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O peso da vida [A. Cabral]
Jumento do dia
Cavaco Silva
Cavaco Silva recorreu mais uma vez ao Facebook para mandar recados, desta vez para apelar ao voto. Enfim, seria mais lógico que o fizesse no site da Presidência mas depois das dúvidas sobre a segurança da rede de Belém até se compreende, acredito que seja mais seguro o Facebook ou o gmail.
Mas dizer que quem se abstém perde a legitimidade de criticar o próximo governo é ir longe demais, até porque o eleitor pode manifestar-se abstendo-se. Mas façamos uma pequena comparação entre um corrupto que vota no partido que julga ser do interesses das suas actividades ilegais e um cidadão honesto que cumpre com todas as suas obrigações e que em protesto contra soluções partidárias em que não acredita decide abster-se. Seguindo a opinião de Cavaco Silva parece que o corrupto que vota num partido tem mais direitos políticos do que o cidadão honesto que decidiu legitimamente protestar abstendo-se e por isso fica reduzido nos seus direitos de cidadania. Muito lindo, sim senhor!
Se Cavaco Silva jurou defender a Constituição da República então quando ajuizar sobre o comportamento dos portugueses deve limitar-se ao que está escrito nessa constituição, os direitos de cidadania dos portugueses não depende da opinião de um Presidente da República seja ele qual for ou da decisão de votar ou não votar, seja qual for a crise política. É uma questão constitucional, de princípio e de formação política.
Como era de esperar Cavaco Silva retomou a redução dos direitos políticos aos que se absterem nas eleições, mas na comunicação social ao país que poderia muito bem ser um tempo de antena do PSD foi mais longe e acrescentou um argumento para até parece que de forma subliminar apela ao voto nesse partido:
«Os milhares de portugueses que estão desempregados devem ver as eleições de amanhã como uma possibilidade de escolherem um caminho para o País que lhes traga a esperança de dias melhores. Não devem deixar de votar.»
Compreende-se o empenho presidencial, nestas eleições Cavaco Silva ficará em péssima situação se delas não resultar uma maioria absoluta da direita.
Depois de uma campanha vergonhosa por parte da comunicação social, do envolvimento descarados de grandes interesses empresariais, como o Ping Doce, das tentativas de perturbação de comícios, parece que ainda há quem não se sinta seguro com os resultados eleitorais. É o tudo por tudo da direita.
«O Presidente da República, Cavaco Silva, faz hoje uma comunicação ao país onde vai apelar ao voto nas eleições legislativas de domingo, referindo que quem se abstiver perde a legitimidade para criticar o próximo Governo.
"Na grave situação económica e social em que o País se encontra é um dever de todos os cidadãos manifestarem a sua vontade e dizerem quem deve assumir a responsabilidade de governar Portugal nos próximos 4 anos", escreve Cavaco Silva na sua página na rede social Facebook, citada pela agência Lusa.» [DE]
Música portuguesa: "Tourada"/Fernando Tordo (letra de Ary dos Santos)
Dar cabo do ganha-pão
«Os tripulantes da TAP vão fazer dez dias de greve. Eu sempre gostei de gestos atrevidos. Por isso ainda me lembro de René Higuita. Guarda- -redes colombiano, brilhou no seu clube, o Atlético Nacional, e na selecção. Era bom, mas tanto como outros de quem já me esqueci o nome. De Higuita, El Loco, lembro- -me. A bola caía-lhe na área, e ele esperava o adversário para o fintar. Deve ter sido o guarda-redes que mais ataques de coração deu aos seus adeptos. Inventou uma defesa, arriscadíssima: quando a bola vinha em sua direcção, pelo ar, atirava-se em mergulho para a frente, mas não a agarrava. Deixava que a bola sobrevoasse a sua cabeça e as suas costas e quando se pensava que ela ia entrar na baliza, com os calcanhares cortava-lhe o perigo. Chamaram àquela jogada a defesa do escorpião, porque também este se defendia com a cauda. Esperava-se que o ponto alto de Higuita fosse o Mundial de 90, em Itália. A Colômbia chegou aos oitavos e deveria continuar: jogava com o fraco Camarões. A dado momento, Higuita saiu da sua área e deu-lhe para fintar Millá, um velho e astuto camaronês. Não fintou. E a Colômbia foi para casa. Mas ainda me lembro de Higuita. Também vou lembrar-me deste gesto atrevido na TAP, do fintar a crise com uma greve - a cauda do escorpião a picar o seu próprio ganha- -pão. A concorrente Ryanair também gosta de gestos soberbos: mandou dez rosas ao sindicato, uma por cada dia de greve da TAP.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
POLÍCIAS RECORREM A ATESTADOS PARA PROTESTAR
«Elementos policiais da esquadra da PSP em Faro recorreram à baixa médica, férias e assistência à família para protestar contra o novo regime de horários, mas o comandante Vítor Rodrigues garante que o serviço está assegurado.
Dos 37 elementos policiais da 1.ª Esquadra Sede da PSP de Faro, "a maioria meteu baixa, assistência à família ou dias de férias como forma de protesto contra os horários propostos pela Direcção Nacional da PSP", disse hoje o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos, à Agência Lusa.»
