segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



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Mouraria
  
 Jumento do dia
    
Jerónimo de Sousa

quem ouve Jerónimo de Sousa falar é levado a pensar que o Syriza é o PCP da Grécia e que por cá ganhou as eleições com maioria absoluta.

«O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje a necessidade de preparar o país e estudar as consequências para uma eventual saída ou uma expulsão do euro. “Devemos estar preparados, devemos estudar e estar preparados para uma eventual saída do euro, ou por iniciativa do povo português ou por iniciativa de outros”, frisou o comunista durante um debate sobre as soluções do PCP para o país que hoje decorreu em Gaia,

Jerónimo de Sousa lembrou que Portugal é “hoje um país determinado pelo euro, sem flexibilidade monetária, sem poder jogar com a sua moeda que está determinada pelo critério único do euro caro”. Sublinhando o exemplo da Grécia em que a questão do euro “está em cima da mesa”, o secretário-geral do PCP atirou: “será crime, ou antes uma orientação patriótica deste partido dizer que é preciso estudar, é preciso preparar-nos para uma eventual saída do euro ou uma expulsão do próprio euro?”.

“Não é um ato súbito, não defendemos ‘saímos e pronto’, isso seria irresponsabilidade, não medindo as consequências de uma tal decisão. Mas sempre com uma garantia, e sublinho isto com muita força, quando o povo português entender, é o povo português que decide, não é o PCP”, realçou. Jerónimo de Sousa destacou ainda o “conjunto de desenvolvimentos que, na sequência das eleições da Grécia, traduzem um inadmissível processo de ingerência, de chantagem, de pressões da UE a propósito das dividas soberanas”.» [Observador]

 Dúvidas que me atormentam

Quando Mário Soares escreveu a dizer algo parecido a que o super Alexandre se devia pôr a pau o sindicato do soviete da justiça veio defender que o antigo Presidente fosse perseguido judicialmente por tão grave ameaça e até acrescentou que o Super Alexandre teria ficado incomodado com a ameaça. Agora que uma advogada racha o Super Alexandre de aolto a baixo o destacado sindicalista dos juíze ficou em silêncio, não nos disse se alguém devia ser perseguido judicialmente nem nos deu conta do estado de espírito do seu distinto associado.

 Terá ido de férias para a neve

Imagino a senhora Procuradora-Geral algures nas montanhas de Andorra a praticar esqui, só assim compreendo que até ao momento se tenha mantido em silêncio depois do artigo escrito uma advogada onde se descreviam os métodos do nosso Ministério Público de tal forma que até o Pinochet deve ter rfeito um sorriso dentro da campa. Quando o MP é acusado de métodos fascistas e que violam todos os princípios o silêncio só se precebe devido a um qualquer problema de comunicação, a senhora Procuradora-Geral deve estar algures num local ermo e sem qualquer acesso a telecomunicações.

      
 Da vergonha e do medo
   
«1Às tantas, sugestionado com as pérolas com que nos têm presenteado, fui só eu que achei. Mas estava capaz de jurar que o Pedro e o Aníbal acham os gregos uma malta com propensão para a malandragem. Dizem eles que nós, portugueses, temos andado a ajudar os gregos com o nosso dinheirinho e agora os marotos ainda querem mais. Preguiçosos. Têm juros maravilhosos, tiveram fantásticos perdões de dívida, mas nada lhes chega. Ah raça do piorio, andaram a viver acima das suas possibilidades e agora querem que a gente tenha pena deles. À nossa conta, não.

Acho que o bom do Aníbal e o bom do Pedro eram rapazes, dessem-lhe mais uns minutos de tempo de antena, para nos contar que há imensos paralíticos a fumar cigarros e a beber umas imperiais à sombra do Parthenon, que depois de polirem as esquinas vão para manifestações pedir perdões de dívida. Trabalhar, pá. Ai gastaram à tripa forra? Miséria para eles. Ai agora têm quase um terço da população desempregada ? Azar, tivessem pensado nisso antes. Ai quem está desempregado não tem direito à saúde pública? Não tivessem aldrabado as contas públicas. Morram à fome, com o nosso dinheirinho, não.

Talvez um qualquer cidadão numa mesa ao lado lhes tenha dito que havia ali qualquer coisa de estranho. Sabendo que a Grécia teve ainda mais austeridade do que nós, não devia estar melhor? Não era essa a panaceia para todos os males?

Então não era a fabulosa troika que estava a ajudar a implementar o ainda mais fabuloso Memorando de Entendimento? Até podia ir um bocadinho mais longe, se bem que o assunto fosse ligeiramente mais maçador. Podia lembrar uma conversa que tinha tido com um primo da tia, que é alemão, sobre os portugueses, em que ele dizia que a malta só quer é praia, bola e tremoços.

Mas isso era dantes. Preguiçosos, preguiçosos são os gregos. Tiveram tudo e gastaram tudo. Nós não, basta ouvir agora os alemães. São eles mesmo que dizem que estamos no bom caminho, que fomos exemplares. O problema dos gregos é serem assim como são. Deve ser do clima.

