sexta-feira, junho 03, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Preparando a estátua na Rua Augusta, Lisboa
Jumento do dia


A direita portuguesa

Um dia Mário Soares disse, repetindo uma frase célebre de Miterrand em relação à direita francesa, que a direita portuguesa era a mais estúpida da Europa e, pelo que se está a ver, desde então não melhorou muito, antes pelo contrário piorou. Alguns dos protagonistas são os mesmos e isto da inteligência não se pode comprar no mercado e os que têm vindo a suceder são piores dos que os anteriores. Balsemão era pior do que Sá Carneiro, Cavaco pior que Balsemão, Durão Barroso pior do que Cavaco, Santana Lopes pior do que Barroso, Ferreira Leite (surpreendentemente) pior que Santana e Passos Coelho muito pior do que Ferreira Leite.

Mas se não é novidade a pobreza intelectual da dinastia que tem vindo a liderar o PSD não é novidade, o que o é é que além de intelectualmente questionáveis também são idiotas. Dir-me-ão que ser menos dotado intelectualmente significa ser idiota, mas não é bem assim, conheço gente burra que não é idiota e gente que sendo burra não o é.
 
Uma direita que se gabava de já ter ganho as eleições e que a dois dias do termo da campanha eleitora inicia um verdadeiro combate de boxe é mesmo muito idiota, a pouco tempo do fim da campanha estala o verniz e demonstra que uma maioria de direita é tudo menos estável e confiável para os mercados.

 O céu é o limite

Será que Passos Coelho ainda vai ter tempo para chegar aos 60% nas sondagens? A ritmo que estas dizem que os portugueses mudam de opinião tudo é possível.

 Da crise do euro à crise dos pepinos
  
Ao contrário do que possa parecer não há grande diferença entre a crise do euro que Portugal foi vítima e a crise dos pepinos que está a pôr os alemães a correr de urgência para os WC, os ingredientes são mais ou menos o mesmo ou não fosse o mercado dos pepinos muito semelhante ao do euro.


Até em Portugal podemos encontrar grandes semelhanças de comportamento, quando Portugal foi alvo dos ataques no mercado Soares dos Santos, o híper-merceeiro dono do Pingo Doce, foi um dos primeiros a vir para a televisão defender que Portugal deveria pedir ajuda ao FMI ajudando a aumentar a desconfiança em relação ao país. Não foi o mesmo Pingo Doce que mal ocorreram problemas com o consumo de pepinos na Alemanha fez um comunicado assegurando que desde Abril que os seus super-mercados só vendiam pepino nacional? Que sorte, uma cadeia de super-mercados que habitualmente está inundado de frutas e hortícolas espanhóis logo teve a sorte de neste momento estar a vender pepinos nacionais!

Tal como os governantes alemães, mais preocupados com os interesses da banca alemã do que com a Europa, andaram meses a laçar a suspeição sobre os países periféricos para se assegurarem que a situação não se agravava e quando tal sucedeu tudo fizeram para que os países mais vulneráveis pedissem ajuda, desta vez também não hesitaram em destruir a agricultura espanhola para salvarem a honra dos seus controlos sanitários. Comportaram-se em relação aos pepinos, com a mesma arrogância com que se tinham comportado em relação ao euro, uma bactéria Escherichia coli de uma variante tão perigosa só poderia ter saído dos intestinos de um espanhol menos limpinho, nunca de um alemão, um desses alemães que aprenderam as mais elementares regras de higiene com o povos do sul.

Está a suceder com os pepinos o mesmo que já tinha sucedido com os euros, o egoísmo de uma Europa que no momento da defesa dos interesses nacionais esquece as responsabilidades colectivas exigidas por um mercado alargado, a total ausência de regulação e uma Comissão a assobiar para o ar enquanto o governo alemão salva os seus mercados à custa dos do sul e muito boa gente desses países do sul a fazer o jogo dos interesses alemães.
  
 A curiosidade matou o gato...


