quinta-feira, junho 16, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Arrábida
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Cântaros, Idanha-a-Nova [A. Cabral]
Jumento do dia


José Lello

José Lello já devia ter percebido que muitas das suas iniciativas só têm prejudicado o seu partido, começa a ser tempo de fazer política com argumentos mais sérios.
 
«"Houve uma deficiência no cruzamento de informações para a delegação que foi ao Presidente da República e, portanto, estas declarações vão ser corrigidas pelo Francisco Assis", sublinhou Lello, que é secretário nacional para as Relações Internacionais do PS.
 
"A posição do PS é de que na assembleia-geral de apuramento (hoje à tarde) vai apresentar de novo a impugnação dos resultados da mesa do Rio de Janeiro", indicou Lello.

"Se esta impugnação não for aprovada, nós recorreremos imediatamente ao Tribunal Constitucional, portanto está nas mãos do PSD aceitar ou não esta impugnação. Estão (PSD) muito preocupados com qualquer tipo de atraso no processo eleitoral, está nas mãos do PSD evitar qualquer tipo de implicações que daí decorram", acrescentou José Lello.» [DN]

 A primeira grande vitória de Paulo Portas

Paulo Portas conseguiu uma vitória impensável há alguns meses, de político odiado pelo centro e até por uma boa parte do PSD é nele que agora residem as esperanças dos que receiam os radicalismos do inexperiente Passos Coelho. Isto é, vamos ver uma boa parte do centro e da esquerda, incluindo os que no PSD não morrem de amores por Passos Coelho depositarem no líder do CDS a esperança deste impedir que o governo concretize muitas das propostas apresentadas pelo PSD durante a campanha eleitoral.
  
 

 É tempo de lhes dar caça

«Duas consultoras económicas britânicas, a Charles Stanley e a High Frequency Economics, fizeram relatórios dizendo que Portugal não tinha dinheiro para pagar uma dívida que vencia hoje. Portanto, a partir de hoje, 15 de Junho de 2011, a bancarrota. Portugal em "default", caloteiro. Escrito em relatórios. O analista da Charles Stanley, o sr. Jeremy Batstone-Carr (assina colunas nos jornais e vai à televisão), até titulou o seu relatório assim: "Portugal à espera da fada dos dentes." Segundo ele, o nosso esforço para sair da crise era o que a tradição pede às crianças: pomos o dente de leite, acabado de cair, debaixo da almofada e no dia seguinte uma fada deixa lá uma moeda. Garotos preguiçosos e iludidos, os portuguesitos. Passei a tarde de ontem a tentar saber mais sobre o eminente analista. A Internet é uma informadora desvairada. Disse-me que Jeremy Batstone-Carr era uma famosa bloguista lésbica e síria. Disse-me que era um patrão da Fórmula 1 com gosto por fardas nazis. Estas voltaram a aparecer noutra versão: Jeremy seria um jovem príncipe bêbado... Entretanto, Jeremy Batstone-Carr admitiu que se tinha enganado nas contas: hoje, Portugal tem com que pagar sem recorrer a fadas. Afinal, o Jeremy é o que é: um reputado analista. Ele assina relatórios sobre contas que dão para encher muitas estantes de livros de ficção. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
 
PS: O governo português processou estes analistas?
  
 Porque é que os economistas aparentam saber tão pouco sobre a economia

«Tive o choque da minha vida quando, após realizar testes de orientação profissional, me recomendaram que cursasse Economia.

Nunca antes me passara pela cabeça estudar o tema porque, muito simplesmente, ignorava o que faziam os economistas. Passados tantos anos, a dúvida sobre o que fazem e para que servem os economistas continua a afligir muita gente.

Os Nóbeis atribuídos nos últimos anos comprovam que os economistas investigam assuntos de grande relevância para o entendimento do funcionamento dos mercados, como sejam a psicologia dos consumidores, a informação assimétrica, as falhas de coordenação, os obstáculos à cooperação dentro das empresas ou as condições que favorecem o alargamento das desigualdades.

Todavia, a síntese dessa investigação que é servida aos estudantes e à opinião pública ignora sistematicamente as limitações da racionalidade humana e as falhas dos sistemas económicos que delas decorrem, em favor de uma visão cor-de-rosa do funcionamento dos mercados desregulados. Assim, embora o estudo do comportamento dos agentes económicos demonstre que os pressupostos da microeconomia estão errados, ela continua a ser ensinada como se nada fosse. A microeconomia - disciplina rainha da síntese neoclássica - adotou, aliás, uma metodologia oposta à da ciência experimental: partindo de um certo número de axiomas, vai por aí fora deduzindo teoremas em catadupa ao jeito de um manual de geometria. Tanto os axiomas como os teoremas são falsos, mas isso não incomoda os guardiões da teoria económica.
 
Na sua ânsia de imitarem a física, não só os economistas académicos procuram uma teoria geral unificada, como, ao invés dela, julgam tê-la descoberto. E é isso que ensinam a gerações de jovens desprevenidos.
 