Dos 37 elementos policiais da 1.ª Esquadra Sede da PSP de Faro, "a maioria meteu baixa, assistência à família ou dias de férias como forma de protesto contra os horários propostos pela Direcção Nacional da PSP", disse hoje o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos, à Agência Lusa.»
Parecer:
Todos os trabalhadores têm o direito de protestar quando julgam que os seus direitos são postos em causa, mas o mínimo que se espera de agentes da PSP é que o façam dentro da legalidade. O que não se aceita é que façam greve recorrendo a falsos atestados de doença, fazendo uma greve com recurso à mentira como fundamento da emissão dos atestados para se poderem recusar a prestar serviço continuando a receber vencimentos pagos com o dinheiro dos contribuintes.
Espera-se que o comando da PSP investigue agora a veracidade dos atestados médicos chamando os agentes a juntas médicas para se apurar o seu estado de saúde. Se não apresentam sintomas que justifiquem esses atestados deverão ser submetidos a processos disciplinares por faltas injustificadas e os médicos que colaboraram na fraude devem enfrentar as consequências.
Chega de brincar com o país à custa do dinheiro dos contribuintes.
Espera-se que o comando da PSP investigue agora a veracidade dos atestados médicos chamando os agentes a juntas médicas para se apurar o seu estado de saúde. Se não apresentam sintomas que justifiquem esses atestados deverão ser submetidos a processos disciplinares por faltas injustificadas e os médicos que colaboraram na fraude devem enfrentar as consequências.
Chega de brincar com o país à custa do dinheiro dos contribuintes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se os fundamentos dos atestados.»
Amores na Academia Militar
«Nas idas ao cinema arriscavam as mãos dadas, mas assim que chegavam à Rua Gomes Freire - onde os estudos prosseguiam a partir do terceiro ano - as mãos desprendiam-se. Até que um dia foram apanhados em flagrante: Rui e Elisabete namoravam há quatro meses quando deram de caras com o capelão da Academia no metro. Foi tão rápido que nem tiveram tempo de largar as mãos. Eles atrapalhados e o padre com um sorriso cúmplice. "Nunca contou nada a ninguém", recorda Rui. Mas com o passar do tempo as suspeitas adensaram-se. Saíam da escola sempre a horas diferentes. Mas porque é que saíam sempre nos mesmos dias? A turma de Cavalaria só tinha sete alunos. Uma noite, Rui e Elisabete chamaram os colegas ao "aquário" - uma sala de estudo espelhada - e contaram a verdade. As reacções foram diversas. Uns ficaram felizes, outros mais reticentes. "Havia o medo de que a nossa relação pudesse prejudicar a avaliação global do curso", explica o militar. Com ou sem oposição, o namoro continuou. Dormir juntos só aos fins-de-semana, normalmente na Pousada da Juventude de Sintra. Conversas mais longas só no comboio, os dois a caminho do Norte, às sextas-feiras à noite. "De certa forma, foi um namoro à moda antiga", reconhece Rui, que, no entanto, acrescenta logo depois: "Mas sou a favor daquele regime, dá-nos sentido de verdade e de responsabilidade." Rui e Elisabete, os dois militares, hoje com 31 anos, casaram em Agosto de 2007 e têm um filho com quase dois anos. » [i]
A "vingança" de Souto Moura
«"Só se diz mal, os juros sobem, somos desacreditados, a Merkel diz que temos férias a mais.... não temos sido bem tratados. Este prémio é uma boa vingança", dizia anteontem Eduardo Souto Moura, antes de receber o maior galardão da arquitectura mundial, em Washington.
O arquitecto do Porto é o segundo português a figurar na lista de vencedores do prémio Pritzker - uma espécie de Nobel da Arquitectura -, depois de Siza Vieira ter sido distinguido em 1992. Do rol de galardoados constam também Oscar Niemeyer, Frank Gehry, Jean Nouvel ou Rem Koolhaas. O júri considerou que Souto Moura produziu, nos últimos 30 anos, "um corpo de trabalho que é do nosso tempo, mas que também tem ecos da arquitectura tradicional". E os seus edifícios "apresentam uma capacidade única de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza". Os membros do júri da Fundação Hyatt, promotora do prémio desde 1979, destacaram em particular a obra do Estádio Municipal de Braga, construído numa antiga pedreira, na altura em que Portugal recebeu o Campeonato da Europa de futebol, em 2004. » [i]
O arquitecto do Porto é o segundo português a figurar na lista de vencedores do prémio Pritzker - uma espécie de Nobel da Arquitectura -, depois de Siza Vieira ter sido distinguido em 1992. Do rol de galardoados constam também Oscar Niemeyer, Frank Gehry, Jean Nouvel ou Rem Koolhaas. O júri considerou que Souto Moura produziu, nos últimos 30 anos, "um corpo de trabalho que é do nosso tempo, mas que também tem ecos da arquitectura tradicional". E os seus edifícios "apresentam uma capacidade única de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza". Os membros do júri da Fundação Hyatt, promotora do prémio desde 1979, destacaram em particular a obra do Estádio Municipal de Braga, construído numa antiga pedreira, na altura em que Portugal recebeu o Campeonato da Europa de futebol, em 2004. » [i]