Foto Jumento
Flores (milimétricas) de Monsanto, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Furnas, Açores [A. Cabral]
Jumento do dia
Paula Teixeira da Cruz, vice-presidente da comissão política do PSD
Que esquecidas as eleições o PSD iria descobrir que enfrenta a maior crise financeira internacional de que os vivos têm memória já era sabido, terminado o estado de graça este será o argumento a usar para tudo justificar, começando pela receita mais radical do que a da troika defendida por Passos Coelho. Mas usar este argumento menos de vinte e quatro horas depois das eleições revela cinismo, falta de decoro e, acima de tudo isso, falta de inteligência.
É por estas e por outras que quando Paula Teixeira da Cruz entrou no Liceu Camões acabadinha de chegar de Angola os seus colegas a atiraram com roupinha e tudo para dentro do tanque. Nesse tempo dizia pertencer à facção Nito Alves e os rapazes da extrema-direita, de que fazia parte o seu futuro marido, não gostaram da brincadeira. É uma pena que já seja uma senhora e não esteja em idade de ser atirada para o tanque, mas que com declarações destas é isso que merece, pelo menos em termos figurativos, lá isso merece.
É por estas e por outras que quando Paula Teixeira da Cruz entrou no Liceu Camões acabadinha de chegar de Angola os seus colegas a atiraram com roupinha e tudo para dentro do tanque. Nesse tempo dizia pertencer à facção Nito Alves e os rapazes da extrema-direita, de que fazia parte o seu futuro marido, não gostaram da brincadeira. É uma pena que já seja uma senhora e não esteja em idade de ser atirada para o tanque, mas que com declarações destas é isso que merece, pelo menos em termos figurativos, lá isso merece.
PINGO DOCE: PEPINOS PORTUGUESES, POIS CLARO
Logo que surgiu a crise dos pepinos o Pingo Doce informou que desde Abril só vendia pepinos, quase tudo era estrangeiro mas podíamos estar descansados porque os pepinos eram portugueses e não fiaríamos com caganeira. A imagem em que a origem "Espanha" foi rasurada foi enviada por um visitante d'O Jumento que a tirou na semana passada.
Já serão visíveis os sinais de retoma no horizonte?
Pouco tempo depois de ter ganho as eleições DUrão Barroso descoria sinais de retoma no horizonte, mas eles nunca apareceram. Será que Passos Coelho também vai ter visões?
Agora é tempo de descobrir que a crise económica não tem apenas causas nacionais, que nos mercados financeiros há especuladores a enriquecer à custa dos ataques à dívida soberana, que as agênias de rating ajudam os especuladores e que estão pouco preocupadas em saber quem governa Portugal. As empresas deslocalizadas não regressarão, as que faliram por não terem resistido à concorrência chinesa não ressuscitarão, os empresários portugueses estão mais interessados em aumentar os lucros fáceis do que em aumentar o emprego, esta vai ser a realidade. Uma realidade que será agravada pelo impacto das medidas impostas pela troika e provavelmente pelas medidas mais radicais propostas por Passos Coelho.
Bem-vindos à realidade.
Francisco Louçã
Líder comunista que se preze fica, nunca é responsável pelas derrotas. Francisco Louçã não teve culpa da derrota do BE, a culpa foi de Sócrates e da sua política de direita, uma política de direita tão má que os eleitores escolheram agora uma ainda mais à direita. Se a culpa não foi de Sócrates foi de outra pessoa qualquer, mas do superior Louçã é que não foi certamente.
Louçã lembra-me a anedota da senhora que foi assistir ao juramento de bandeira do filho, quando as tropas começaram a marchar concluiu com orgulho que o seu rebento era o único que estava com o passo certo.
Quase aposto que não tarda muito o Louçã vai aparecer dizendo que a ele se deve a derrota de José Sócrates.
O império da Justiça vai contra-atacar
A pergunta da jornalista da RR no final da declaração de José Sócrates poderá ser mais ingénua do que parece, recorde-se que quando Durão Barroso era primeiro-ministro e as sondagens diziam que os portugueses não o queriam no cargo surgiu muito oportunamente o processo Casa Pia, um processo onde vimos Bagão Félix de mãos dadas com um destacado militante do PCP.
