sábado, junho 30, 2012

Mudar o governo ou mudar o primeiro-ministro?


Há menos de um mês o país vivia um dos seus momentos oásis, éramos melhores do que os gregos, a Merkel estava quase apaixonada pelo Passos Coelho, o Gasparoika dava um excelente presidente do Eurogrupo se não foi cidadão de um país de caloteiros, as receitas fiscais estavam em linha com as previsões, as exortações eram o símbolo do sucesso de reformas estruturais como a gorjeta de 50 mil para o Professor Pentelho, Portugal era o modelo de sucesso da estratégia económica do empobrecimento forçado de parte dos cidadãos de um país.
  
De um dia para o outro o discurso mudou, só o tresloucado Portas escreveu aos seus apoiantes prometendo o paraíso em 2013. Já ninguém acredita no sucesso da política brutal decidida e implementada pela dupla formada pelo Gasparoika e por Passos Coelho, o país caminha a passo rápido para a ruína e par um segundo resgate, chega a ser humilhante ver o mesmo Cavaco que há um mês prometia criação de emprego e crescimento já no segundo semestre (a partir de amanhã) vir agora pedir à troika que nos recompense porque fomos mais mansos e graxistas do que os gregos
  
As experiências do Gasparoika falhou, o modesto economista sem provas dadas, que revela uma total insensibilidade social e que não tem as mais pequenas aptidões em domínios como a modernização do Estado ou a política fiscal conduziu o país a uma situação bem pior do que aquela que o levou ao resgate. Portugal deve mais, os cofres estão mais vazios, a despesa pública aumentou, o fisco está desorganizado, o combate à evasão fiscal é um falhanço.
  
Em suma, Vítor Gaspar revelou-se um incompetente e quanto mais tempo este incompetente mandar nas Finanças, no primeiro-ministro e no governo mais portugueses serão lançados no desemprego e na miséria, mais empresas encerrarão, maior será a dívida do país. A receita de Vítor Gaspar falhou porque como aqui se escreveu numerosas vezes não passa de uma pinochetada económica, é uma solução que teve sucesso nos anos setenta e apoiada numa ditadura brutal, em democracia, numa economia aberta e num contexto de crise internacional estava condenada ao fracasso.
  
O país não acredita em Gaspares e Relvas, precisa de uma verdadeira diplomacia e não uma brincadeira quase infantil, carece de ministros que saibam e não de betinhas que chegam a minhas graças a uma quota e porque se destacaram em lutas de sacristia contra o aborto, é urgente uma reforma séria na justiça e não a sua transformação em jogos de poder. A situação do país é demasiado séria para brincadeiras, isto não é uma associação de estudantes do ensino básico.
  
Ou Passos Coelho se deixa de brincadeiras, demite os incompetentes que arranjou, dispensa os assessores da treta e governa a sério, se é que é capaz de tal coisa, ou então que se demita e ceda o lugar a outra personalidade do PSD. O país já não acredita nesta política e começa a ficar-nos mal em termos internacionais esta transformação de um país digno e soberano numa pandilha de gente graxista e de baixo nível.

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


"Trabalha embora morras" *

* Jazigo da família do Visconde de Sanches de Frias, Cemitério do Alto de São João, Lisboa
   
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Balouçando no cachão [A. Cabral]
     
Jumento do dia


Vitor Gaspar

Começa a ser evidente o falhanço de Vítor Gaspar, um falhanço que muito dificilmente pode ser explicado por outros motivos que não sejam a sua competência enquanto ministro das Finanças, tem sido o próprio ministro a elogiar o desempenho das exportações, o sucesso dos ajustamentos internos que promoveu e o alinhamento do desempenho orçamental com as previsões.

Agora sabemos que o que vai salvar o OE só poderá ser o corte dos subsídios, corte que o ministro justificou com um desvio colossal atribuído ao anterior governo. Agora percebe-se que o corte dos subsídios servio como almofada de segurança para a incompetência do ministro das Finanças.

