Ainda que não se possa dar muita credibilidade às sondagens,
não deixa de se constatar alguma relação entre a evolução das intenções de voto
atribuídas ao PS pelas sondagens da Aximage e o “desaparecimento” de Mário
Centeno. Mário Centeno quase desapareceu de cena e o PS parece estar a cair nas
sondagens.
O ministro das Finanças é um dos governantes com mais
prestígio e graças ao seu desempenho a sua palavra é tida em consideração pelo cidadão
comum. Num país com mais de um século de crises financeiras seguidas de empobrecimento
forçado, faz parte da nossa genética a atribuição de uma grande importância aos
ministros das Finanças. O português comum gosta de ter um ministro das Finanças
competente e que lhe inspire confiança, o mesmo se pode dizer dos empresários e
dos investidores internacionais.
Se o governo que era o Centeno, o Costa mais uns quantos
tipos faz desaparecer Mário Centeno de cena corre um sério risco de ficar
nervoso com a evolução das sondagens. Pode dizer-se que António Costa é um
político cheio de qualidades, mas a verdade é que chegou à liderança do PS com
as sondagens a atribuir-lhe uma maioria absoluta e depois foi o que se viu.
Quando Mário Centeno aceitou a presidência do Eurogrupo
houve quem ficasse preocupado com a sua falta de tempo para os assuntos nacionais.
Curiosamente a sua aparente ausência em nada alterou o rigor no ministério das
Finanças. Mas é óbvio que o seu desaparecimento na comunicação entre o governo
e a sociedade tem tido custos.