Foto Jumento
Caracóis, Coruche
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Beira interior [A. Cabral]
Jumento do dia
Pedro Passos Coelho
Ao declarar a um órgão de comunicação social estrangeiro que o próximo ministro das Finanças será um independente Passos Coelho está a assumir que o maior partido da direita portuguesa ganhou as eleições sem ter entre os seus quadros um economias à altura ou disponível para servir o país naquela pasta.
Que Passos se concentre tão bem no governo como Futre na Bárbara
Que Passos se concentre tão bem no governo como Futre na Bárbara
Informação útil
Para aqueles que já começam a sentir a síndrome da abstinência por não terem motivos ou matéria para se atirarem ao Sócrates informo que vai ser criada a Associação dos Anti-Socráticos Anónimos. Esta associação visa auxiliar os que estão viciados em Sócrates e não conseguem conceber a vida sem chamar um nome a José Sócrates, os que não conseguem suportar uma vida cinzenta sem chamar, panasca, corrupto, Hitler ou qualquer outro adjectivo. Na associação poderão trocar experiências, saber como cada um consegue superar o dia a dia sem José Sócrates, para que se torne suportável a sua ausência prolongada.
Com o conceito de independente de Passos Coelho receio que um dia destes o PSD venha a ser liderado por um independente.
Para mais tarde recordar
Togas da tanga
«O Centro de Estudos Judiciários (CEJ) fez um exame a 137 candidatos a juízes e procuradores do Ministério Público. Isto é, examinou gente que no futuro vai investigar para que se faça justiça e gente que vai fazer justiça. Os examinadores do CEJ consideraram que "a esmagadora maioria dos testes tinha muitas respostas parecidas ou mesmo iguais". Copianço generalizado, pois. Ou quase generalizado, já que talvez tenha havido quem não tenha aceitado a trafulhice. Perante a impossibilidade da destrinça - entre os aldrabões e os outros -, o CEJ decidiu-se pela justiça salomónica: pegou na espada e rachou ao meio os 20 valores máximos do exame: deu nota 10 a todos (como a média costuma ser 13 ou 14, o 10 serviu de sanção). E foi assim que de pequenino se não torceu o pepino destes futuros magistrados. Dificilmente se podia ter encontrado solução mais injusta: os trafulhas, que deviam ter tido 0 (e convidados a ir vender cautelas premiadas aos donos de fortunas ilícitas), tiveram 10; os alunos dignos, que deviam ter tido a sua verdadeira nota, tiveram a nota do arranjinho; e o CEJ, que não soube prever o problema, não foi obrigado a fazer novo exame. Ah, já me esquecia: o teste era sobre Investigação Criminal! Depois admirem-se que os filhos destes exames, não sabendo investigar, se safem fornecendo a jornalistas, rafeiros como eles, fugas ao segredo de Justiça. São fugas nota 10.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Um presidente instantâneo
«Interessa-me pouco que Fernando Nobre venha a ser ou não presidente instantâneo da AR mesmo que, por via disso, se torne em segunda figura do Estado e lhe passe a caber substituir o presidente da República em caso de impedimento ou vacatura do cargo. Nessa matéria estou como Alexandre O'Neill: seja Nobre ou seja outro o presidente, "acaso o nosso destino, tac!, vai mudar?".
Ao longo dos anos, abundantes figuras e figurões chegaram à vida política portuguesa, aí permaneceram uns tempos e partiram sem deixar memória ou rasto. Curiosamente, ao contrário de outras instituições, a presidência da AR tem sido exercida por figuras não só com um longo passado parlamentar como, provavelmente também em virtude da natureza pouco conflitual da função, consensuais dentro e fora do hemiciclo.
Ora Nobre chegará (se chegar, a procissão ainda vai no adro) a presidente da AR sem qualquer experiência parlamentar, com um nebuloso e errático passado político, notável não propriamente pela coerência, e em resultado de uma negociata pré-eleitoral de bastidores.
