Preferiam tirar outras coisas
Depois de quase uma semana a dizer mentiras originais Paulo
Núncio percebeu que poderia mentir por várias vezes a 10 milhões de
portugueses, mas se daí não vinha mal ao mundo, já o mesmo não se poderia dizer
de mentir aos deputados. Por isso e para salvar a pele, Paulo Núncio
proporcionou ao país um espectáculo raro, a demissão póstuma. Aquele que chegou
a ser estrela cadente do CDS apagou-se de um dia para o outro, numa tentativa
de salvar a imagem do seu rico escritório de advogados e de evitar que o país
saiba tudo o que sucedeu no fisco, durante o seu mandato.
Mais escondidos ainda do que estavam as transferência para as offshore andam os coresponsáveis em todo este processo, a ex-ministra Maria Luís e Paulo portas. O ex-líder do CDS foi mais do que um vice, chefiava as pastas económicas e era o verdadeiro patrão do fisco, era ele que mandava em Núncio e que punha e dispunha neste sector. Quem também poderia vir dar uma palavrinha era a Assunção cristas.
Quem também deve andar muito preocupado com as mentiras e práticas do Núncio são os seus pares no escritório do Morais Leitão, só um cliente maluco confia num advogado que se esquece dos processos na gaveta durante dois anos para depois se limitar a um "visto".
A direita entrou em desespero com os resultados económicos e orçamentais de 2016, perdeu a esperança num segundo resgate e numa crise na maioria parlamentar. Daí aos ataques a Marcelo foi um pequeno passo, pela primeira vez o PSD esteve reunido em torno do seu líder na pressão a Marcelo.
A pressão sobre Marcelo não se ficou pela crítica directa ao Presidente da República, a farsa da asfixia democrática está em palco e a própria Assunção cristas ofereceu-se para ir a Belém, oferecer a Marcelo um bilhete para ver o espectáculo desde a primeira fila.