quarta-feira, junho 08, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Galinha-d'água [Gallinula chloropus], Jardim Gulbenkian, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Amarante [A. Cabral]
  

Jumento do dia


Durão Barroso

Se o presidente da Comissão não tivesse sido primeiro-ministro deste pobre país, de onde fugiu à pressa deixando o governo nas mãos do primeiro com que se cruzou à saída, admitiria que desconhecesse as regras constitucionais, mas tratando-se de Durão Barroso a insinuação de que este governo deveria estar a tomar as medidas acordadas com a troika é demais, até porque a tradição dos governos do PSD é não deixar um único papel ou ficheiro ao antecessor.
 
Se um partido que era candidato a governar não designou alguns dos seus quadros para prepararem a adopção de medidas que se impõem mal o próximo governo tome posse isso é responsabilidade desse partido e Durão sabe muito bem disso.
 
Parece que Durão Barroso está mais preocupado em encontrar culpados do que em ajudar Passos Coelho, um primeiro-ministro inexperiente, a desenrascar-se.

«O presidente da Comissão Europeia (CE) alertou hoje, a partir de Estrasburgo, as autoridades portuguesas para a necessidade de acelerar a aplicação das medidas de ajustamento económico e financeiro acordadas com a troika.
 
Em conferência da imprensa, Durão Barroso disse que a administração pública não pode ficar parada mesmo estando em funções um governo de gestão, que, sublinhou, tem obrigações a cumprir.» [Público]

 Portas a ministro dos Negócios Estrangeiros!

Pago para ver Paulo Portas sair na rifa a Cavaco Silva, sabendo-se que a política externa e a defesa são os únicos domínios onde Cavaco tem um papel activo.
     
 

 Uma esquerda à deriva

«A pergunta, dirigida aos partidos da extrema-esquerda parlamentar, impõe-se: quanto pior, melhor? Se era isto que pretendiam o BE e o PCP, ao colaborarem com os partidos da direita no derrube do governo do PS, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa bem podem limpar as mãos à parede. Fizeram um lindo serviço.
 
A história repetiu-se 35 anos depois. Já em 1976, os mesmos "irmãos inimigos", PCP e UDP (hoje escondida no BE), juntaram os seus votos aos do PPD e do CDS para derrubar o primeiro governo do PS. Seguiram-se uma efémera coligação PS-CDS, três governos de "iniciativa presidencial" e três governos da AD que levaram o país à beira da bancarrota - evitada pelo governo do bloco central (PS-PPD).
 
Nada disto pode isentar de responsabilidades a governação do PS nestes últimos seis anos. Uma governação cujas políticas públicas foram condicionadas desde o início pelos dogmas neoliberais. Uma governação caracterizada, nos últimos três anos, pela incapacidade de previsão de um ministro das Finanças que, entretanto, se desvaneceu no éter, mas em breve irá ressurgir como herói, para enriquecer a galeria dos 18 geniais ministros das Finanças que o antecederam. É que, neste país em crise, o estatuto de ex-ministro das Finanças, ex-ministro da Economia ou ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, do Orçamento ou do Tesouro, é sempre uma garantia de qualidade.
 
De facto, nunca tantos portugueses ficaram a "dever" tanto, em tão pouco tempo, a tantos ministros das Finanças e da Economia (e respectivos secretários de Estado)! A televisão, a rádio e os jornais encarregam-se de o lembrar, convidando-os a explicar ao povo o que deve ser feito (e eles não fizeram) e as receitas infalíveis (que eles não aplicaram) para vencer a crise. Os portugueses até elegeram um deles Presidente da República, por lhes ter prometido que, com ele em Belém, o país nunca chegaria ao ponto a que chegou. Mesmo assim, já foi reeleito, e os seus pares (oriundos sobretudo do ISEG) proliferam ao serviço da banca, dos grandes grupos económicos e, claro, dos governos.
 
José Sócrates saiu bem. E saiu--se bem no seu discurso de renúncia ao poder, na desoladora noite eleitoral. A vacuidade prazenteira do vencedor só o ajudou. Tal como a cegueira política evidenciada pelos chefes da extrema-esquerda. Jerónimo de Sousa está muito "contentinho da silva" porque o PCP conquistou mais um deputado - e a derrocada da esquerda pouco lhe importa enquanto a longevidade dos seus militantes lhe garantir o estatuto de Astérix na pequena aldeia comunista. No BE, entre a patética Aiveca, a abrir a noite pós-eleitoral, a sisuda Drago, a botar sentenças, e o perspicaz Louçã, a reconhecer a derrota (o BE cai de 16 para 8 deputados), grita-se: "A luta continua!", mas o partido vai mergulhar numa "reflexão profunda", porventura tão profunda como o abismo para onde o BE ajudou a empurrar uma esquerda cada vez mais à deriva.
 