Se assim não fosse os jornalistas da RR poderia ter feito perguntas idênticas a Passos Coelho e a Paulo Portas, tanto quanto se sabe os processos em curso, o BPN e os submarinos, envolvem personalidades dos seus partidos.
Seria bom que a agenda não fosse dominada pela justiça, é tempo de os portugueses se concentrarem nos problemas do país e avaliarem honestamente os seus políticos em vez de andarem picados por jornalistas e agentes secretos.
A dúvida do dia
Se assim não fosse os jornalistas da RR poderia ter feito perguntas idênticas a Passos Coelho e a Paulo Portas, tanto quanto se sabe os processos em curso, o BPN e os submarinos, envolvem personalidades dos seus partidos.
Seria bom que a agenda não fosse dominada pela justiça, é tempo de os portugueses se concentrarem nos problemas do país e avaliarem honestamente os seus políticos em vez de andarem picados por jornalistas e agentes secretos.
A dúvida do dia
Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã já terão iniciado negociações para formarem o governo de esquerda?
Coisa estranha
Coisa estranha
Não encontrei uma única notícia ou comentário que atribuísse a vitória eleitoral de Passos Coelho aos seus méritos ou competência, até parece que os jornalistas se esqueceram de o dizer ou não estão dispostos a prescindir da sua vitória política sobre a democracia.
O tempo no dia seguinte às eleições
De facto há muitos distritos em alerta laranja começando por aqueles onde, por exemplo, a liberalização do despedimento mais se fará sentir.
As primeiras vítimas
Quase aposto que as primeiras vítimas da liberalização dos despedimentos defendidas por José Sócrates serão precisamente os jornalistas. Com o sector em crise, situação que se agravará com a recessão e as mexidas no sector, ainda por cima sem José Sócrates para produzirem primeiras páginas chamativas não teremos de esperar muito para vermos alguns dos jornalistas que mais ajudaram Passos Coelho a provar a sua receita contra a crise.
O tempo no dia seguinte às eleições
De facto há muitos distritos em alerta laranja começando por aqueles onde, por exemplo, a liberalização do despedimento mais se fará sentir.
As primeiras vítimas
Quase aposto que as primeiras vítimas da liberalização dos despedimentos defendidas por José Sócrates serão precisamente os jornalistas. Com o sector em crise, situação que se agravará com a recessão e as mexidas no sector, ainda por cima sem José Sócrates para produzirem primeiras páginas chamativas não teremos de esperar muito para vermos alguns dos jornalistas que mais ajudaram Passos Coelho a provar a sua receita contra a crise.
O estribo
«Desde a primeira fase do duelo Soares-Freitas que não se assistia a uma campanha tão envenenada pelo ódio. Até ao empate da sondagem da Católica tudo parecia normal.
A partir daí, os media atingiram o inimaginável: relatos de campanha com inocência perdida; debates supostamente plurais com participantes, sem disfarce, vomitando bílis contra Sócrates; os principais patrões dos media activamente na campanha, incluindo a presença em comícios; o candidato anti-Sócrates vociferando ataques de carácter; e até uma antiga dirigente desejando a morte civil ao primeiro-ministro. Claro que o PS não perdeu apenas por esta deprimente escalada, perdeu pelas razões por que se perde, quando o eleitor acredita, com ou sem fundamento, que o novo será melhor que o actual, agora culpado de todos os males do mundo.
O que houve aqui de diferente foi a intensidade dos ataques, a geração de ódio implícito, a par do absolutismo eleitoral que esfrangalhou várias ilusões, entre elas as de Portas. O PCP virou a cassete mudando os temas: quem chamou a direita ao poder não foi o seu conluio com ela para demolir o Governo, mas sim o próprio Governo. Da parte do Bloco, uma semana inteira contra o PS, principal inimigo, com generosa participação nos "plurais" debates. A maldição da vítima no seu pior.