Por muitos motivos, designadamente o próprio desprestígio dos partidos, a AR é provavelmente hoje a instância política mais desprestigiada da democracia portuguesa e só a imagem dos seus presidentes tem obstado a que esse desprestígio seja ainda maior. Aquilo de que a AR menos precisará neste momento é de um presidente ainda com menos prestígio do que ela.» [JN]
Ao longo dos anos, abundantes figuras e figurões chegaram à vida política portuguesa, aí permaneceram uns tempos e partiram sem deixar memória ou rasto. Curiosamente, ao contrário de outras instituições, a presidência da AR tem sido exercida por figuras não só com um longo passado parlamentar como, provavelmente também em virtude da natureza pouco conflitual da função, consensuais dentro e fora do hemiciclo.
Ora Nobre chegará (se chegar, a procissão ainda vai no adro) a presidente da AR sem qualquer experiência parlamentar, com um nebuloso e errático passado político, notável não propriamente pela coerência, e em resultado de uma negociata pré-eleitoral de bastidores.
Por muitos motivos, designadamente o próprio desprestígio dos partidos, a AR é provavelmente hoje a instância política mais desprestigiada da democracia portuguesa e só a imagem dos seus presidentes tem obstado a que esse desprestígio seja ainda maior. Aquilo de que a AR menos precisará neste momento é de um presidente ainda com menos prestígio do que ela.» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
Catroga nas Finanças
«Eduardo Catroga está no topo das prioridades de Passos Coelho para o próximo Governo. O ex-ministro das Finanças de Cavaco tem sido um dos mais assíduos colaboradores do futuro primeiro-ministro e foi, ao que o Económico apurou, sondado para regressar ao ministério das Finanças 16 anos depois de ter saído do Terreiro do Paço. Ainda ontem. Passos Coelho passou parte da tarde a falar com Eduardo Catroga. O economista deverá decidir nas próximas horas. Numa entrevista publicada hoje no Financial Times, Passos Coelho assume que o próximo ministro das Finanças será um independente.
Até agora, Passos Coelho apenas tinha falado uma vez sobre o futuro ministro das Finanças, uma peça fulcral no desenho de um Governo que dependerá do cumprimento do memorando de entendimento com a troika, do acerto das contas públicas e da revitalização da economia. No dia a seguir às eleições, numa entrevista à Reuters, o líder do PSD assumiu que o titular das Finanças "terá uma posição determinante no sucesso que viermos a alcançar nos próximos anos", "será alguém tecnicamente muito bem preparado, mas politicamente com todo o suporte para poder desenvolver a sua acção".» [DE]
Até agora, Passos Coelho apenas tinha falado uma vez sobre o futuro ministro das Finanças, uma peça fulcral no desenho de um Governo que dependerá do cumprimento do memorando de entendimento com a troika, do acerto das contas públicas e da revitalização da economia. No dia a seguir às eleições, numa entrevista à Reuters, o líder do PSD assumiu que o titular das Finanças "terá uma posição determinante no sucesso que viermos a alcançar nos próximos anos", "será alguém tecnicamente muito bem preparado, mas politicamente com todo o suporte para poder desenvolver a sua acção".» [DE]
Parecer:
Pentelhices à parte deve reconhecer-se que na perspectiva do fisco a sua passagem pelas Finanças foi positiva, o mesmo não se podendo dizer, por exemplo, do processo de privatização do BPA. Sendo a gestão do fisco fundamental para a recuperação financeira espera-se que o próximo ministro tenha o bom senso e não faça os disparates que fez Teixeira dos Santos, um ministro de má memória.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Outra vez as agências de rating
«A Fitch Ratings alerta que a notação financeira atribuída a Portugal vai ter em conta a solução que for encontrada para reforçar a ajuda externa à Grécia.
A informação foi revelada por David Riley, principal responsável pela análise à divida soberana na agência de notação financeira, que tem actualmente o “rating” de Portugal em revisão.
A 1 de Abril a Fitch cortou o “rating” de Portugal para BBB-, um nível acima de lixo, tendo mantido a classificação sob revisão com implicações negativas.
Citado pela agência Dow Jones, Riley afirmou ainda que a Fitch não prevê uma divisão da Zona Euro e que a resposta dos responsáveis europeus ao problema da Grécia só agravou a crise.» [Jornal de Negócios]
A informação foi revelada por David Riley, principal responsável pela análise à divida soberana na agência de notação financeira, que tem actualmente o “rating” de Portugal em revisão.
