Ao longo de um ano CDS e PSD têm estado unidos na oposição e mostrado qual é o seu programa, têm feito as suas propostas, têm-se manifestado solidários com o que desejam para o país. Ser oposição é isto e não apenas dar porrada, é dizer ao que se vem, apoiar o que deve ser apoiado e propor o que se entende que deve ser decido.
Nos últimos tempos o PAF tem-nos mostrado como acha que se devia resolver o problema da banca e, em particular, da CGD. Tudo começou quando o próprio Passos Coelho fez uma figura triste ao duvidar de que o plano de recapitalização tivesse sido aprovado por Bruxelas. Desde então a direita tem-se comportado de forma fanática com o propósito de impedir a normalização da situação da CGD.
Aqueles que agora dão ares de ter grandes influências em Bruxelas, influências tão grandes que a pobre da especialista da Arrows ficou a amargar na última fila do parlamento enquanto o Moedas brilha na Comissão, são os que quando o governo arrancou, tudo fizeram para que os seus amigos de direita na Comissão chumbassem o OE
Falhada a tentativa de deixar o país numa crise financeira por falta de um OE aprovado em Bruxelas, o que lançaria o país num buraco nos mercados financeiros, o líder do PAF andou por aí armado em primeiro-ministro no exílio, chegando ao ridículo de convocar as Cortes de Albergaria-a-Velha para apresentar m falso OE, enquanto o governo da República apresentava o OE no parlamento.
Como as cortes de Albergaria tiveram tanto sucesso como a tentativa de chumbar o OE anterior em Bruxelas, Passos mudou de estratégia em poucas horas, agora tanto ele como a Cristas iam ouvir os parceiros sociais para ouvir as suas propostas e depois apresentariam um OE alternativo com base nessas propostas. Depressa se esqueceram das propostas dos parceiros sociais, mais uma vez ignoraram o país durante o debate do OE e quanto ao respeito pelos parceiros sociais foi o que se viu depois, na concertação social.
Passos Coelho tem uma única proposta para o país, precisamente aquela que o ajudou uma vez a ser governo, a desgraça do país. Pela forma como actua na CGD já não esconde a sua estratégia. Não discute um único problema, não apresenta uma única solução, ignora os seus próprios valores, despreza os parceiros sociais, o seu único objectivo é lançar o descrédito, empurrar o país para uma crise financeira. Passos Coelho parece inspirar-se em Trump e faz na oposição o que Trump prometeu fazer se perdesse as eleições.