Carlos Gaspar nada fez para cortar a despesa do Estado e falhou na gestão da política fiscal ao promover aumentos desequilibrados dos impostos que em

«O défice orçamental no primeiro trimestre agravou-se para 7,9 por cento do PIB, ficando acima da meta de 4,5 por cento prevista para o final do ano e acima dos 7,5 por cento verificados em igual período de 2011.
  
Segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor nominal do défice das Administrações públicas em contabilidade nacional - a áptica que conta para Bruxelas - atingiu os 3.217 milhões de euros, valor que compara com os 3.097 milhões de euros registados no final do primeiro trimestre do ano passado.
  
Analisando estes dados em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), verifica-se um agravamento dos 7,5 por cento do final do primeiro trimestre do ano passado para 7,9 por cento registados em 2012.» [Diário Digital]

Quem vai assumir o falhanço?

Alguém falhou, ou foi a troika ao impor condições inviáveis, ou foi o governo porque tentou uma estratégia concebida por um ministro das Finanças extremista que aproveitou a oportunidade de transformar o país no seu laboratório pessoal e os seus concidadãos em cobaias das suas experiências, ou foram ambos porque os rapazolas da troika decidiram autorizar as experiências do Gaspar.

O certo é que neste momento o falhanço do governo português é evidente, a despesa não foi controlada, os aumentos dos impostos tiveram o efeito perverso de reduzir a receita fiscal, o desemprego cresceu exponencialmente e a economia está cada vez mais à beira de uma espiral de recessão.

Mas parece que a cobardia se institucionalizou, os rapazolas da troika e o Gaspar desapareceram, deixaram de dar a cara e de assumir a responsabilidade pelos erros criminosos que cometeram.
 
 

Nojo permanente

«Ao contrário de tanta gente que no passado recente acendeu tochas à menção da palavra "assessor" e agora ou está calada ou até, imagine-se, integra a assessoria de um ministério, acho que se trata de um trabalho como outro qualquer. E não alinho no culto de uma pretensa "pureza" dos jornalistas. Mas enquanto o jornalismo for, pelo menos formalmente, uma profissão com regras, convém que as regras façam sentido e sejam, pelo menos no mínimo, respeitadas.
  
Já aqui exprimi a minha estupefação com o facto de o Estatuto de Jornalista permitir a manutenção de carteira profissional a alguém que redige propaganda para uma publicação partidária. Um redator do Avante! ou do Ação Socialista não se distingue em nada (se distinção há é para pior) de um assessor de imprensa; no entanto, o Estatuto permite ao primeiro manter a carteira e ao segundo exige que a "entregue". Não faz sentido. Num e noutro caso estamos perante atividades em que se "vende" uma versão conveniente, não raro falsa, sem qualquer cuidado pela verificação factual e pela diversificação de fontes: a negação do jornalismo, portanto.
  
Esta injustiça relativa praticada pela lei com os assessores é compensada, porém, com o facto de a entrega da carteira profissional ser reversível. Ou seja: um jornalista pode durante uns tempos ser funcionário político e depois, quando lhe aprouver (ou quando o governo muda) regressar - de imediato - às redações. Num país em que se tende a exigir períodos de nojo cada vez mais alargados a ex-governantes, fazendo escândalo se algum surge, mesmo 10 anos depois, numa empresa remotamente ligada à área que tutelava (e mesmo quando não há ligação), o silêncio sobre a transumância entre redações e gabinetes ministeriais não pode deixar de ser encarado como um tabu corporativo e uma debilidade dos media. 
  
Se há quem não se choque com a ideia da revelação forçada das relações privadas de jornalistas e considere mesmo que a existência de uma mera relação pessoal com um político os coloca sob suspeita insanável, como perceber que ninguém pareça preocupar-se com a identificação de autores de notícias como ex-assessores de imprensa ou adjuntos deste ou daquele ministro? Não terá o público "o direito de saber" que uma dada peça noticiosa foi assinada por quem ainda há uns meses estava na dependência hierárquica de um desses grandes malandros, os políticos?
  