E agora? Contra o que eu próprio imaginava e escrevi, as químicas do compromisso não se reunirão. Quer uma maioria absoluta do PSD a solo, quer conjugada com o CDS não geram condições para tirar o País da crise. A fractura a meio regressará logo depois do centro acordar do encanto, quando se sentirem os efeitos do Acordo. Durante seis a doze meses haverá um bode expiatório, "doce enlevo de alma ledo e cego, que a fortuna não deixa durar muito". Depois recomeça a triste realidade, com opositores internos aliados aos vocais inimigos das reformas. A rua como forma de luta, provocando e agradecendo pretextos de repressão. Os exércitos de desiludidos, convocados por SMS, enganados, depois humilhados e ofendidos.
E o PS? Dinamitadas as pontes por onde poderiam atravessar as caravanas do consenso, não se lhe peça que dobre a cerviz. Impossibilidade genética, a que se junta a tentação de ser oposição sem culpa. Sem culpa mas com honra, cumprirá aquilo a que se obrigou, nem menos nem mais. Não lhe peçam para segurar no estribo de cavaleiros de reformas de vingança e ódio, revisões constitucionais aventureiras, e destruições daquilo por que sempre se bateu, ainda mais agora.
Estará o novo poder interessado em amaciar este cenário?» [DE]
A partir daí, os media atingiram o inimaginável: relatos de campanha com inocência perdida; debates supostamente plurais com participantes, sem disfarce, vomitando bílis contra Sócrates; os principais patrões dos media activamente na campanha, incluindo a presença em comícios; o candidato anti-Sócrates vociferando ataques de carácter; e até uma antiga dirigente desejando a morte civil ao primeiro-ministro. Claro que o PS não perdeu apenas por esta deprimente escalada, perdeu pelas razões por que se perde, quando o eleitor acredita, com ou sem fundamento, que o novo será melhor que o actual, agora culpado de todos os males do mundo.
O que houve aqui de diferente foi a intensidade dos ataques, a geração de ódio implícito, a par do absolutismo eleitoral que esfrangalhou várias ilusões, entre elas as de Portas. O PCP virou a cassete mudando os temas: quem chamou a direita ao poder não foi o seu conluio com ela para demolir o Governo, mas sim o próprio Governo. Da parte do Bloco, uma semana inteira contra o PS, principal inimigo, com generosa participação nos "plurais" debates. A maldição da vítima no seu pior.
E agora? Contra o que eu próprio imaginava e escrevi, as químicas do compromisso não se reunirão. Quer uma maioria absoluta do PSD a solo, quer conjugada com o CDS não geram condições para tirar o País da crise. A fractura a meio regressará logo depois do centro acordar do encanto, quando se sentirem os efeitos do Acordo. Durante seis a doze meses haverá um bode expiatório, "doce enlevo de alma ledo e cego, que a fortuna não deixa durar muito". Depois recomeça a triste realidade, com opositores internos aliados aos vocais inimigos das reformas. A rua como forma de luta, provocando e agradecendo pretextos de repressão. Os exércitos de desiludidos, convocados por SMS, enganados, depois humilhados e ofendidos.
E o PS? Dinamitadas as pontes por onde poderiam atravessar as caravanas do consenso, não se lhe peça que dobre a cerviz. Impossibilidade genética, a que se junta a tentação de ser oposição sem culpa. Sem culpa mas com honra, cumprirá aquilo a que se obrigou, nem menos nem mais. Não lhe peçam para segurar no estribo de cavaleiros de reformas de vingança e ódio, revisões constitucionais aventureiras, e destruições daquilo por que sempre se bateu, ainda mais agora.
Estará o novo poder interessado em amaciar este cenário?» [DE]
Autor:
António Correia de Campos.