    
 

 A AMIZADE ALEMÃ É LIXO

«Do mercado de Klausenerplatz, em Berlim, foi publicada ontem uma foto das bancas de hortaliças com um grande cartaz à frente: "Aqui não se vendem produtos espanhóis!" Experimente um jornal da Andaluzia difundir um anúncio com a foto de automóveis alemães e a frase grosseira: "O carro que mata!"... No entanto, na última semana, os acidentes rodoviários em que participaram marcas alemãs em Espanha foram mais letais do que os ocasionados pelos pepinos espanhóis na Alemanha. Houve um choque de um Mercedes conduzido por um toureiro que matou outro condutor e de infectado pelo célebre Escherichia coli que toca castanholas ficou-se ontem a saber que, afinal, não há ninguém... Extraordinária arrogância a de políticos alemães que, perante um caso de saúde pública no seu país, convocaram uma conferência de imprensa para apontar como culpado outro país. Para, dias depois, confessarem que análises científicas descartam a sua acusação. Sublinhe-se a irresponsabilidade do alarme antes de terem as provas e da falta de solidariedade com um país mais do que amigo, com um país com o qual se está economicamente unido. Ou não é isso que Bruxelas une e organiza: Estugarda constrói automóveis e Múrcia produz pepinos? Pois apesar de os alemães terem ficado com a melhor parte do bolo, verifica-se que não se importam de afundar a produção do aliado. Esta semana, a águia alemã mais parecia o abutre de uma agência de rating.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
       

 Vai ser a agricultura portuguesa a pagar os pepinos
    
«O presidente da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) disse esta quinta-feira que o mercado português está "inundado" de legumes espanhóis, uma vez que estes últimos não conseguem escoar a produção para outros destinos devido ao pânico provocado pela bactéria E. Coli.» [DN]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela nomeação do próximo governo.»
  
 DIREITA DIVIDIDA AINDA ANTS DAS ELEIÇÕES

«Passos não gostou de ver Portas dizer que não sabe se integrará um Governo com o PSD ou se fará um acordo de incidência parlamentar.
  
Esta tarde, num almoço-convívio com apoiantes em Paços de Ferreira, o líder do PSD respondeu-lhe, sem nunca o mencionar, explorando as suas dúvidas para dramatizar o apelo à maioria absoluta: "Há já quem diga que nem sabe se vai para o Governo, que prefere ficar só a apoiar no Parlamento. Vale a pena correr este risco'". [DE]
 
Aproveitando as dúvidas manifestadas pelo líder do CDS, que, segundo as últimas sondagens, alcança, juntamente com o PSD, a maioria absoluta, Passos Coelho volta a pedir com veemência uma maioria clara, para que o próximo Governo seja "coeso" e não esteja, assim condicionado pelos democratas-cristãos.»

Parecer:

Estamos a assistir ao que vai suceder se a direita for chamada a formar governo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo próximo domingo.»
  
 A vida luxuosa dos comissários europeus

«Enquanto exige aos países da zona euro mais austeridade para reduzir o défice, a Comissão Europeia (CE) não tem refreado os seus próprios gastos. De acordo com uma investigação jornalística, os comissários europeus gastaram cerca de oito milhões de euros em jactos privados, festas e férias luxuosas.» [Público]

Parecer:

A Comissãom Europeia parece estar acima de qualquer sacrifício ou medida de austeridade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 A austeridade segundo Durão Barroso
  
«Commissioners travelled in limousines, stayed in five star hotels and splashed out on lavish gifts including Tiffany jewellery as their member states faced savage budget cuts and rising EU taxes.

An investigation by the Bureau of Investigative Journalism into spending by the EU executive has shown that more than €7.5m (£6.6m) was spent on private jet travel for commissioners between 2006 and 2010. It spent thousands hiring top orchestras to play at the exclusive parties, while guest speakers at its events were presented with expensive gifts including cufflinks, fountain pens and Tiffany jewellery.

Baroness Ashton, the British EU foreign minister, came under fire when it was reported that she had demanded her own private jet less than 100 days into her new role in March last year.

Tens of thousands more was spent accommodating commissioners at luxury five star resorts in exotic locations such as Papua New Guinea, Ghana and Vietnam, the spending figures show.

The Commission also ran up a bill of more than €300,000 (£263,511) for lavish cocktail parties, including an event in Amsterdam costing €75,000, which was described as “a night filled with wonder like no other”.



