quarta-feira, junho 27, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
manuela ferreira Leite, economista

O que seria de nós e dos deputados se não tivéssemos a Dra. Ferreira Leite para nos explicar que uma dívida de 130% do PIB é brincadeira para trinta anos. E a nossa sorte é que já não estamos no tempo em que ela vendida dívida fiscal à banca, porque como as coisas estavam com ela no fisco em vez de 30 seriam 60 anos.

«“Todos os cálculos se baseiam em números de taxas de juros que não se vão verificar sempre, em taxas de crescimento que dependem muito da nossa envolvente externa”, afirmou a ex-ministra e antiga presidente do PSD, sublinhando assim que muito é imprevisível. Mesmo que essas condições se mantivessem, acrescentou, o projeto de pagar a dívida de Portugal, que neste momento se encontra acima dos 120% do PIB, é a muito longo prazo. Voltar para um limiar de cerca de 60% do PIB levaria cerca de 30 anos, defendeu. “Trinta e tal anos não é um projeto que se possa apresentar a nenhum país”, argumentou. “Conseguimos estar alguns anos em austeridade, sacrifício, isso é possível. Mas não é possível dizer que estaremos assim durante 30 anos”.

Assim, afirmou a ex-ministra, voltaria a subscrever, tal como fez em 2014, o que ficou conhecido como o Manifesto dos 74, que pedia a restruturação da dívida pública, com uma diferença: as autoridades europeias, defende, mudaram muito de posição desde então. “Assinei com consciência, e voltava a assinar se não tivesse mudado a posição das instâncias europeias em termos de rigidez”, continuou Manuela Ferreira Leite. “O ambiente e a rigidez das posições da União Europeia têm estado muitíssimo mais amenos”. A antiga ministra das Finanças foi questionada acerca do Manifesto dos 74 por João Galamba, deputado socialista que também subscreveu essa declaração.» [Eco]

      
 Mais um motivo de vergonha para os magistrados 
   
«O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) deu razão a Carlos Cruz e declarou que o Tribunal da Relação de Lisboa violou o direito do ex-apresentador ao não admitir novas provas de defesa no processo Casa Pia. Quatro dos sete juízes em Estrasburgo votaram a favor do recurso de Carlos Cruz.

Carlos Cruz, cujo julgamento durou quase seis anos, foi condenado em 2010 a sete anos de prisão, por três crimes de abuso sexual e um de ato com adolescente, embora tenha sido pronunciado por seis crimes. O ex-apresentador disse sempre estar inocente e que havia sido "condenado sem provas". Em julho de 2016 saiu em liberdade, depois de completar dois terços da pena.

Em declarações à TSF, o advogado Ricardo Sá Fernandes admite reabrir o processo em Portugal, embora coloque a possibilidade de o Estado português recorrer desta decisão.» [Expresso]
   
Parecer:

É incrível como os juízes se recusam a alterar um julgamento perante novas provas, como se a confirmação dos seus erros fosse mais importante do que a própria justiça. O ponto mais baixo da justiça é quando as vítimas são vítimas da própria justiça.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 Ainda não se esqueceram da asneira?
   
«Pode acontecer a qualquer momento ou apenas depois do período de férias, o anúncio do Governo sobre o destino do Infarmed. O relatório do grupo de trabalho constituído há seis meses para analisar a deslocalização do instituto da capital para a Invicta já foi entregue à tutela mas o ministro da Saúde não está vinculado a uma data limite para tomar uma decisão.

Questionado pelo Expresso, o gabinete de Adalberto Campos Fernandes explicou que "não existe um prazo pré-definido" e que, "para já, o Ministério vai analisar as conclusões do relatório". No documento, divulgado na segunda-feira pelo "Jornal de Notícias", conclui-se que a transferência do Infarmed para o Porto terá ganhos: a eficiência e a produtividade podem melhorar e com custos menores, desde logo ao nível das infraestruturas.» [Expresso]
   
Parecer:

Veremos quais as consequências desta decisão populista do ministro Adalberto.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 Fica tudo na mesma
   
«Rui Rio e Fernando Negrão almoçaram nesta segunda-feira, no Porto, para acertar estratégias depois do episódio de sexta-feira que abriu uma nova frente de batalha entre a direcção do partido e a bancada parlamentar. À revelia de Rio, o grupo parlamentar votou favoravelmente o projecto-lei do CDS sobre o fim da sobretaxa dos combustíveis e as relações entre as partes voltaram a azedar.

Nesta segunda-feira, Rio e Negrão combinaram que farão, na especialidade, propostas para garantir que a lei-travão não é violada, pelo que o PSD vai defender que o fim do imposto adicional sobre os combustíveis só entre em vigor em 2019. E admitiram discutir uma compensação, em termos de receita, para que o Governo não possa atirar ao PSD o ónus de estar já a estragar o Orçamento do Estado do próximo ano. Pelo menos o princípio de que deve haver “neutralidade fiscal”.

Negrão terá dito a Rio que, apesar de os princípios gerais serem discutidos na comissão permanente do PSD, é ele quem se vê na necessidade de negociar no Parlamento, com o CDS, para que os projectos possam passar na generalidade. O líder do PSD não desperdiçou a oportunidade de lhe dizer que, ainda assim, não tinha achado bem o que se passou no caso do adicional aos combustíveis, mas ambos resolveram seguir em frente. O líder da bancada disse que o CDS tinha aceitado falar com os sociais-democratas na especialidade, para acertar como ficava o diploma final, lembrando que Assunção Cristas já disse que, no pior cenário, a 1 de Janeiro a lei entraria em vigor.» [Público]
   
Parecer:

Isto é, poupam os que andam de carro e pagam todos.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Qual período experimental?
   
«A SAD do Sporting, que será dirigida por Sousa Cintra até Setembro, prepara-se para rescindir com o treinador sérvio contratado por Bruno de Carvalho, Sinisa Mihajlovic, alegando o período experimental para o fazer, noticiam nesta terça-feira os jornais A Bola e Record.

O antigo jogador e treinador sérvio assinou contrato com o Sporting até 2020 no dia 18 de Junho, dias antes da assembleia geral que viria a destituir Bruno de Carvalho, e numa altura em que este já se encontrava suspenso das funções de presidente do clube (e não da SAD, pelo que poderia realizar contratações para o departamento de futebol).

Assim que a nova SAD, nomeada pela comissão de gestão liderada por Artur Torres Pereira, tiver acesso ao contrato de Mihajlovic e a tudo o que lá está previsto, avançará para a saída do treinador. De acordo com a legislação, o período de experimental poderá ser invocado nos primeiros 15 dias. Ou seja, visto que o sérvio assinou no dia 18, a nova SAD terá até dia 3 de Julho para invocar esta cláusula para rescindir o contrato.» [Público]
   
Parecer:

Que se saiba ainda ninguém experimentou nada.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»