Foto Jumento
Alfama, Lisboa
Jumento do dia
Cavaco Silva
É bom ouvir um Presidente da República dizer que "é imperativo promover o mundo rural"", fica bem a qualquer um num país onde o ruralismo tem um grande peso. O problema é quando quem o diz é Cavaco Silva, e é um problema porque Cavaco Silva foi primeiro-ministro nos anos mais importantes para a agricultura, governou durante todo o período de transição. E o que fez Cavaco Silva? Conto dois episódios.
Quando se deu a crise das vacas loucas participei na primeira reunião entre os diversos organismos envolvidos no sector para ser adoptadas medidas para combater a situação. O representante do então INGA que conduziu a reunião foi claro ao dizer que as medidas impunham-se apenas prara tranquilizar a sociedade, foi um faz de conta com as consequências que depois vimos.´
Durante o período de transição a agricultura portuguesa contava com dois mecanismos que a protegia da concorrência dos produtos europeu, os Montantes Compensatórios de Adesão, direitos aduaneiros aplicados à importação de produtos comunitários, e o Mecanismo Complementar das Trocas, um sistema de contingentamento das importações vindas da CEE assente na emissão de certificados de importação. A determinada altura a inflação subiu e participei numa reunião de secretários de Estado em substituição de um deles, objectivo da reunião: acabar com os mecanismos de protecção para que os preços baixassem em consequência da importação de produtos comunitários mais baratos. Consequência: destruição das empresas agrícolas nacionais.
Lembro-me ainda de ter ouvido o então ministro Falção e Cunha, já falecido, numa sessão do PSD onde participei a convite de um amigo. O então ministro do Trabalho gabava-se da brutal redução da população agrícola como indicador de sucesso da transição do sector, sem que, todavia, tivesse explicado o que estava a fazer tanta gente que tinha deixado o mundo rural. Agora Cavaco está preocupado com o despovoamento do mundo rural?
Quem governou assim, quem teve um ministro da Agricultura que privilegiou os produtores de cereais em detrimento da pecuária e dos lácteos, quem usou a concorrência dos produtos agrícolas europeus pra combater a inflação não tem agora o direito de se manifestar preocupado com o mundo rural.
«O Presidente da República afirmou esta sexta-feira, no âmbito do Dia de Portugal, ter escolhido Castelo Branco para as comemorações do 10 de Junho para colocar o interior do país para a discussão da agenda nacional, alertando para as desigualdades do país e para o despovoamento.» [CM]
Quando se deu a crise das vacas loucas participei na primeira reunião entre os diversos organismos envolvidos no sector para ser adoptadas medidas para combater a situação. O representante do então INGA que conduziu a reunião foi claro ao dizer que as medidas impunham-se apenas prara tranquilizar a sociedade, foi um faz de conta com as consequências que depois vimos.´
Durante o período de transição a agricultura portuguesa contava com dois mecanismos que a protegia da concorrência dos produtos europeu, os Montantes Compensatórios de Adesão, direitos aduaneiros aplicados à importação de produtos comunitários, e o Mecanismo Complementar das Trocas, um sistema de contingentamento das importações vindas da CEE assente na emissão de certificados de importação. A determinada altura a inflação subiu e participei numa reunião de secretários de Estado em substituição de um deles, objectivo da reunião: acabar com os mecanismos de protecção para que os preços baixassem em consequência da importação de produtos comunitários mais baratos. Consequência: destruição das empresas agrícolas nacionais.
Lembro-me ainda de ter ouvido o então ministro Falção e Cunha, já falecido, numa sessão do PSD onde participei a convite de um amigo. O então ministro do Trabalho gabava-se da brutal redução da população agrícola como indicador de sucesso da transição do sector, sem que, todavia, tivesse explicado o que estava a fazer tanta gente que tinha deixado o mundo rural. Agora Cavaco está preocupado com o despovoamento do mundo rural?
Quem governou assim, quem teve um ministro da Agricultura que privilegiou os produtores de cereais em detrimento da pecuária e dos lácteos, quem usou a concorrência dos produtos agrícolas europeus pra combater a inflação não tem agora o direito de se manifestar preocupado com o mundo rural.
«O Presidente da República afirmou esta sexta-feira, no âmbito do Dia de Portugal, ter escolhido Castelo Branco para as comemorações do 10 de Junho para colocar o interior do país para a discussão da agenda nacional, alertando para as desigualdades do país e para o despovoamento.» [CM]
Apurem-se as responsabilidades
António Barreto decidiu dar voz aos que defendem o apuramento das responsabilidades da crise financeira, estou de acordo desde que seja feito por personalidades estrangeiras que não se esqueçam do impacto da vigarice do BPN, da titularização da dívida fiscal, da compra dos submarinos e do papel da oposição ao longo dos últimos anos, designadamente as suas exigências de mais investimento e apoios sociais.
O que o novo ideólogo da direita conservadora prefende é criar um efeito Casa Pia para que os portugueses fiquem distraídos enquanto o sector público é vendido a pataco.
Há momentos em que a política me enoja
São momentos como este.
Cavaco condecorou Manuela Ferreira Leite
Vejo Cavaco a condecorar Manuela Ferreira Leite e imagino os dois na casinha da Quinta da Coelha à volta do almoço com o anfitrião a perguntar à mais incompetente dos seus ministros: "queres mais um carapau alimado ó Manela? Ai não queres, então tomá lá esta condecoração!".