Os alunos aprendem logo no primeiro ano que a instituição de um salário mínimo cria desemprego. Mais tarde, ao nível pós-graduado, será confidenciado aos poucos que lá chegarem que, à luz da evidência disponível, essa proposição é tudo menos certa. Nessa fase do processo de doutrinação, porém, eles já estarão pouco disponíveis para questionar os dogmas da profissão. Quanto aos que não atingiram esse patamar, virão cá para fora de boa-fé papaguear a pseudo-ciência que lhes foi ministrada.
 
Os economistas empregam-se sobretudo no estado, nos bancos, na universidade e na televisão. As duas últimas ocupações devem ser consideradas normais, pois alguém deve explicar aos mortais que, por muito mal que as coisas corram, vivemos no melhor dos mundos, apenas perturbado pela inoportuna intervenção de políticos condicionados pelo voto popular. O fascínio dos economistas pelos bancos também não causa estranheza: afinal, como lapidarmente proclamou o assaltante Willie Sutton, "é lá que está o dinheiro".
 
Já é mais difícil entender-se o que fazem tantos economistas - de facto, a larga maioria deles - a trabalhar no estado, tendo em conta a sua paixão pelo mercado e pelo setor privado e a aversão instintiva que lhes desperta o setor público. Os economistas amam loucamente o mercado livre, a concorrência sem freios, o empreendedorismo audaz e a globalização absoluta - mas só de longe. Dir-se-ia que temem repetir o desapontamento dos Hebreus antigos quando, depois de vaguearem décadas pelo deserto em busca da Terra Prometida, acabaram por descobrir que, afinal, lá não brotavam das pedras o leite e o maná.
 
Todos estranhariamos que a física e a química se revelasse inútil para os engenheiros ou a biologia para os médicos. Todavia, o presente ensino da economia não melhora em nada - bem pelo contrário - as competências dos gestores. Isso sucede porque o paradigma dominante desincentiva o conhecimento direto da realidade económica. Os neoclássicos apenas cuidam de "factos estilizados", ou seja, da quantificação daqueles conceitos que mais facilmente se moldam às suas teorias favoritas.
 
Dada tanta ignorância das realidades das economias contemporâneas, não admira que, confrontados com a atual crise de crescimento, os economistas se limitem a propor: "É preciso incrementar o empreenderorismo, é preciso aumentar a produtividade!" Ou seja, devolvem-nos o problema intacto, mas chamam-lhe solução.
 
Não é possível entender-se a economia quando só se entende de economia. Porém, fazendo a síntese neoclássica ponto de honra de isolar a economia das restantes ciências sociais, os estudantes são estimulados a ignorar a história económica e política, a história das doutrinas económicas, a filosofia política, a sociologia e a antropologia.
 
Basicamente, o mundo caminhou desprevenido para a situação em que se encontra porque confiou ingenuamente nas doutrinas económicas dominantes. Por que raio deveria agora acreditar que essas mesmas ideias conseguirão tirá-lo do buraco em que se encontra, quando elas persistem num tão grande desconhecimento das realidades das economias contemporâneas? » [Jornal de Negócios]

Autor:

João Pinto e Castro.
     


 Começo a entender melhor esta justiça

«Um copianço generalizado num teste do curso de auditores de Justiça do Centro de Estudos Judiciários levou à anulação do teste. Apesar do incidente, a direcção decidiu atribuir nota positiva a todos os futuros magistrados.

A desembargadora Ana Luísa Geraldes, directora do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), refere, em despacho, que na correcção do teste de Investigação Criminal e Gestão do Inquérito "verificou-se a existência de respostas coincidentes em vários grupos" de alunos da mesma sala.

O documento indica que, em alguns grupos, "a esmagadora maioria dos testes" tinha "muitas respostas parecidas ou mesmo iguais", constatando-se que todos os alunos erraram em certas questões.

No despacho, citado pela Lusa, é dito que as perguntas erradas nem eram as mais difíceis do teste, tendo-se verificado também o inverso: numa das questões mais difíceis ninguém falhou.

A directora do CEJ realça, ainda, que há pessoas sentadas umas ao lado das outras que têm "testes exactamente iguais, repetindo entre elas os erros que fizeram".

Perante o copianço da turma, a direcção do CEJ decidiu, em reunião, "anular o teste em causa, atribuindo a todos os auditores de Justiça a classificação final de 10 valores" em Investigação Criminal e Gestão do Inquérito.» [JN]

Parecer:

Deus nos livre dos tribunais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quando alguém for a tribunal pergunte aos magistrados se pertenciam à turma.»


 Deixem-se de tretas

«"Pela nossa parte não haverá atrasos à formação de um novo Governo no País. Vamos apresentar um protesto junto da mesa da assembleia eleitoral, mas já anunciámos a intenção de não avançar com nenhum recurso para o Tribunal Constitucional", anunciou Francisco Assis, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República.

