terça-feira, fevereiro 10, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


 photo _SaoJose_zpsb5534cfd.jpg

Igreja de São José, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Paulo Portas

Enquanto Passos Coelho não se decide em relação à coligação inevitárvel com o CDS, Paulo Portas opta por fazer campanha pelo mini governo do seu partido, aproveitando-se do facto de ter controlado as pastas económicas.

Enquanto Passos Coelho inaugura quartéis de bombeiros quando o convidam, o Paulinho voltou às feiras tenta surfar em estatísticas positivas e elogia o governo dos seus ministros. Desta vez elogiou as exportações da indústria agro-alimentar e quem o ouve nem imagina que 2014 foi um excelente ano no sector do azeite, beneficiando do clima e da maturidade dos olivais plantados no governo anterior. Por outro lado, ignora que a fome imposta a muita gente obriga os produtores a encontrarem outros meracdos para a sua produção.

Mas para Paulo Portas não há limite para a demagogia, mesmo quando essa demagogia ser para promover a imagem do seu mini governo do CDS, sugerindo que os seus ministros são os bons, enquanto os do PSD é que são os incompetentes. Se no que se refere às exportações é pura demagogia, já quanto à competência os membros do governo tem alguma razão, entre os ministros do PSD não há um de quem se diga benza-te Deus, nem mesmo essa "Obra de Deus" da pasta da Saúde que pelas estatísticas ainda vai ser promovido a ministro do Alto de São João.

«Paulo Portas encerrou hoje a primeira de 17 sessões que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) vai realizar em todo o país para divulgar junto das organizações de agricultores o novo regime forfetário do IVA, que permitirá a dedução de uma percentagem do IVA pago pelos fatores de produção aos produtores com um volume de negócios anual não superior a 10.000 euros.

"Ao contrário do que alguns pensavam, as exportações continuam a subir em tempo de crescimento. É evidente que quanto mais se cresce mais difícil é continuar a subir, mas a verdade é que as exportações portuguesas voltaram a crescer em 2014", que foi "o melhor ano de sempre" com o setor agroalimentar a ter um "contributo extraordinário", à roda dos 10%, declarou.» [Notícias ao Minuto]

 As primeiras espécies animais a abandonar o navio são as....

 photo Ratazanas_zpsf8f624c6.jpg


      
 Narrativa romântica
   
«O frio “extremo” de dezembro. “Sofro de doença respiratória crónica, com crises ocasionais que me derrubam. No fim do outono passado, ainda fora do pico das gripes, tive uma crise horrorosa. Como era domingo, dirigi-me ao hospital da área. Fiz a inscrição e antes sequer de entrar na sala tive de pagar a consulta (20 €), assim como uma lista de consultas que me disseram ter tido ao longo de dez anos. Paguei, não gosto de ficar a dever, achando estranho que só ao fim de dez anos o hospital me confrontasse com a dívida. Entrei e, vendo pouca gente na sala de espera, admiti que não demoraria a ser assistida. Chamada para triagem, a enfermeira fez o que tinha a fazer e perguntei qual o tempo de espera aproximado. Para minha surpresa disse-me ser superior a seis horas; estranhei, por não ver ninguém, ao que me respondeu não haver pessoal suficiente. Face a este cenário, resolvi ir-me embora. Como tenho ADSE, resolvi ir a um dos hospitais privados de Lisboa, não sem antes me ter dirigido ao balcão do secretariado para reaver o valor da consulta, uma vez que não ia ser consultada. Para meu espanto, não me podiam devolver o dinheiro: o funcionário não conseguiu explicar a razão. Chegada ao hospital privado, sou atendida em dez minutos, só tinha uma pessoa à frente, foi-me diagnosticada a doença, passada a respectiva receita e no final da consulta paguei 19 €.”

Este episódio não é ficcional, apenas lhe retirei as referências do tempo, lugar e pessoa. Não se tratou de uma situação grave, apenas de uma consulta de urgência, entre milhares que acorrem aos hospitais, devido à fragilidade do sistema em cuidados primários. Não ocorreu nem em pico de gripe, nem no “frio extremo de dezembro”. Três conclusões imediatas: as urgências foram desfalcadas de pessoal; os hospitais foram compelidos a filar devedores de dez anos, sem consciência da dívida incumprida, quando em estado de necessidade se apresentem a solicitar tratamento. Um primor de humanização. Os doentes dirigem-se ao sector privado, onde são assistidos mais depressa, com conforto e até por menos dinheiro.