A questão talvez se coloque ainda com mais acuidade ao contrário. De cada vez que um jornalista é nomeado por um governo, não deveremos olhar para toda a sua produção anterior à luz desse facto? E se o cargo em causa não tiver a mais remota relação com as suas competências curriculares, não é nosso dever, para além de confrontar um governo que garantiu a "total transparência" e "o fim dos boys", certificar que, doravante, se há pessoas com especial vocação para o spin partidário, este seja concretizado em panfletos ou gabinetes de comunicação e não em pretensas notícias?» [DN]

Autor:

Fernanda Câncio.
  
A tartaruga e o eurodeputado

«O eurodeputado húngaro Csanad Szegedi teve o seu momento de fama em 2009, quando apareceu no Parlamento de Estrasburgo com o uniforme de uma milícia de extrema-direita. Desde aí, lá tirou as botas e a camisa paramilitares, mas continuou vestido com as suas ideias antissemitas. Nada demasiado invulgar numa Hungria recentemente abalada pelo escândalo de um laboratório oficial que passa testes de "pureza racial", certificando que "não se encontram vestígios de antepassados judeus" aos cidadãos preocupados com estas coisas. Eis justamente do que não se pode livrar o nosso eurodeputado Szegedi: acabou de saber, disse-o numa entrevista esta semana, que a sua avó Magoldna Klein era judia e sobrevivente do Holocausto... Generoso, o presidente do Jobbik, o partido que elegeu o infausto eurodeputado, já declarou que ele guardará o seu lugar. Mas o percalço ancestral de Szegedi faz lembrar o Nobel americano James Watson, um dos pais do ADN. Em 2007, numa entrevista no britânico Sunday Times, disse que os negros eram menos inteligentes. Meses depois, recorrendo ao ADN descoberto por Watson, o jornal publicou um teste que revelava que o cientista tinha 16 por cento de genes de antepassados negros... Como diria o outro, isto (e isto, aqui, são os homens) anda tudo ligado. Felizmente para eles, para não acabarem como George, o Solitário, tartaruga dos Galápagos, que por não saber nem poder ligar-se acabou com a sua espécie esta semana.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
    

O crente

«Dados do INE não vacilam determinação do governo com metas do programa. Novas medidas serão comunicadas ao país se forem necessárias para cumprir os 4,5% este ano.
   
O governo vai cumprir a meta de 4,5% este ano custe o que custar, com ou sem novas medidas. O primeiro-ministro português, Passos Coelho, não deixa margem para dúvidas sobre o compromisso com as metas do programa de ajustamento, na declaração à imprensa no final do Conselho em Bruxelas, mesmo constatando uma derrapagem clara na execução.» [DE]

Parecer:

É doido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Interne-se o pobre homem.»
  
A teoria miserável do bom aluno

«O Presidente da República afirmou hoje, a propósito do valor do défice do primeiro trimestre, que será na quarta avaliação da 'troika' que será analisado o "resultado da aplicação do programa", confiando que a "credibilidade" do país será tida "em conta".» [DE]

Parecer:

Vamos receber uma prenda de bons alunos por termos sido mais mansos do que os gregos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
Subsídio de desemprego com doze meses de descontos

«A partir da próxima semana, o subsídio de desemprego vai estar acessível a um grupo mais amplo de desempregados. A prestação vai chegar a contratados que trabalharam (e descontaram) durante cerca de 12 meses quando, até aqui, eram necessários 15 meses de contribuições. E esta regra também inclui pessoas que já perderam o posto de trabalho, confirmou o Diário Económico junto de fonte oficial.» [DE]

Parecer:

Esta medida é simpática mas vai promover a evasão fiscal, muitos patrões vão usar os falsos despedimentos para poupar nos custos colocando trabalhadores temporariamente em casa ou trabalhando a troco de um segundo vencimento livre de impostos e contribuições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
Mais uma atleta brilhante esquecida

«Patrícia Mamona conquistou esta sexta-feira a medalha de prata do triplo-salto nos Campeonatos da Europa de Atletismo de Helsínquia, com um salto de 14,52 centímetros. A portuguesa só foi superada pela ucraniana Olga Saladuha, campeã mundial em título e europeia há dois anos.» [CM]

Parecer:

Será que Cavaco tem alguma camisola de atleta ou só terá camisolas n.º 1 de futebol?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se lhe conhece o nome.»
  