Para ser lido daqui a seis meses
«Portugal foi a eleições ontem. Problemazito resolvido, o sério, agora, são as obrigações para com os nossos credores inflexíveis. O PSD ganhou de forma clara (e não vale invocar a grande abstenção: não é assunto dos vencedores, é da nossa geral ineficácia, que não limpou os cadernos eleitorais, e da irresponsabilidade cívica dos que não votaram). E o PSD ganhou de forma larga, para épocas normais. Deu para ontem os seus saírem à rua apitando, como nas épocas normais. Mas ontem, como já disse, conta pouco. As obrigações de hoje (e do resto dos dias da nossa dívida) exigem uma larga maioria: que vote no Parlamento o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika e que convença os portugueses a aceitar os sacrifícios. O PSD e o CDS juntos têm 56% dos deputados, o que é quase igual aos 53% que os gregos do Pasok têm para governar e que não chega para convencer os credores deles. Ontem, só ouvi um político do PSD, o retirado Mira Amaral, e o líder do CDS, Paulo Portas, lembrarem o PS. Pode parecer despropositado perante o desaire do PS, mas foi sábio para quem reconhece que o que vale são os dias, meses e anos que vêm aí. Mais do que meter o PS no Governo ou combinar com ele maiorias parlamentares, trata-se de uma atitude de diálogo. E não se trata de fazer um favor ao PS, mas de responsabilizá-lo na solução da nossa crise. Pensem nisso, antes que os factos obriguem a pensá-lo daqui a seis meses.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
O CC do PCP vai reunir
«O Comité Central do PCP vai reunir-se na terça-feira para analisar os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo e debater a sua estratégia política futura, depois de ter conseguido eleger 16 deputados.» [DN]
Parecer:
Para além da habitual declaração de vitória irá declarar o apoio ao governo da direita dando continuidade ao apoio que deu às suas propostas durante a legislatura anterior?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Geisha australiana impedida de trabalhar por ser estrangeira
«Fiona Graham, conhecida no Japão pelo nome de Sayuki, disse ter pedido à Associação das Gueixas de Asakusa, um bairro em Tóquio, para se estabelecer por conta própria, uma vez que a "matriarca" da sua casa estava demasiado doente para poder continuar a trabalhar.
O pedido foi-lhe negado sob a justificação de que "não poderia ser titular porque era estrangeira", declarou ao jornal The Australian.» [DN]
O pedido foi-lhe negado sob a justificação de que "não poderia ser titular porque era estrangeira", declarou ao jornal The Australian.» [DN]
Até tu Bolsa de Valores de Lisboa?
«O principal índice de Lisboa, o PSI20 - que até abriu a sessão desta segunda-feira em terreno positivo - acabou por fechar o dia a perder. Nem mesmo a vitória do PSD chegou para segurar a bolsa em alta: quem ganhou mesmo foi a Europa que conseguiu arrastar o índice português para uma queda superior a 1%.» [Agência Financeira]
Parecer:
Estava à espera de um comentário eufórico do Miguel Relvas, mas a bolsa estragou tudo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Miguel Relvas.»
A primeira partidinha de Cavaco a Passos Coelho
«O Presidente da República anunciou hoje que decidiu não promulgar a lei que alterava a regulamentação do apoio do Estado aos estabelecimentos do ensino particular e cooperativo e já a devolveu à Assembleia da República. Este diploma resultou de uma iniciativa legislativa do PSD, que pretendia modificar o regime de apoios financeiros ao ensino particular e cooperativo, o que nunca chegou a ser concretizado.» [Público]
Parecer:
Isto promete.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Dirigente do CDS defende que o partido não deve ir para o governo
«O presidente do CDS-PP nos Açores, Artur Lima, que é também vice-presidente nacional do partido, defende que, na sequência dos resultados obtidos nas legislativas de domingo, o partido "não deve ir para o Governo" da República.» [Público]
Parecer:
Pois, é caso para dizer que o Portas ia ficar a ver passar submarinos... quando pode ser ministro dos negócios estrangeiros e irritar Cavaco Silva que o terá de aturar dia sim, dia não.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Aberta a guerra em torno da RTP
«O empresário Pais do Amaral diz que «não tem pés nem cabeça» que privatizar a RTP seja uma das medidas a executar nos próximos anos pelo novo Governo liderado pelo PSD.
«Há tantas coisas prioritárias para fazer que falar neste momento na privatização da RTP é uma diversão», disse à Lusa o presidente do conselho de administração da Media Capital, dona da TVI.» [Portugal Diário]
«Há tantas coisas prioritárias para fazer que falar neste momento na privatização da RTP é uma diversão», disse à Lusa o presidente do conselho de administração da Media Capital, dona da TVI.» [Portugal Diário]
Parecer:
O ideal, o ideal era o militante n.º 1 do PSD ficar com a receita publicitária da RTP e os contribuintes ficarem com a despesa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»