Derrotado sem apelo por uma abstenção inacreditável (41,1 %), pela irresponsabilidade da extrema-esquerda e pela incapacidade para gerir esta gravíssima crise, o PS tem agora pela frente uma longa travessia do deserto em busca da recuperação política e ideológica. Tal como Cavaco durante os dez anos em que chefiou o PPD, também Sócrates se comportou, no PS, como um eucalipto que seca tudo à sua volta. Proliferam hoje, no aparelho partidário, jovens burocratas, tecnocratas e oportunistas, sem convicções e com muita ambição, que estão dispostos a servir quem não ponha em causa os seus pequenos poderes. Esse vai ser o maior obstáculo à regeneração política e ideológica do PS.

Quanto à direita, a maioria absoluta que conquistou, em coligação pós-eleitoral (PPD-CDS), permite-lhe tentar pôr em prática as receitas letais da troika FMI-BCE-UE, e até ir mais longe na ânsia de privatizações e desmantelamento do Estado já demonstrada pelo discípulo do engenheiro Ângelo Correia que nos coube em sorte. Só falta mesmo que reapareçam Catroga e Leite Campos, para nos tratarem da saúde financeira e fiscal. Aguentem-se à bronca, cidadãos, que isto vai doer muito!» [i]

Autor:

Alfredo Barroso.
     

 Ana Gomes: Portas não é idóneo para entrar no governo

«"Não está em causa a total legitimidade do seu partido para integrar coligação do Governo. Está em causa a sua idoneidade pessoal e política para voltar a desempenhar cargos governamentais no nosso país, atentas as suas responsabilidades e comportamentos como Governante e parlamentar, alguns desses comportamentos ainda por esclarecer em Justiça, como é devido", começou Ana Gomes, esta manhã, na sua intervenção no programa "Conselho Superior" da Antena1, em que acabou por referir-se ao escândalo sexual do ex-director do FMI Dominique Strauss-Khan para justificar o seu ponto de vista.» [DN]

Parecer:

Sem o Sócrates agora é a vez da direita a aturar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 E o Feyo não gostou

«"As declarações de Ana Gomes são tão inqualificáveis que não merecem qualquer comentário". Foi esta a reacção de Diogo Feio, eurodeputado do CDS, às suspeitas pessoais e políticas que a eurodeputada socialista levantou hoje sobre Paulo Portas.» [DE]

Parecer:

Pudera!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mais um sorriso.»
  
 Falhou o Axe Effect de Passos Coelho

«As taxas de juro sobre dívida nacional a 10 anos tocaram esta manhã em máximos desde a entrada na Zona Euro, subindo 17 pontos base para os 9,894%, segundo a Bloomberg.
 
Títulos com outros prazos estão também a ver os juros subirem, como é o caso dos dois anos, que sobem 12 pontos base para os 10,91%. O agravamento sente-se também hoje na dívida da Grécia e da Irlanda.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Aguarda-se um comentário esclarecedor do Relvas ou do Moedas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se o comentário.»
  
 Nenhum magistrado vai encontrar forma de processar Sócrates

«O antigo primeiro-ministro islandês Geir Haarde está hoje em tribunal, acusado formalmente de ter contribuído para a crise, ao não conseguir evitá-la, e de ter falhado nos seus deveres para lidar com as consequências.
 
Com 60 anos, Haarde é o primeiro chefe de governo a ser julgado pela mais recente crise na Islândia. É, aliás, a primeira pessoa levada perante o Landsomur, um tribunal criminal especial criado em 1905 para julgar as acusações contra ministros do governo islandês.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Já faltou mais para algum magistrado seguir a sugestão da jornalista da RR.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo espectáculo.»
  
 "Amor" com "amor" se paga
 

«Justin Timberlake e Mila Kunis aqueceram a entrega dos prémios MTV Movie Awards 2011. O cantor agarrou os seios da actriz, que respondeu apertando os genitais do companheiro de palco.» [JN]
  
 Já só falta condecorar o porteiro da São Caetano à Lapa

«Cavaco Silva vai condecorar no Dia de Portugal a antiga ministra das finanças e antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite com Grã-Cruz da Ordem de Cristo.» [Público]

Parecer:

Será que todos os ex-líderes partidários e ex-ministros foram condecorados?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor das ordens.»
  

 E. coli outbreak in Europe [Boston.com]










TÍTULO 43 [Link]

zzz


   






 Perfeitura do Recife