece ter sido encarregue pelo director-geral das cadeias para assumir o estatuto de porta-voz da direcção-geral, prestando os esclarecimentos nos casos mais incómodos. Com os sindicatos do Estado a assumirem o papel de sindicatos soviéticos, confundindo-se com o próprio Estado ninguém se admire se o Carlos Abreu Amorim se venha a arrepender de ter deixado de ser liberal e voltado ao PND.