Grande Paulo Portas!

«Segundo um comunicado oficial do Palácio das Necessidades, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, realizou esta sexta-feira uma viagem-relâmpago de 24 horas a Astana, capital do Cazaquistão, para desbloquear as exportações para Rússia de carne nacional, que estavam dependentes de uma autorização de Moscovo e Minsk (capital da Bielorrússia), além da dos cazaques.
  
Os três países – Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão – fazem parte de uma união aduaneira, o que significa que o acesso a um destes mercados significa o acesso a todos: pelo contrário, existindo objecções por parte de um deles, isso é o suficiente para bloquear as exportações para todos.
  
Há vários anos que as autoridades portuguesas tentavam ultrapassar a falta de autorização de exportação por parte do Cazaquistão em relação à carne nacional. Depois de alguns anos de espera e de insistência de Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros concluiu agora o processo negocial, com as autoridades do Cazaquistão a credenciar 44 empresas portuguesas para poderem exportar não apenas para aquele país como para todo o mercado regional.» [CM]

Parecer:

Se não fosse Paulo Portas e Assunção Cristas o que seria dos agricultores portugueses?

O facto de Portugal deixar de estar impedido de entrar no mercado não quer dizer que consiga exportar superando a concorrência europeia que consegue preços muito melhores do que os portugueses. Este é um bom exemplo da arte de Paulo Portas, manipular a informação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se uma estátua do par centrista junto à Ovibeja.»
  
A anedoda do dia

«O Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse hoje que era previsível um agravamento do défice orçamental no primeiro trimestre, situando-se agora nos 7,9% do PIB, comentando os dados divulgados hoje pelo INE.» [DN]

Parecer:

Com este governo tudo estava previsto e tudo está em linha com as rpevisões.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
É possível piratear os "drones"

«Os “drones” são aviões não tripulados e controlados à distância, muitas vezes a milhares de quilómetros, e têm sido usados sobretudo em teatros de guerra, como no conflito no Afeganistão. Um grupo de investigadores do Texas conseguiu agora provar que é possível piratear estes aparelhos e enganá-los através de uma técnica designada por “spoofing”.
  
Através desta técnica, o aparelho interpreta o sinal enviado por “hackers” como se fosse o dos satélites GPS, o que permite assumir o controlo do avião depois de o seu sistema informático ser “enganado”. O sistema GPS do aparelho recebe um sinal mais poderoso do que aquele que lhe é enviado pelos satélites, explicou à FOX News Todd Humphreys, professor do Laboratório de Radionavegação da Universidade do Texas.» [Público]
  

   




sexta-feira, junho 29, 2012

Pontapés no país


Há qualquer coisa de errado na importância que se está a dar ao fenómeno do futebol, chegando a parecer que a importância que historicamente foi dada aos exércitos é agora dada às selecções nacionais de futebol., até se grita o hino nacional com maior empolgamento antes de uma futebolada do que quando uma unidade militar parte para uma operação no estrangeiro.
  
Compreende-se que a populaça vá esperar os seus heróis do calcanhar e da cabeçada ao aeroporto, que queiram imitar o penteado do Hugo Veloso, as tatuagens do Meireles ou a franja do Nelson Oliveira, até podem sonhar ter um dos bólides do Cristiano Ronaldo. Até se aceita que uma Merkel vá dar uns pulinhos para o estádio ou que a família real espanhola vá ver a final.
  
O que não se compreende é a institucionalização da selecção como se fosse o terceiro símbolo nacional, depois da bandeira e do hino. Que o Presidente goste de um joguinho de futebol e vá ver um jogo é perfeitamente aceitável, isto se não levar a comitiva do costume, incluindo o mordomo. Mas realizar uma sessão formal de despedidas e outra de chegada já não se compreende.
  
