Jumento do Dia
É aceitável que os governantes assumam opiniões pessoais sobre se o Novo Banco deve ser vendido ou nacionalizado, mas mesmo sendo aceitável opiniões divergentes sobre esta matéria como se tem assistido não é bom. Mas em qualquer caso não faz o mais pequeno sentido que o Banco de Portugal esteja num processo de venda e dia sim, dia não haja governantes a opinar sobre o negócio, como foi inaceitável que tenha sido Marques Mendes a tornar públicos os contornos da solução de negócio proposta pelo Banco de Portugal.
Agora foi a ministra da Presidência, quem tem funções de porta-voz o governo a vir a assumir em público que já há uma decisão governamental de vender o banco. Só que o faz de forma muito confusa, dando a entender que desde que o impacto seja mínimo pouco mais importa.
A ministra disse tudo e não disse nada, apenas ficou no ar que a decisão de venda está tomada. Enfim, só falta saber se isto foi uma opinião da ministra, ou se estava dando a conhecer a decisão do governo. Em qualquer caso convenhamos que uma entrevista à TSF não é a melhor forma de divulgar decisões tão importantes.
«É necessário encontrar uma solução para o Novo Banco. Os parceiros do PS querem a nacionalização, pura e simples. Mesmo dentro do PS há quem defenda essa solução...
E mesmo fora do PS [risos]. Mesmo bastante à direita do PS.
O governo não quer encargos para o Estado - prefere uma venda.
É isso. O governo é isso que não quer - não quer encargos nem quer impactos. Quer o mínimo impacto possível na dívida pública.
Mas uma nacionalização terá, obrigatoriamente.
Claro, mas a outra também pode ter. Com as propostas que tivemos até agora, a outra solução também poderia ter - piores até do que a nacionalização. Portanto, é esta questão que estamos a ponderar.
Mas se houver uma mudança da proposta? É a pergunta que estávamos a fazer.
Se houver uma mudança da proposta, exatamente, que garanta que a venda não tem impactos negativos ou tem impactos menores do que teria a nacionalização, a nossa opção será, naturalmente, pela venda. Mas isso...» [DN]
Navios de guerra barulhentos
«A notícia é avançada este domingo pelo Sunday Times: os navios de guerra britânicos fazem tanto barulho que comprometem a capacidade de defesa do Reino Unido. São como "caixas de ferramentas" quando se deslocam, garante o contra-almirante Chris Parry, e por isso ouvidos a mais de 100 milhas náuticas, quase 200 quilómetros, pelos submarinos russos.
Mas este não é o único problema da defesa britânica: de acordo com a investigação conduzida pelo Sunday Times, os drones encomendados há 12 anos - e que custaram mil milhões de libras - ainda não entraram ao serviço e há tanques que são demasiado grandes para serem transportados por via aérea sem necessidade de serem desmantelados.» [DN]
Parecer:
É caso para dizer que ninguém consegue dormir no ar com o barulho dos navios de guerra ingleses.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O Arménio voltab ao ataque
«"Se houve algum acordo com as confederações patronais para não se mexer na legislação laboral, eu acho que isso é inaceitável, e bom será que o governo, rapidamente, clarifique a sua posição publicamente, se há alguns acordos secretos ou se não há, porque para nós a coisas têm de ser transparentes", acentuou Arménio Carlos numa entrevista ao Negócios e à Antena1, que a rádio passará a partir das 13:00.
O dirigente sindical disse que, se o executivo assumir que houve "um acordo de cavalheiros para que não se mexa na legislação laboral, a partir daí a conversa passa a ser outra".
Arménio Carlos considerou ter chegado "o momento de os partidos, quer o PS quer o PCP, o BE e o PEV, darem o salto significativo na mudança de políticas, procurando responder aquilo que são necessidade s e anseios dos trabalhadores e da nossa população ", deixando um aviso.» [DN]
Parecer:
Quem o ouve até parece que acumula os cargos de primeiro-ministro e de líder do "partido".
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Uma boa perda
«Nos últimos dez anos, verificou-se uma quebra de cerca de 200 mil caçadores activos em Portugal. Em 2006, eram perto de 300 mil os que tinham carta e licença anual de caça válida, número que no ano passado chegou a pouco mais de 110 mil. As razões apontadas são muitas, desde a “falta de uma política activa e sensível” para o sector, à crise financeira, passando pelo que os caçadores chamam “caça às taxas” ou “excessivos processos burocráticos”. A tendência inverteu-se ligeiramente no ano passado, com os números, ainda provisórios, a indicar uma ligeira subida do número de caçadores.
Menos caçadores não significou mais caça para os restantes. Devido às doenças de algumas espécies cinegéticas (especialmente do coelho, que quase desapareceu) e às alterações climáticas (responsáveis pelo desaparecimento de espécies de arribação, como os pombos bravos ou as galinholas, que migram menos para o país), o número de animais para caçar é cada vez mais escasso.» [Público]
Parecer:
Duzentos mil caçadores são menos 200 mil espingardas matando tudo o que voa ou corre, sem contar os cães abandonados e os sinais de trânsito utilizados para iro ao alvo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Festeje-se.»