A 1 de Abril a Fitch cortou o “rating” de Portugal para BBB-, um nível acima de lixo, tendo mantido a classificação sob revisão com implicações negativas.
Citado pela agência Dow Jones, Riley afirmou ainda que a Fitch não prevê uma divisão da Zona Euro e que a resposta dos responsáveis europeus ao problema da Grécia só agravou a crise.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Parece que o perfume da direita europeia não seduziu os mercados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se ainda é um admirador dos mercados.»
Protesto original de trabalhadores espanhóis
«Ao som do clássico YMCA, um vídeo divulgado recentemente na Internet - e prontamente difundido pelas televisões espanholas - mostra vários trabalhadores da fábrica da ABB em Biscaia (País Basco) a trabalharem completamente nus, apenas com algumas ferramentas a cobrirem os órgãos genitais.
Mas apesar de começar com esta nota humorística, o vídeo termina com imagens da luta dos trabalhadores para manterem os seus empregos.
Os operários dizem que esta foi a única forma de chamar a atenção para o problema, depois de duas semanas de manifestações e de pedidos de reuniões com os directores da empresa, sem terem conseguido obter nenhuma resposta.» [Público]
O último frete de José Sócrates
«Presidente reunido com o primeiro-ministro ainda em funções, para a despedida dos tradições encontros de quinta-feira. Ao almoço, Sócrates disse adeus aos seus ministros.
O Presidente da República recebeu esta quinta-feira à tarde o primeiro-ministro ainda em funções para aquela que será a última reunião semanal de Cavaco Silva e José Sócrates. Para a semana, Pedro Passos Coelho, que foi ontem indigitado como chefe do Executivo, deverá tomar posse.
Como habitualmente, o encontro de hoje, apesar do seu significado, foi à porta fechada e os jornalistas não puderam recolher qualquer imagem da tradicional reunião de trabalho entre o Chefe de Estado e o primeiro-ministro. Da agenda deve ter constado um único ponto de trabalho: as despedidas de Sócrates a Cavaco, que mantiveram uma coabitação de cinco anos e meio, que apesar da "cooperação estratégica", anunciada e prometida por Cavaco Silva acabou, em vários episódios, de relações muito tensas entre Belém e São Bento, nomeadamente com o estatuto dos Açores e as alegadas escutas a Belém, denunciadas então por fonte do palácio cor-de-rosa. Cavaco e Sócrates devem voltar a encontrar-se no dia da tomada de posse do novo Governo de Passos Coelho.» [DN]
O Presidente da República recebeu esta quinta-feira à tarde o primeiro-ministro ainda em funções para aquela que será a última reunião semanal de Cavaco Silva e José Sócrates. Para a semana, Pedro Passos Coelho, que foi ontem indigitado como chefe do Executivo, deverá tomar posse.
Como habitualmente, o encontro de hoje, apesar do seu significado, foi à porta fechada e os jornalistas não puderam recolher qualquer imagem da tradicional reunião de trabalho entre o Chefe de Estado e o primeiro-ministro. Da agenda deve ter constado um único ponto de trabalho: as despedidas de Sócrates a Cavaco, que mantiveram uma coabitação de cinco anos e meio, que apesar da "cooperação estratégica", anunciada e prometida por Cavaco Silva acabou, em vários episódios, de relações muito tensas entre Belém e São Bento, nomeadamente com o estatuto dos Açores e as alegadas escutas a Belém, denunciadas então por fonte do palácio cor-de-rosa. Cavaco e Sócrates devem voltar a encontrar-se no dia da tomada de posse do novo Governo de Passos Coelho.» [DN]
Parecer:
Espero que Sócrates tenha agradecido a Cavaco a preciosa ajuda que deu ao país enquanto foi primeiro-ministro e até já estou a imaginar a Dona Maria a interromper a audiência para dar dois cachuchos a Sócrates.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso cínico daqueles que vemos muitas vezes em Belém.»
Axe 2012