Em Portugal há milhares de portugueses que dão o litro, que não cobram nada ao país, que não tratam como traidores à nação os que os criticam e que nunca serão bajulados por um Presidente da República que parece mais empenhado em cerimónias da treta do que em fazer cumprir a Constituição no momento de estarem em causa os direitos dos seus concidadãos.
  
O Presidente da República sabe quem é a Sara Moreira? É provável que não saiba, mas a rapariga ganhou uma medalha de bronze nos campeonatos europeus de atletismo, um feito que nos EUA teria mais destaque do que idêntica medalha no Soccer. É bem mais difícil e exigente para um atleta ganhar uma medalha europeia nos quinhentos metros do que dar uma cabeçada numa bola ou um remate certeiros depois de andar cinco segundos sem saber onde está a bola.
  
Compreende-se que o marketing das grandes marcas, os interesses das televisões ou os negócios da UEFA ou da FIFA transformem o futebol num espectáculo global, o que não se compreende é que sejam as instituições nacionais a confirmar esta situação. EM vez disso, das instituições nacionais esperar-se-ia equilíbrio no tratamento de todos os que se destaquem no desempenho da sua arte.
  
A imagem que Cavaco Silva está a dar ao país é a de que o sucesso não passa pelo estudo, pela dedicação ou pelo sacrifício, passa pelo jeito para dar toques na bola. Talvez se compreenda que Cavaco tente disfarçar a realidade nacional apostando no futebol como se o país fosse levar um “chuto” no Casal Ventoso, mas também nesta perspectiva estamos perante um erro, mais tarde ou mais cedo a realidade está de regresso e, ao que consta, é cada vez mais preocupante. Dar tanta importância ao futebol é tratar o país ao pontapé,

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Borboleta, Lisboa
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Cais palafítico [A. Cabral]
    
Jumento do dia


Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

O secretário de Estado informou o parlamento com pompa e circunstância que o aumento da receita do IVA foi superior ao que decorreria do aumento das taxas, isto é, apesar da recessão que atinge particularmente o sector ocorreu um fenómeno do entroncamento. Segundo o secretário de Estado tudo se deve ao milagre resultante das aplicações informáticas.

Um dia depois sabe-se de uma perda brutal de empregos no sector o que faz desconfiar ainda mais dos dados do ministro. Seria muito interessante se estes dados fossem conferidos por uma entidade independente. Sem isso é difícil de acreditar que as receitas fiscais tivessem crescido ao ritmo das abóboras ou melões do Entroncamento.

«A restauração poderá perder 64 mil empregos até ao final do ano, disse hoje na Assembleia da República o secretário-geral da associação do sector, José Manuel Esteves.
  
"Segundo o Instituto Nacional de Estatística, houve 15.900 postos de trabalho perdidos no primeiro trimestre. Em termos homólogos [comparando com o mesmo trimestre de 2011], foram menos 33 mil empregos. Projectando para o total do ano, vamos ter mais de 64 mil [novos] desempregados", disse o secretário-geral da Associação da Hotelaria e Restauração (AHRESP), numa reunião com deputados da comissão de Orçamento e Finanças.
  
A AHRESP apresentou este mês uma petição na Assembleia da República para reivindicar que a taxa do IVA na restauração desça dos atuais 23 por cento para 13 por cento, a taxa que vigorava até ao início deste ano.» [Jornal de Negócios]

Que merda de país é este?

Onde se cortam os subsídios aos funcionários públicos e pensionistas com Cavaco Silva a evitar consultar o Tribunal Constitucional e para aplicar a mesma medida aos pensionistas do Banco de Portugal o governador desta off-shore lembrou-se de consultar o Banco Central Europeu.
     

Itália a caminho de um pedido de resgate

«O Tesouro italiano colocou esta quinta-feira 5.420 milhões de euros em obrigações a cinco, sete e dez anos.
  
O montante ficou abaixo do intervalo máximo definido, situado entre os 2.750 e os 5.500 milhões de euros.
  