E já que estamos com as mãos na massa aqui fica um filme dedicado a António Barreto o conhecido intelectual que era de esquerda e agora é´empregado do hiper-merceeiro:
Grande lata!
«O Duque de Bragança, D. Duarte Pio, sugeriu hoje que se deixem de comemorar os feriados do 25 de Abril, 5 de Outubro e 1 de Dezembro, para aglutinar as respectivas celebrações no 10 de Junho, dia de Portugal e de Camões.» [CM]
Parecer:
Às vezes este senhor tem a sua piada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se que o dia de nascimento de sua alteza real passe a ser feriado nacional.»
E. Coli tem origem na agricultura biológica
«"São os rebentos vegetais" que estão em causa, declarou Reinhard Burger, director do Instituto Robert Koch (RKI), numa conferência de imprensa em Berlim dos três institutos federais sanitários envolvidos no dossier.
Segundo as análises, "as pessoas que comeram os rebentos em causa têm nove vezes mais possibilidades de ter diarreias com sangue e outros sinais da infecção pela bactéria E.coli do que os que não os comeram".
Foram feitas "múltiplas" análises, nos campos e produtos de uma exploração agrícola biológica do norte da Alemanha, Gärtnerhof à Bienenbüttel, suspeita há vários dias, que, segundo os responsáveis das autoridades sanitárias, lhes permitiu identificar a origem da contaminação.» [DN]
Segundo as análises, "as pessoas que comeram os rebentos em causa têm nove vezes mais possibilidades de ter diarreias com sangue e outros sinais da infecção pela bactéria E.coli do que os que não os comeram".
Foram feitas "múltiplas" análises, nos campos e produtos de uma exploração agrícola biológica do norte da Alemanha, Gärtnerhof à Bienenbüttel, suspeita há vários dias, que, segundo os responsáveis das autoridades sanitárias, lhes permitiu identificar a origem da contaminação.» [DN]
Parecer:
Seria interessante saber com que água regram os vegetais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
Parlamento alemão já aprova reestruturação da dívida grega
«O parlamento alemão (Bundestag) aprovou hoje por maioria uma moção a favor de um apoio financeiro suplementar à Grécia, na condição de os credores privados participarem na reestruturação da dívida grega, e de a respectiva maturidade ser prolongada.» [DN]
Parecer:
Não seria melhor abordar o problema à escala europeia?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
Nobre empata coligação
«Com a negociação a correr "muito bem", na expressão de vários envolvidos no processo, parece subsistir apenas um problema no caminho: Fernando Nobre. Nas conversas dos líderes, Portas terá já avisado Passos de que o nome do presidente da AMI não agrada aos centristas.
Na quarta-feira surgiu um novo sinal público disso mesmo: Ribeiro e Castro, eleito de novo deputado pelo CDS, disse na RTPN que devia haver uma "candidatura comum" e sugeriu outro nome, o de Mota Amaral. E quanto a Nobre deixou o aviso: "Terá enorme dificuldade em ser eleito."» [DN]
Na quarta-feira surgiu um novo sinal público disso mesmo: Ribeiro e Castro, eleito de novo deputado pelo CDS, disse na RTPN que devia haver uma "candidatura comum" e sugeriu outro nome, o de Mota Amaral. E quanto a Nobre deixou o aviso: "Terá enorme dificuldade em ser eleito."» [DN]
Parecer:
Pobre Nobre.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Nobre que regresse à ONG familiar onde se poderá entreter a comprar selos de colecção.»
O "Passos Effect" não se sente nos mercados
«A probabilidade de incumprimento das dívidas soberanas de Portugal, Grécia e Irlanda continua a aumentar.
Os investidores na dívida destes países temem que nenhum consenso seja obtido na próxima reunião do Ecofin dia 20 de junho e na cimeira da União Europeia nos dias 23 e 24, e que a questão da resolução da crise grega se arraste com um cenário de default cada vez mais provável no horizonte. Um fracasso do plano de resgate de Atenas pela troika que, na ideia dos investidores, poderá ser o percursor de uma vaga em cadeia nos outros países já "intervencionados" pela UE/BCE/FMI.
Entretanto, a Moody's colocou ontem 7 bancos portugueses em lista de espera para uma possível revisão em baixa da notação e foi feito um pedido de informação a um Credit Derivatives Determinations Committee da ISDA (International Swaps and Derivatives Association) sobre se o Allied Irish Banks entrou em situação de "evento de crédito". » [Expresso]
Os investidores na dívida destes países temem que nenhum consenso seja obtido na próxima reunião do Ecofin dia 20 de junho e na cimeira da União Europeia nos dias 23 e 24, e que a questão da resolução da crise grega se arraste com um cenário de default cada vez mais provável no horizonte. Um fracasso do plano de resgate de Atenas pela troika que, na ideia dos investidores, poderá ser o percursor de uma vaga em cadeia nos outros países já "intervencionados" pela UE/BCE/FMI.
Entretanto, a Moody's colocou ontem 7 bancos portugueses em lista de espera para uma possível revisão em baixa da notação e foi feito um pedido de informação a um Credit Derivatives Determinations Committee da ISDA (International Swaps and Derivatives Association) sobre se o Allied Irish Banks entrou em situação de "evento de crédito". » [Expresso]
Parecer:
Temos que mandar o Relvas fazer o seu sorriso para a porta dos mercados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão ao primeiro-ministro quase indigitado.»