Jumento do Dia
Só uma autarquia irresponsável permite que uma estátua com figuras tão frágeis possa servir de bancada durante um jogo a que o próprio presidente da autarquia assistiu no Terreiro do Paço. O porreirismo tem limites.
«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a avaliar se os estragos da Estátua Equestre de D.José I, no Terreiro do Paço, foram provocados durante a transmissão do jogo de Portugal frente à Espanha na passada sexta-feira.
Sem proteções instaladas em redor a fazer de barreira, dezenas de adeptos subiram e apoiaram-se na estátua para ver o jogo da seleção nacional que estava a ser transmitido num ecrã gigante — o que poderá ter provocado o estrago.
Os técnicos da CML vão deslocar-se ao local para avaliar a estátua e averiguar se os estragos já existiam antes da transmissão do jogo, confirmou fonte do Departamento de Património Cultural ao Observador, acrescentando que só depois de essa avaliação ser concluída é que poderão prestar esclarecimentos. Quatro dedos — três na mão direita e um na mão esquerda — encontram-se partidos na figura que se encontra na zona lateral da estátua e por baixo da figura de D. José I. A figura masculina, que simboliza o Triunfo, conduz um cavalo que, por sua vez, representa a Europa.» [Observador]
Turismo tétrico
«"Eu gostava de passar aqui um ou dois dias e na zona da tragédia de Outubro um ou dois dias, no começo de Agosto ou no final de Agosto, como se fosse passar férias, entre aspas, como turista"", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, imaginando um roteiro com mergulhos na Praia das Rocas e passeios pedestres.
A intenção do Presidente da República surge, segundo o próprio, "como incentivo" a que os portugueses escolham os concelhos do interior, e em particular, aqueles afectados por grandes incêndios em 2017, para "passar as suas férias".
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída da sede da Associação dos Familiares das Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande, numa antiga escola primária na aldeia de Figueira, onde participou numa cerimónia de homenagem íntima e reservada.» [TSF]
Parecer:
Compreende-se que Marcelo vá muitas vezes a Pedrógão Grande e que participe em muitas missas com a senhora da associação, mas daí a sugerir que aquela vila se transforme numa estância balnear já começa a ser demais. Um dia destes vamos ter um guia turístico a dizer aos visitantes onde começou o incêndio ou como fez a Judite, a dizer onde morreram cidadãos para tirar fotografias?
Há limites para o populismo e para o ridículo.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Aposto que vão ter uma visita do Presidente
«Os militares do Regimento de Apoio Militar de Emergência apoiaram o combate aos incêndios diariamente durante quase seis meses. Estiveram em dezenas de teatros de operações e envolveram milhares de homens e mulheres. Não tiveram uma palavra de apreço do poder político. Até as comissões independentes de investigação se esqueceram que existiam.
Fizeram rescaldo dos fogos, vigilância e detecção de vítimas, prestaram apoios às populações e aos bombeiros empenharam a engenharia militar e receberam dezenas de desalojados no seu quartel em Abrantes. Estiveram em acção de Junho a Novembro. Não tiveram do poder político uma palavra de reconhecimento e houve até partidos que pediram a criação em Portugal da Unidade Militar de Emergência existente em Espanha, quando ela já existia no nosso país. Nem sequer foram ouvidos por qualquer comissão de investigação aos fogos de 2017. Dizem dispensar os elogios e asseguram estar preparados para voltarem ao terreno sempre que forem chamados. Agora com equipamento novo, que deveria ter chegado em 2017 e só chegou este ano.
Na tarde do dia 17 de Junho de 2017 o primeiro-sargento Pires era o responsável pela sala de Comando, Controlo e Comunicações do RAME, no Quartel de S. Lourenço, em Abrantes, onde está também sediada a Unidade de Apoio Militar de Emergência (UAME). Na sua secretária e na parede à sua frente uma dezena de monitores dão-lhe informação detalhada via Internet e via satélite da situação dos incêndios, das operações em curso e da meteorologia. “A partir das 18h, pelas notícias e por outras informações que recebíamos começamos a perceber que algo fora do normal estava a acontecer na região da Pedrógão e arredores”, conta.» [Público]
Parecer:
A esta hora já a Casa Civil do Presidente, uma espécie de gabinete de imagem, estará a agendar a visita, podem começar a carregar as baterias dos telemóveis para tirarem muitas selfies.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
os partidos estão a enterrar-se na guerra do SCP
«“Os contornos de uma golpada – o assalto aos sportinguistas”. É com esta introdução que Bruno de Carvalho partilha, no seu mural no facebook, uma publicação de um dos membros do conselho diretivo do Sporting que se queixa de ter sido alvo de pressões “de dirigentes partidários” para abandonar a direção do Sporting. Uma saída que podia ser fatal para Bruno de Carvalho, já que basta que caiam mais dois membros do conselho diretivo para que o presidente do clube perca o quórum e o clube avance para eleições antecipadas.
Luís Gestas é o nome do dirigente que escreveu um texto no facebook, revelando mensagens das pressões que diz ter sofrido, embora em nenhuma delas seja possível identificar o remetente ou o destinatário. Nos SMS alegadamente recebidos por Gestas é-lhe prometida “uma oportunidade de garantir o futuro” na área que “exemplarmente” criou. No Sporting, o dirigente estava à frente da área do desporto adaptado”.
São conhecidas as ligações de Gestas ao PS, partido ao lado do qual chegou mesmo a envolver-se nas últimas campanhas eleitorais do partido em Loures, tendo sido funcionário da Câmara Municipal local e administrador numa empresa municipal do concelho. Agora, o dirigente do Sporting vem dizer “basta!” às “pressões para abdicar” do seu lugar no Conselho Directivo, fragilizando Bruno de Carvalho, e fala de “dirigentes partidários” que acusa de o “tentarem com empregos”.» [Observador]
Parecer:
Só políticos doidos é que se metem numa guerra como a que divide o SCP, até o Ferro Rodrigues já deverá ter percebido a infelicidade da sua intervenção.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»