O dirigente socialista José Lello reafirmou que o PS vai recorrer ao Tribunal Constitucional na impugnação dos votos do Rio de Janeiro, justificando que a confusão se ficou a dever a "uma deficiência no cruzamento de informações".» [DN]

Parecer:

É uma questão de lana caprina que não vai levar a nada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esqueça-se o assunto.»
  
 CDS 1 - 0 PSD

«O nome de Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República está fora do acordo de coligação que PSD e CDS vão assinar até ao final da semana.

Paulo Portas anunciou que os dois partidos fecharam o acordo politico e o texto com as bases programáticas, mas não se entenderam sobre a candidatura à presidência do Parlamento.

"Chegamos a acordo em matérias prioritárias para o Pais. Houve um esforço de aproximação relevante, mas em nome da autenticidade, é preciso dizer-se que a questão do presidente da Assembleia da República não faz parte do acordo entre os dois partidos," afirmou à saída da audiência com o Presidência da Republica » [DN]

Parecer:

Isto significa que Nobre dificilmente será eleito presidente do parlamento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se o nome de Nobre para chefe da Casa Civil da PR, sempre vai aprendendo alguma coisa antes de voltar a ser candidato presidencial.»
  
 Austála mata camlos para reduzir gases do efeito estufa

«Mate um camelo, ganhe dinheiro por reduzir os gases do efeito estufa: a oferta poderá estar a chegar à Austrália, onde os grandes números de gases metano emitidos pelos animais estão a prejudicar a zona interior do país há mais de um século.
 
O governo australiano propôs que matar camelos seja oficialmente registado como meio de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A Austrália tem a maior população de camelos selvagens - 1.2 milhões - considerados um problema ambiental crescente.
 
A proposta, lançada a comentário publico esta semana, mostra que cada camelo emite aproximadamente 45 quilogramas de metano por ano. Um projecto de lei para implementar estas medidas irá ser votado na Casa dos Representantes hoje, quarta-feira, e é esperado que passe a ser lei dentro de poucas semanas.» [DN]

Parecer:

Na Europa promove-se o consumo de carne de bovino sem ninguém avaliar as consequências para a saúde e para o ambiente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Estude-se o assunto.»
  
 A crise financeira está a caminho da França

«A agência de notação financeira Moody"s prevê baixar o "rating" dos bancos franceses BNP Paribas, Société Générale e Crédit Agricole devido à sua exposição à dívida da Grécia.

Num comunicado divulgado hoje, a Moody"s refere também que a nota do banco franco-belga Dexia também poderá baixar.

A Moody"s disse que analisará "a incoerência potencial que poderá existir entre um padrão ou uma reestruturação (da dívida grega) e as notas actuais" dos bancos franceses e que, no caso do BNP Paribas e do Crédit Agricole, a análise não deverá resultar numa redução do "rating" de mais de um ponto.» [DN]

Parecer:

Quando chegar à Alemanha o problema resolve-se.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»
  
 Pobre Fernando Nobre

«Pedro Passos Coelho vai insistir no nome de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República apesar de o acordo político com o CDS não incluir o consenso para a segunda figura do Estado. Na próxima segunda-feira, na reunião plenária, Passos Coelho vai candidatar Fernando Nobre para o cargo apesar de saber que não conta com o apoio do CDS e, por isso, que a maioria é difícil de alcançar.
 
"Sou um homem de palavra", disse Passos Coelho depois da reunião com Cavaco. Questionado sobre se mantém a escolha sabendo que o nome dificilmente passará, o presidente do PSD explicou que "esse é um processo que depois decorrerá no Parlamento". A responsabilidade fica assim nas mãos dos dois grupos parlamentares que caso o nome não recolha a maioria dos votos terá de ser apresentada uma alternativa.» [i]

Parecer:

Vamos ver se Nobre tem nobreza que baste para cumprir a sua palavra e sentar-se na sua cadeira de "modesto" deputado se não for eleito presidente do parlamento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por segunda-feira.»
  
 Jovens da SEDES ou jovens com sede de protagonismo

«O núcleo de jovens da SEDES apelou hoje ao Presidente da República e ao futuro Governo para que promovam o consenso com os partidos da oposição e com os parceiros sociais, lançando Vitor Bento para o Ministério das Finanças.
 
O apelo foi lançado numa carta aberta que os jovens quadros da SEDES divulgaram em conferência de imprensa e que será enviada aos órgãos de soberania.
 
"Este é o momento de concertar uma verdadeira estratégia política que devolva à sociedade portuguesa um novo fôlego económico e social, capaz de restaurar a confiança e trazer uma esperança renovada", diz a carta aberta.» [Expresso]

Parecer:

Não repararam que a direita tem a maioria absoluta e que é Passos Coelho que vai escolher o ministro das Finanças.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos jovens o que Vítor Bento tem de especial para ser ministro das Finanças.»