Conservative ministers and MEPs last night reacted furiously to the disclosures, days after the Commission demanded a budget increase of 4.9 per cent, which would cost Britons €3 billion a year in "stealth taxes".

David Lidington, the Europe Minister, said the figures proved the Commission must slash its own spending before its demands for a budget increase can be countenanced.

He said: “Taxpayers across Europe are facing tough decisions about their own housekeeping budgets and its time for the commission to look long and hard and its own spending priorities. Any evidence of extravagance and waste will damage the standing not only of the individual commissioners involved but also of the EU as a whole.

“What’s very clear is that the Commission can afford to make savings before it comes asking national governments for any extra money.”

Bill Cash, Chairman of the European Scrutiny Committee in the House of Commons, demanded that the EU’s financial watchdog open a formal investigation into the spending.

He said: “Frankly I’m disgusted. The Commission acts like a medieval monarchy and this is taxpayers’ money which is quite clearly being squandered on an outrageous scale.

“This requires formal investigation and as chairman of the European Scrutiny Committee I will be calling upon the Court of Auditors to produce an official report.”
 Figures obtained by the Bureau of Investigative Journalism and passed to The Daily Telegraph show that the Commission’s President, Jose Manuel Barroso, ran up a bill of €28,000 (£24,500) during a four-night stay at the New York Peninsula Hotel in September 2009.

Mr Barroso stayed at the five-star hotel, where suites cost €780 a night, with an entourage of eight assistants while attending the UN Climate Change Summit. The bill included the cost of hiring meeting rooms and equipment.

The hotel bill came to almost triple the limit of €275 per person per night for accommodation in New York set out in the Commission’s staff regulations.

When questioned over the bill, the Commission said that the overspend was considered reasonable due to inflated accommodation costs in New York during the UN General Assembly.

Commissioners and their families also holidayed at luxury resorts in Papua New Guinea and Ghana during 2009.
 
On one occasion, a delegation of 44 staff was flown to the five-star Palm Garden Resort in Vietnam for an event to “facilitate internal cooperation”.
 
On top of the £6.6m private jet bill, a further €118,000 was paid for limousines to chauffeur commissioners between official engagements.
 
Details of the extravagant spending is likely to spark public fury following the Commission’s proposals to levy more than £200 a year from the average British family in direct taxation from 2013.
 
Janusz Lewandowski, the European budget commissioner, made the demand for tax-raising powers on Tuesday.
 
Baroness Ashton infuriated British government ministers last month when she demanded an extra £23.5 million to run her diplomatic service, which would take her total budget to £427 million.
 
The EU foreign minister is the world’s highest paid female politician, earning £230,000 a year. Her demands for more cash were branded “ludicrous” by Mr Lidington last month.
 
A spokesman for Lady Ashton last night denied that she had requested her own private jet last year, but admitted that she is a frequent user of "air taxis" to destinations where commercial flights are not avaiable.
 
Martin Callanan, the leader of the Conservative group of MEPs, described the new spending revelations as “scandalous”.
 
"When the commission said it needs a five percent budget increase to 'pay its bills' we didn't think it meant private jets, Tiffany jewellery and cocktail parties,” he said.
 
“This is exactly the sort of outrageous spending that needs to be slashed."
 
Mats Persson, director of the Open Europe campaign group, said the latest disclosures about Commissioners’ spending would further sour the public mood towards the EU.
 
He said: “With the public mood in Europe turning increasingly hostile to the EU, the Commission would do itself a huge favour by putting an end to this kind of excessive spending. Revelations about EU waste have become almost routine, but that doesn’t make them anymore acceptable.”

The Commission said that the use of private jets, which it called “air taxis”, was only authorised under “exceptional circumstances” when commercial flights were not available.
 
A spokeswoman said that the bills for resorts in Papua New Guinea and Ghana were for training events attended by staff working in delegations in those countries.
  
She added: “The Amsterdam event featured renowned scientists, serious state of the art science activities and took place at the Dutch equivalent of the UK Science Museum as part of a Europe-wide initiative involving amongst others Oxford University and London's Natural History Museum. The Commission's finance for refreshments was not for cocktails but for coffee etc and amounted to less than 2 euro per participant.”» [The Telegraph]