terça-feira, junho 26, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Carlos Costa, sindicalista dos banqueiros

Era de esperar que o governador do BdP viesse chumbar qualquer proposta que possa incomodar, pelo que não é surpresa que se oponha à divulgação dos grandes devedores da CGD, como também não constitui qualquer surpresa que a sua posição esteja alinhada com a associação dos banqueiros, se assim não fosse seria a primeira vez, com carlos Costa o BdP tem sido transformado numa espécie de sindicato dos banqueiros.

Mas já que o governador fala de normas do BCE, diretivas comunitárias e a Constituição, seria interessante se fosse mais explícito e indicasse quais as normas, diretivas e regulamentos que estão em causa.

«Da direita à esquerda, todos os partidos (à exceção de um PS hesitante) querem que os bancos divulguem publicamente quais os empréstimos arriscados que concederam e que, em última análise, os levaram a acionar ajudas públicas mas, para o Banco de Portugal, estas pretensões esbarram de frente com várias leis e regulamentos. Para Carlos Costa, a informação só pode sair do discreto circuito bancário se for cedida no âmbito de comissões parlamentares de inquérito e com a expressa garantia de sigilo.

No parecer que fez chegar à Assembleia da República sobre as propostas aprovadas na generalidade em meados de Maio, o Banco de Portugal arrasa com as pretensões dos partidos que, embora com variações, querem que os grandes devedores à banca sejam tornados públicos. A intenção genérica dos deputados é que a divulgação seja intermediada pelo Banco de Portugal, se cinja aos bancos que recorreram a ajudas públicas e recai apenas sobre grandes devedores que, por terem entrado em incumprimento, podem ter acabado por contribuir para as dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras. Só que, para o Banco de Portugal, nada disto é possível.» [Expresso]

 O SLB investigado pela PJ do Porto

Os correios enganaram-se e mandaram a carta para o Porto? Não sabemos bem porquê, mas esta carta faz lembrar uma outra que deu lugar ao Caso Freeport.

      
 E ninguém pendura os administradores dos bancos?
   
«A Ongoing abriu um buraco nas contas do Novo Banco e do BCP próximo dos 700 milhões de euros. Um montante que ultrapassa 3% da riqueza produzida em Portugal em 2017 e que resulta da incapacidade de recuperar os créditos concedidos pelo então Banco Espírito Santo (BES) e pelo BCP à empresa liderada pelos “consultores” Nuno Vasconcelos e Rafael Mora.

Este valor resulta de uma gigantesca exposição das duas instituições financeiras à Ongoing que, no caso do BES (agora Novo Banco), chegou aos 493,5 milhões de euros e, no BCP, aos 292 milhões de euros e que leva a que actualmente, mesmo depois de já terem sido efectuadas penhoras sobre a Ongoing e anulados juros sobre as dívidas, as perdas registadas pelas duas instituições representem cerca de 440 milhões de euros, no caso do Novo Banco, e 230 milhões de euros, no caso do BCP, um total de 670 milhões de euros que representam mais de 80% dos empréstimos inicialmente concedidos.

Os créditos concedidos à Ongoing, uma empresa que está em liquidação, mais do que servirem para financiar qualquer actividade económica, foram utilizados para ajudar o BES a controlar a Portugal Telecom (PT) e permitiram abrir a porta do BCP à equipa de gestão chefiada por Carlos Santos Ferreira que vinha da CGD e que integrou dois dos actuais administradores do Novo Banco, António Ramalho e Vítor Fernandes.» [Público]
   
Parecer:

Um momento dos mais negros da história económica nacional.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Condene-se.»
  
  EUA anedótico
   
«O prestigiado diplomata e político Javier Solana - que foi secretário-geral da NATO entre 1995 e 1999 e Alto Representante da Política Externa e Segurança da UE, entre 1999 e 2009 - foi recentemente impedido de entrar nos EUA, por causa das novas regras de imigração da administração Trump, noticia este domingo o El País.

Isto porque Solana, durante os cerca de 15 anos em que, no exercício das suas funções oficiais, procurou concretizar a segurança e a paz no mundo enquanto responsável da NATO e da UE, visitou o Irão, pais que integra hoje a lista negra de proveniências que vedam o acesso aos EUA.

Enquanto chefe da diplomacia da UE, Solana foi um dos principais impulsionadores do acordo nuclear firmado com Irão, que foi agora rejeitado por Donald Trump.» [DN]

 Também há a Liga da PJ?
   
«A SAD do Benfica, no Estádio da Luz, e as instalações do Vitória de Setúbal, Desportivo das Aves, Marítimo e Paços de Ferreira estão a ser alvos de buscas pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto, avança o Correio da Manhã.

A operação, acrescenta o jornal, está a decorrer no âmbito de uma investigação por corrupção desportiva, em que o Benfica é suspeito de ter subornado atletas de outros clubes para vencerem o Futebol Clube do Porto.» [Observador]
   
Parecer:

Porque será que sente um cheiro estranho no ar? Esperemos que além dos clubes locais as delegações regionais da PJ não se transformem em casas do clube.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 BdC mudou outra vez de ideias
   
«Bruno de Carvalho voltou a dar o dito por não dito e a última contradição em que foi apanhado tem a ver com a sua intenção de impugnar a Assembleia Geral que o destituiu - agora, o presidente destituído foi ao FB fazer uma alteração ao que tinha escrito, retirando a parte em que falava sobre a tal impugnação.

O post ficou assim consideravelmente mais curto, sem os ataques a Sousa Cintra (o “homem do tremoço”, “arrogância”, etcetera), assumindo um tom bem mais comedido, ainda que mantendo a intenção de ir a eleições (esta parte não mudou).» [Expresso]
   
Parecer:

Sinal que está em boa forma.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»