A direita descobriu na CGD a oportunidade de criar o fait-divers para ganhar algum espaço na comunicação social, trata-se de mais uma tentativa desesperada de inverter os acontecimentos, quando as sondagens mostram que a trapalhada da TSU foi mais um fiasco. A direita ainda não percebeu que o país não anda preocupado com semânticas e muito menos com o que Centeno prometeu ao Domingues ou com a mania deste de que é tão bom gestor que o país se deve vergar perante o seu brilhantismo.
Parece que Marcelo decidiu irritar o seu próprio partido e até os críticos ou aparentemente críticos de Passos Coelho já começam a evidenciar algum nervosismo. O pobre José Eduardo Martins, a quem Passos tirou o tapete em Lisboa, decidiu vir a público invocar o seu estatuto de apoiante de Marcelo para o criticar. Ou Marcelo nem o ouviu ou decidiu responder-lhe numa entrevista ao El Pais, tecendo rasgados elogios à afinação da Geringonça.
Esta foi uma semana marcada também por um dios senhores da velha banca, Ulrich, que um dia garantiu que o povo aguentaria a austeridade e muito mais, acabou por não aguentar as mudanças no BPI. Como compensação pelos seus serviços os catalães emolduraram-no e meteram-no a decorar a nova administração.
Os que hoje apoiam Marcelo Rebelo de Sousa e a Geringonça que se cuidem. Foi notícia que o MP andava a investigar os bloggers socráticos, o que significa que apoiar um primeiro-ministro pode ser no futuro um indício suficientemente forte de se ter cometido os crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, gastando os parcos recursos financeiros com investigações. Assim, nada nos que garante que a manter-se esta cultura na PGR os que hoje apoiam Marcelo ou a Geringonça não venham um dia destes a serem investigados por aqueles crimes ou por outros ainda piores.
Pobre Campos e Cunha, desmentiram-no e veio reafirmar a sua versão escrevendo uma carta. Enfim, o estatuto de ex-ministro está cada vez mais gasto, já ninguém lhe presta grande atenção.
