


Garça-real na Quinta das Conchas, Lisboa


Bacelar de Vasconcelos
Não me recordo de ter ouvido Sampaio da Nóvoa pedir o apoio do PS a uma candidatuira presidencial, nem sequer o possível candidato se fez acompanhar de uma qualquer comissão de honra constituída por membros do PS e sou capaz de apostar que não foi ele a impor a sua presença no congresso do PS, onde o seu discurso foi aplaudido e a sua presença enquanto independente terá tido um grande peso ornamental.
Assim, não se entende o porquê de tantos ataques a Sampaio da Nóvoa, fica-se com a impressão de que há no PS quem pense que ninguém se pode candidatar antes das eleições legislativas e sem autorização prévia do PS. O nome de Guterres circula mesmo quando toda a gente sabe que o emigrante rico nunca será candidato, o mesmo sucedendo com um António Vitorino que não é candidato. Ora, porque razão quando se fala de António Guterres todos aplaudem e há muitos meses que o próprio António Costa lançou a sua candidatura, enquanto que quando é alguém que não tem de pedir autorização do PS se levantam tantas vozes incomodadas com o calendário.
Pela forma como algumas personalidades do PS falam da importância das legislativas e tendo em consideração a forma apressada e desajeitada com que Costa fugiu da Praça do Município para o Rato, até parece que Cavaco marcou as eleições legislativas antecipadas para Setembro, sem ninguém esperar.
É lamnetável ver o PS e a pior direita finalmente unidos e é lamentável porque isso significa que este PS se arrisca a colocar os jogos dos seus barões, marques e baronetes à frente dos interesse do país e perder as eleiçções que dizem ser tão importantes.
«A percepção está a disseminar-se no interior do PS e poderá mesmo acabar por prejudicar o próprio Sampaio da Nóvoa. O possível avanço do ex-reitor da Universidade de Lisboa para uma candidatura à Presidência da República gera preocupação no interior do Partido Socialista (PS), inclusive no seio da direcção do partido, que debateu na segunda-feira a questão na reunião do secretariado.
Pedro Bacelar Vasconcelos, membro do secretariado do PS, confirmou ter defendido nessa reunião o mesmo que defendera já noutros locais. “Esta distracção com uma mistura de estratégias individuais com outros jogos e interesses é desvalorizadora do acto eleitoral de Outubro”, disse o constitucionalista ao PÚBLICO, referindo-se às legislativas.
Depois de frisar que uma candidatura a Belém é “construída sobre a iniciativa individual” e que seria “aberrante que fossem os partidos a promovê-la”, Bacelar Vasconcelos não deixou de fazer notar que o momento “decisivo” para o PS são as próximas eleições legislativas. E por isso reconheceu a candidatura de Sampaio da Nóvoa como uma “manobra de diversão perigosa em relação à questão principal que é derrotar este Governo”.
Bacelar Vasconcelos não está sozinho na leitura que faz. Um outro elemento do secretariado, que não quis identificar-se afirmou ao PÚBLICO reconhecer manobras subterrâneas no presente cenário para a imposição de um candidato ao principal partido da oposição e até “intimidar outros potenciais candidatos mais bem preparados”: “Estão a tentar criar uma estratégia do facto consumado, mas esta questão não está fechada”, disse este secretário socialista. » [Público]


«Rogério Gomes era um nome desconhecido até ter aparecido na televisão como director do Gabinete de Estudos do PSD a abrir horizontes ao verbo haver: «não haverarão», disse ele, com ênfase, ao anunciar que iria elaborar o programa eleitoral laranja [cf. vídeo]. Hoje, Ricardo Gomes volta a ser notícia: «Ex-patrão de Passos adjudica contratos públicos a associações a que está ligado».
Rogério Gomes, que é também membro da Comissão Política Nacional do PSD, foi um dos amigos que deu a mão a Passos Coelho antes de o alegado primeiro-ministro ter sido adoptado pela Fomentinvest (Ilídio Pinho, terrível Ângelo, Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi…). Mal os estarolas tomaram o poder, Rogério Gomes criou uma ONG — o Instituto do Território —, que utiliza fundos europeus para dar vida às suas próprias empresas, através do infalível método do ajuste directo.
Umas breves pesquisas na Internet ajudaram a conhecer esta bizarra personagem. A ONG foi criada no dia 1 de Outubro de 2011, tendo contado com a presença do alegado primeiro-ministro no acto da sua apresentação à sociedade. Um ano e meio depois, Paulo Sá, deputado do PCP, questionava o Governo sobre as actividades do Instituto do Território, sabendo-se que promove conferências para as quais têm sido convidados a participar membros do Governo.
Enquanto membro da Comissão Política Nacional do PSD, Rogério Gomes foi entrevistado pelo Públicoem 2012. Estávamos na fase em que a reforma do Estado ainda era apelidada de «refundação», que ele queria impor sob o sugestivo lema de que «o Estado é um Rolls-Royce, o país um Mini»: o resvalar do Estado social para o assistencialismo, com a privatização de serviços públicos. À época, a grande bandeira de Ricardo Gomes era: «garantir que as crianças quando chegam à escola primária tenham um exame de saúde gratuito, para detectar abusos, má nutrição.»Tanta sofreguidão em esquartejar o Estado parece ter chamado a atenção sobre si: Conheça o senhor Rogério.» [Câmara Corporativa]
Autor:
Miguel Abrantes.


«Em 2009, Vital Moreira foi cabeça de lista do PS às eleições europeias. Os socialistas ficaram em segundo lugar, atrás do PSD, com 26,5% dos votos, quase 18% menos do que tinham tido cinco anos antes.
Vital Moreira tem aproveitado o seu espaço na blogosfera, na página ‘Causa Nossa’, para comentar as presidenciais, que se deverão realizar no início de 2016. E se a opinião do antigo cabeça de lista do PS às europeias sobre Sampaio da Nóvoa não é a melhor, já sobre Jaime Gama é particularmente elogiosa.
Foi logo no início da semana que Vital Moreira deixou a opinião expressa sobre uma eventual candidatura do antigo reitor da Universidade de Lisboa. Na perspetiva do jurista, Sampaio da Nóvoa é um “provável ‘trouble maker’[um criador de problemas, na tradução literal] institucional”.
Mas se no início da semana Vital Moreira deu a entender que tinha algumas reticências sobre o perfil de Sampaio da Nóvoa para o cargo de Presidência da República, esta quarta-feira deu a conhecer no blogue Causa Nossa um outro perfil, que lhe parece mais adequado.
Sobre Jaime Gama, escreve Vital Moreira que se trata de “um peso-pesado da vida política nacional”. E diz ainda que “há protocandidatos a Belém” e que depois “há os presidenciáveis em sentido próprio. Estes são naturalmente mais raros do que aqueles”, pode ler-se.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Pelo brilhante desempenho eleitoral nas europeias em que foi liderou a lista do PS Vital Moreira dava um bom director de campanha de Jaime Gama. Ms não deixa de ser divertido ver Vital Moreira num dia a desncar em Sampaio da Nóvoa e no dia seguinte lançar o presidente do BES Açores.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a proposta.»