Poderá haver quem entenda que os hospitais públicos se tornaram incapazes de resolver problemas ligeiros em tempo útil, estão obcecados pela recuperação financeira, não devolvem o que cobram por serviços não prestados e empurram involuntariamente os doentes para o privado. Nada disso. Para o Governo, na Saúde, apenas houve “frio extremo em dezembro”. Não se observou encerramento de centenas de camas de agudos, o pessoal saído foi sempre renovado, as unidades de saúde familiar continuaram a ser criadas a bom ritmo, os Cuidados Continuados Integrados alastraram como nódoa de azeite, as equipas de urgência não foram reduzidas ao mínimo, não houve emigração de médicos ou enfermeiros, a população não envelheceu, nem se tornou mais dependente, agora até come melhor e goza de boa vida, as horas extras continuaram a ser pagas pelo valor antigo, os ordenados do pessoal não sofreram cortes de um quinto, a classe média não empobreceu, o desemprego nunca existiu e até os chefes de equipa, atingido o limite de idade para urgências, se mantiveram galhardamente ao serviço como rapazes e raparigas de 30 anos. Para o Governo, a crise das urgências nunca existiu.

O “melhor acordo da Europa”. Em 6 de Outubro passado, nestas colunas, anatematizei o comportamento da empresa produtora do Sofosbuvir, por vender o medicamento a mil dólares americanos, implicando um preço de 84 mil dólares por tratamento. Nos países de mais alta incidência do vírus da hepatite C, o Egipto e a Mongólia, o preço por tratamento baixava para 900 dólares, o que permitiria ao Egipto tratar os seus cinco milhões de infectados por 4,5 milhares de milhões de dólares. Na Europa, os preços oferecidos eram 60 vezes superiores. Acabaram por descer para metade. O preço agora acordado, que o Governo ainda não revelou, pode até ser inferior. O medicamento é eficaz, teve vendas de cinco mil milhões de dólares logo no primeiro semestre de 2014, mas a concorrência com laboratórios que ultimam ensaios pode vir a fazê-lo baixar ainda mais. O acordo que o Governo celebrou é bom, nas circunstâncias, mas tardio, e fica-se sempre sem saber se não foi a morte de uma doente e outro doente ter exposto o drama perante milhões de telespectadores que sacudiram o Governo de um aparente torpor. O acordo é bom por o preço cobrir todo o tratamento, mesmo os que não tenham resultado na primeira administração; por se limitar a dois anos, dada a alta probabilidade de surgirem competidores que façam baixar o preço; por incluir não apenas o Sofosbuvir simples ou combinado com o Ledispavir. Mas poderia ser melhor, se tivesse sido obtido mais cedo, se todos os interessados nele estivessem envolvidos (hospitais, comunidade científica, médicos, agência reguladora de medicamentos e representantes de doentes) em tempo oportuno, carreando informação que teria sido útil para a posição negocial do Governo, em vez de deixar cada um a falar para o seu lado, permitindo ao laboratório mobilizar doentes contra o Estado. Todavia, para o Governo, foi o “melhor acordo da Europa”, e conduziu ao que chama "uma partilha de risco entre indústria e Estado"; partilha estranha, pois a única obrigação do laboratório é facultar a repetição sem custos, não a devolução do valor em caso de ineficácia. Um auto-elogio um pouco excessivo.» [Público]
   
Autor:

Correia de Campos.


 Varoufakis faz chantagem?
   
«O ministro das Finanças da Grécia lançou no domingo um “alerta contra qualquer pessoa que esteja a considerar uma estratégia que passe por amputar a Grécia da zona euro, porque isso seria muito perigoso“. Yanis Varoufakis pergunta: “E quem irá a seguir, depois de nós? Portugal? O que vai acontecer quando Itália se aperceber que é impossível continuar presa ao colete de forças da austeridade?”

Em entrevista à cadeia televisiva italiana RAI, citada pela Reuters, Yanis Varoufakis avisa que se a Grécia sair da zona euro outros países irão, inevitavelmente, seguir-se-lhe e a união monetária irá “desmoronar-se como um castelo de cartas“. “O euro é frágil. E, como quando se constrói um castelo de cartas, se retirarmos uma carta que é a Grécia, o castelo irá colapsar”, afirma o ministro das Finanças da Grécia.

Varoufakis esteve em Roma no final da semana passada, onde esteve reunido com o seu homólogo italiano Pier Carlo Padoan. Aí, recebeu palavras de apoio – como o primeiro-ministro Alexis Tsipras já tinha recebido de Matteo Renzi – mas foi-lhe dito que não há margem para qualquer perdão de dívida. Mas, segundo Varoufakis, essa foi a mensagem oficial, porque nos bastidores o discurso foi diferente.» [Observador]
   
Parecer:

Enquanto Tsirpas endurece o discurso Varoufakis sugere o desmoronar o euro, este discurso cheira a chantagem sobre o resto da Europa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 Irlandeses não são (idiotas) como os portugueses
   
«O ministro da Agricultura irlandês, Simon Coveney, diz que a Irlanda e os outros países europeus devem “encontrar formas de ajudar a Grécia“, o que poderá passar por uma revisão do calendário de reembolsos da dívida. Mas deixa o alerta: “Iremos insistir que um novo ou um melhor acordo [para a Grécia] se aplique, também, à Irlanda”.

