O país ficou a saber que nesse “seminário” que se chama Centro de Estudos judiciários” onde se forma a auto-eleita casta superior dos magistrados uma turma dedicou-se ao copianço e que descoberta a situação a justiça fez-se os meninos foram todos aprovados. O grave é que ao que parece foi um copianço colectivo, com muitas respostas decalcadas do colega da cadeira ao lado, o que faz recear que o fenómeno não seja isolado e que o professor encarregado de vigiar a prova estava ausente.
Curiosamente, do lado do mundo da justiça só ouvimos falar o bastonário da Ordem dos Advogados, os que habitualmente se apressam a prestar declarações aos jornalistas, os sindicalistas dos magistrados judiciais e do Ministério Público ficaram caladinhos, eles que gostam tanto de opinar desta vez não tiveram opinião.
Também no meio político fez-se silêncio, essa coisa de questionar os magistrados deste país não faz bem à saúde de ninguém e o melhor é trata-los na palminha da mão não vão ficar irritados. Se fosse uma notícia sobre copianço numa turma do ensino básico era o bom e o bonito, até o Porta s interrompia as negociações com Passos Coelho para protestar contra o facilitismos, mas como se trata de magistrados o tempo não está para submergir em águas tão turvas.
Daqui a uns dias o tema será esquecido, a escola do sacerdócio continuará a formar os magistrados cábulas que daqui a uns anos nos vão investigar, julgar e condenar, gente a que somos obrigado a tratar com deferência, a levantar-nos sempre que entram na sala, a trata-los por meritíssimos, a suportar os impostos para lhes pagar muito bem e ainda lhes abonarmos o subsídio de renda vitalício.
O incidente fica para a história, talvez na próxima vez que se discuta o estado lastimável em que está a nova justiça alguém tenha a coragem de dizer que com uma escola de cábulas judiciais não seria de esperar milagres.