Jumento do Dia
Ser do PSD e discordar de Passos Coelho é como ser sportinguista, não gostar de Jesus e apoiar o Bruno de Carvalho. É mais ou menos o problema de José Eduardo Martins, já se percebeu que quer capitalizar a sua discordância em relação a Passos Coelho, mas sem levar a diferença ao pobnto de uma rotura. Daí que a melhor forma seja atirar-se a Marcelo como se o presidente devesse colaborar na estratégia de Passos Coelho, para quem o poder tudo justifica.
Fazer oposição a Passos sem a assumir leva a um desgaste muito grande e isso foi visível em Lisboa, onde José Eduardo Martins aceitou o papel mais idiota numas eleições autárquicas, elaborar um programa para Lisboa sem saber quem será o candidato, sem sequer saber quem o vai escolher.
Não admira que o opositor de Passos tente ganhar espaço no PSD à custa de críticas a Marcelo. Enfim, as sondagens dirão a José Eduardo Martins quem apoia Marcelo e quem apoia Passos.
«José Eduardo Martins diz que o Presidente da República se "descredibilizou" com a falta de imparcialidade que revelou ao proteger o ministro das Finanças. Marcelo foi longe de mais e, garante, perdeu a compreensão do PSD
O caso CGD/Domingues/Centeno atinge, por tabela, a relação do PSD com o seu ex-líder e atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Da lua-de-mel que existiu em tempos já não sobra nada ou quase nada.
Um dos seus mais empenhados apoiantes dentro do partido, José Eduardo Martins, não gostou nada de ver Marcelo sair em defesa do ministro das Finanças, acusado pelo PSD e pelo CDS de mentir ao Parlamento no caso das polémicas em torno da passagem de António Domingues pela presidência da Caixa Geral de Depósitos.
"Ou há um documento escrito pelo senhor ministro das Finanças em que ele defende uma posição diferente da posição do primeiro-ministro ou não há. Se não há é porque ele tinha a mesma posição do primeiro-ministro, para mim é evidente", disse o Presidente da República - declaração que enfureceu Martins.» [DN]
Todos juntos perderiam contra Medina
«A concelhia e a distrital de Lisboa do PSD afastaram-se do processo de escolha do candidato do partido à Câmara de Lisboa, estando esse dossiê exclusivamente nas mãos de Pedro Passos Coelho. O presidente do PSD tem-se desdobrado em contactos para resolver o imbróglio em que se tornou o dossiê da capital e, apesar de ainda não ter um nome para apresentar, continua igual a si próprio: “Mostra-se muito tranquilo e confiante”, diz uma fonte partidária próxima de Passos.
O Expresso sabe que o PSD voltou a testar em sondagem o nome de Maria Luís Albuquerque — esta vice-presidente do PSD, tal como a também vice-presidente Teresa Leal Coelho, é vista como hipótese de recurso no caso de Passos não conseguir recrutar um candidato fora do seu círculo mais restrito. Porém, segundo fontes partidárias que conhecem estes estudos, todos os nomes que têm sido testados em sondagens pelo PSD colocam os candidatos sociais-democratas muito longe do socialista Fernando Medina e mesmo atrás de Assunção Cristas, a candidata do CDS. São os casos de Luís Marques Mendes (5,4%), Nuno Morais Sarmento (5,9%) e Maria Luís Albuquerque (7,4%), de acordo com sondagens de dezembro que o Expresso consultou. Nesse estudo, o melhor resultado para o PSD era num cenário que o partido excluiu: uma coligação com o CDS para apoiar Cristas chega aos 25,7% (ainda assim, muito longe de Medina, que está em terreno de maioria absoluta).» [Expresso]
Parecer:
E quem deve estar a rir à gargalhada é Assunção Cristas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Passos foi á feira do fumeiro
«O presidente do PSD falava durante uma visita à Feira do Fumeiro de Vinhais, no distrito de Bragança, por onde passou também hoje de manhã o primeiro-ministro, António Costa, e apontou a aposta deste concelho transmontano nos produtos regionais como um exemplo de que a descentralização é sinónimo de desenvolvimento.
"Temos ouvido as intenções do Governo, mas para já o PSD foi e é ainda o único partido que apresentou mesmo projetos na Assembleia da República", afirmou o líder social-democrata.
Passos Coelho escusou-se a aprofundar esta questão em Vinhais, adiantando que no domingo estará "a encerrar um congresso sobre coesão territorial e, nessa ocasião," dedicará "um bocadinho mais da intervenção a esses assuntos".» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
o problema devia estar em distinguir se era o cheiro dos chouriços ou do Passos queimado. Quanto à preocupação de passos em dizer que foi o primeiro a propor a descentralização é sinal de que percebeu que a estratégia de estar no parlamento só para chatear o Centeno não colhe nos eleitores.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»