Afinal, em Portugal tivemos um programa parecido com o deles e correu tudo muito bem. Está bem, temos uns problemazitos, desemprego, emigração em massa, serviços públicos em risco de rutura, empobrecimento generalizado, detalhes contabilísticos quase, quase ultrapassados e agora vai ser uma maravilha.

A quem fala de assuntos importantes como a implosão de um país e do futuro da União Europeia como quem está numa tasca a discutir bola - ou a discursar para um cliente enquanto o equipamento de rádio grita "Retalis" - não vale a pena lembrar que, numa comunidade como a que quer ser o espaço europeu, deve encarar os problemas dos nossos parceiros como nossos, que a solidariedade é o cimento de um projeto como o europeu. Muito menos se pode discutir acerca da arquitetura do euro, do facto de termos instituído uma moeda comum para economias tão díspares como a portuguesa e a alemã ou de equilíbrios entre países em diferentes estados de desenvolvimento.

Até era capaz de compreender a vontade do Presidente da República e do primeiro--ministro para que tudo ficasse igual na Europa. Está à vista que seria um profundo erro, mas, carregado de toda a tolerância deste mundo, entenderia que quisessem provar a tese de que não havia outro caminho. O que nos envergonha a todos é que um primeiro-ministro e um Presidente da República tenham um discurso preconceituoso e até xenófobo para tentar fazer prevalecer os seus pontos de vista. De terem uma conversa própria de um qualquer Aníbal e Pedro numa qualquer tasca, em vez de se portarem como homens de Estado. Batemos, de facto, no fundo quando as duas principais figuras do Estado nos provocam vergonha alheia.

2A advogada de Carlos Santos Silva, Paula Lourenço, assina um artigo na última edição da revista da Ordem dos Advogados que é, provavelmente, a maior denúncia sobre o estado da justiça criminal em Portugal.

Irregularidades graves na emissão de mandados de detenção; interrogatórios não autorizados; apreensões de textos, computadores, telemóveis sem qualquer mandato; buscas a casas de morada de família, mais uma vez sem autorização, com interrogatórios à cônjuge de um dos detidos na presença de duas crianças; dos advogados saberem da imputação dos factos aos arguidos num dia e nesse mesmo dia o resumo desse documento aparecer num jornal; e muitas mais, digamos assim, estranhas falhas.

Mais do que tudo, fica a profunda sensação que o Estado de direito está sob um fortíssimo ataque, que as garantias básicas de defesa dos cidadãos - nomeadamente dos que estão em causa no processo Marquês - não estão a ser asseguradas, que procedimentos gravíssimos estão a ocorrer sem que ninguém tome as devidas providências.

Se o texto que a advogada escreveu não levar a um agitar de consciências, se tudo ficar na mesma, se os responsáveis políticos não questionarem o estado de coisas, estamos com um problema muitíssimo maior do que imaginávamos.» [DN]
   
Autor:

Pedro Marques Lopes.


 Ainda aí muito boa gente a viver à conta da economia social
   
«Em cada dia, de Norte a Sul do país, quase 50 mil refeições são servidas pela Rede Solidária de Cantinas Sociais. Contas feitas, o Estado paga diariamente 122.560 de euros a instituições privadas sem fins lucrativos para garantir que em Portugal nenhuma pessoa fica privada de comer pelo menos uma vez por dia.

Os dados foram fornecidos ao PÚBLICO pelo Instituto de Segurança Social. A 31 de Dezembro de 2014, estavam em vigor 845 protocolos referentes a cantinas sociais, que significavam 49.024 refeições diárias. Os serviços centrais não conseguem dizer, todavia, quantas pessoas delas usufruíam.

A economista Cláudia Joaquim encheu-se de interrogações ao analisar esta medida, que faz parte do Programa de Emergência Social (PES) lançado em 2011 pelo Governo. Quais os critérios de selecção das instituições que assinaram protocolo com o Estado? Como se determinou a comparticipação pública? Como é monitorizada a medida, por exemplo, no que concerne ao número de beneficiários?» [Público]
   
Parecer:

A economia social está a tornar-se num grande negócio.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 A importância do motorista do Bruno de Carvalho
   
«"Ainda me lembro de Luís Filipe Vieira, mal fui eleito, a pedir várias vezes ao seu amigo da Doyen [Sports, um fundo de investimento de jogadores], Nelio Lucas, para me levar a sua casa tomar o pequeno almoço, convite que sempre recusei. De andar a correr atrás de mim na Liga a tentar convencer-me a fazer uma aliança consigo e que assim poderíamos ir alternando as vitórias no campeonato, pretensão a que nunca anuí", escreveu o presidente do Sporting.

Bruno de Carvalho prosseguiu: "[Ainda me lembro] das vezes em que a falta de uma resposta positiva minha a essa pseudo aliança o levavam a entrar no meu carro, quando eu não estava presente, tentando convencer o meu motorista das virtudes de uma aliança. Estas são algumas das lembranças que guardo deste senhor", atirou.» [DN]
   
Parecer:

De certeza que o homem não é doente mental? Pelo que se escreve deduz-se que muita coisa que acontece no SCP poderá ter sido decidida pelo motorista de Bruno de Carvalho.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

   
   
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