Em entrevista à RTE Radio One, citada pelo Irish Times, Simon Coveney salientou esta segunda-feira que há formas de aliviar drasticamente o fardo da dívida pública e que a Irlanda, tal como Portugal, já beneficiaram de extensões de maturidades. Um expediente que, apesar de não implicar um corte no valor nominal, representa, de facto, uma melhoria das condições de pagamento e um alívio do peso real da dívida.» [Observador]
   
Parecer:

O governo irlandês diz o óbvio.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se continua firme e histo na sua imbecilidade.»

 Lá se foi o milagre da Santinha da Horta Seca
   
«As exportações cresceram 1,9% no ano passado, o que representa uma desaceleração do crescimento face a 2013, ano em que tinham aumentado 4,5%. As importações, por outro lado, aumentaram 3,2% no conjunto do ano de 2014, uma subida acentuada em relação aos 0,9% do ano anterior.

Assim, em 2014 o défice da balança comercial aumentou 925,8 milhões de euros relativamente ao ano anterior, tendo atingido 10 565,3 milhões de euros, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).» [DN]
   
Parecer:

Isto significa que não ocorreu nenhuma mudança estrutural da economia e toda a eugenia económica promovida por Passos a mando do saudoso Gaspar não resultou.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Santinha da Horta Seca se não vai exibir estes resultados.»

 E agora Ana Gomes
   
«Depois do Expresso noticiar, no passado sábado, que na referida escuta Portas nunca fala nem de "Canalis" nem de "aquilo", mas de "canal" e "Kiel", Isabel Moreira colocou um post no Facebook interpelando a sua colega de partido que está no Parlamento Europeu: "E agora, Ana Gomes?", questionou a deputada da Assembleia da República, num post com o link da notícia do Expresso. 

Contra o "justicialismo barato e vingativo"...
Ao longo do fim de semana, Isabel Moreira foi acrescentando vários comentários nesse seu post, em reação ao que iam escrevendo os seus seguidores. E neles fica clara a demarcação face à estratégias de "justicialismo barato e vingativo" - Moreira não o escreve preto no branco, mas fica evidente que se está a referir às demarches da eurodeputada do PS.

"É-me indiferente ser Paulo Portas, Passos, Costa, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa... É o princípio insuportável de tentar deitar abaixo um adversário à conta do sentimento geral de que todos os políticos são uns malandros. É o princípio insuportável de carregar ódios pessoais para a justiça, usando-a, desta forma, como se vê, com escutas patéticas que por mim, além de mal transcritas já deviam estar destruídas. Eu quero derrotar Passos e Portas. Mas politicamente. Nas urnas. Não assim", escreveu a deputada.» [Expresso]
   
Parecer:

É óbvio que a trucolenta deputada do PS teve mais olhos do que barriga e mal começou a sua nova cruzada espetouse.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver a cambalhota de Ana Gomes,.»
  
 Terá sido obra do Opus Macedo?
   
«As ações da Gilead Sciences, empresa de biotecnologia que fabrica o medicamento mais eficaz contra a hepatite C (Sofosvubir) caíram mais de 10% na passada quarta-feira, apesar de os resultados financeiros divulgados terem excedido as expectativas dos analistas. A razão do mau comportamento dos títulos foi a divulgação de que a empresa vai fazer uma forte redução no preço de venda do Sovaldi, nome comercial do Sofosbuvir.

A empresa, baseada na Califórnia, assumiu num comunicado que vai fazer já este ano nos Estados Unidos "um grande ajustamento" no preço dos medicamentos Harvoni e Sovaldi, ambos contra a hepatite C, que vão custar menos 46%. Os analistas esperavam um desconto de no máximo 30%. A previsão de margens de lucro mais estreitas causou o mau comportamento das ações, apesar da expectativa da Gilead ser de, só este ano, tratar mais de 250 mil pacientes com hepatite C.» [Expresso]
   
Parecer:

Grande Macedo!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Promova-se uma  missa de acção de graças para agradcer o contributo do dr. Macedo.»
  

   
   
 photo Vadim-Voloshin-1_zps26c18459.jpg

 photo Vadim-Voloshin-5_zpsaf4399cb.jpg

 photo Vadim-Voloshin-3_zps3e439030.jpg

 photo Vadim-Voloshin-2_zps11d6d687.jpg

 photo Vadim-Voloshin-4_zps43834ef5.jpg