Para os que acham que Portugal está imune ao fenómeno do populismo a crise do clube de alvalade prova o contrário, Bruno de Carvalho está e parece que vai continuar a estar à fente do SCP e ninguém garante que se for de novo a votos voltará a ganhar ou, pelo menos, o próprio está convencido disso.
Há quem agora se faça de surpreendido, mas a verdade é que não é preciso recuar muito tempo para encontrarmos os que agora criticam Bruno de Carvalho a apoiá-lo, alguns até se afirmaram convertidos, depois de serem opositores reconheciam o seu sucesso. Nesse tempo as vítimas do Bruno de Carvalho eram figuras secundárias do Sporting e o Benfica, o ódio contra o clube da Luz uniu em torno do ainda presidente do SCP muitos dos que agora o condenam.
O Bruno de Carvalho que agora condenam é o mesmo que foi apoiado pelo Dr. Daniel Sampaio, que não percebeu o caso clínico que tinha em mãos, é o mesmo a quem o deputado Hélder Amaral se referia orgulhosamente como o “meu Presidente”. Todos sabiam quem era o Bruno de Carvalho mas enquanto as vítimas do seu discurso e dos seus métodos ninguém se queixou, “pimenta no cu dos outros até sabe a refresco”.
Bruno Carvalho é a primeira experiência populista e o ridículo da situação chegou ao ponto de Medina ter autorizado que numa rotunda de Lisboa haja a base de uma estátua onde foram inscritas citações dos seus próprios discursos. A verdade é que até à pouco tempo Bruno de Carvalho era aceite por todos e, em particular, por políticos, tinha deputados suficientes para formarem um grupo parlamentar.
Bruno de Carvalho é a prova de que Portugal não está imune ao populismo e aquilo a que temos assistido no futebol podemos muito bem vir a assistir na política, basta olharmos em volta para descobrirmos fenómenos populistas e não falta quem possa sentir-se tentado a julgar-se dono do país, da mesma forma que Bruno de Carvalho se sente dono do SCP.