Assim, Itália pagou um juro médio de 6,19% (acima dos 6,03% do anterior leilão comparável) para colocar obrigações a dez anos.» [DE]

Parecer:

É quase impossível uma economia sobreviver a juros de 6%.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
E a Espanha está ainda mais perto

«A taxa de juro a 10 anos associada à dívida espanhola voltou hoje a ultrapassar a barreira dos 7%. Um valor que, no caso da Grécia, Irlanda e Portugal, significou o ponto de retorno em direcção a um pedido de resgate.


No passado dia 18 os juros espanhóis ascenderam aos 7%, pela primeira vez na História, chegando aos 7,158% e no dia seguinte atingiu os 7,042, mas desde essa data que os juros estão abaixo desta ‘perigosa' barreira psicológica.


A subida dos juros, em todos os prazos, estende-se também a Itália e a Portugal. Os juros italianos avançam mesmo para valores próximos do máximo histórico, com a ‘yield' a 10 anos acima dos 6% (nos 6,269%). No mesmo sentido, também as ‘yields' portuguesas a 10 anos estão a aumentar para os 10,484.» [DE]

Parecer:

É uma questão de tempo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo pedido.»
  
E a Eslovénia está ainda mais perto

«A Eslovénia poderá ser obrigada a pedir ajuda internacional e a "enfrentar um cenário grego", se a oposição não apoiar em Julho as mudanças legislativas para estabilizar as finanças públicas, afirmou ontem o primeiro-ministro do país.
  
"Julho será o momento da verdade, quando o Parlamento votar a inscrição da regra de ouro orçamental na Constituição e sobre a forma como os referendos podem ser organizados", afirmou Janez Jansa, primeiro-ministro conservador, em entrevista à rádio eslovena Ognjisce.» [DE]

Parecer:

Um dia destes ainda vamos ver a Alemanha a pedir ajuda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»
  
Não era a Espanha que tinha feito o trabalho de casa?

«Mariano Rajoy chegou a Bruxelas apreensivo em relação à cimeira europeia. À chegada ao encontro com os líderes do Partido Popular Europeu, para preparar a cimeira, o primeiro-ministro espanhol advertiu para o facto de as decisões que foram tomadas entre hoje e amanhã virem a servir de pouco.
  
"Tudo isto não serve para nada se não nos pudermos financiar. Estamos a financiar a uns preços muito elevados. Há instituições em Espanha que não conseguem sequer financiar-se", declarou Mariano Rajoy. "Este é um tema capital. A União Europeia e a União Económica e Monetária têm de estar conscientes de que isto está assim e há a necessidade de tomar alguma decisão", advertiu o responsável.» [DE]

Parecer:

Ainda sou do tempo em que a direita exibia a Espanha como o exemplo de país que não estava a passar pelas dificuldades que Portugal enfrentava porque tinha sabido o trabalho de casa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos senhores que defendiam esta teses porque razão a esqueceram?»
  
Os empresários não se deixaram enganar

«Os consumidores portugueses estão mais confiantes em Junho, mede o INE, que explica que esta evolução resulta de melhorias em todas as componentes do seu indicador, com excepção das perspectivas de poupança. Já os empresários não acompanham os seus clientes: a confiança caiu em todos os sectores de actividade. Ainda assim, o indicador de clima económico registou uma ligeira melhoria.
  
Segundo o INE, “o aumento do indicador de confiança dos Consumidores observado em Junho resultou do contributo positivo de todas as componentes, com excepção das expectativas de evolução da poupança”. Perspectivas de emprego menos pessimista deram o principal contributo para o indicador de confiança das famílias.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Durante dois meses o governo mentiu aos portugueses fazendo passar a ideia de o pior já tinha passado e que tudo estava a correr bem. Pelo que agora se vê os consumidores deixaram-se enganar ma os empresários não foram nas mentiras governamentais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
PSD não que Relvas vá ao parlamento?

«O PSD recusou hoje em absoluto a possibilidade de o PS impor a próxima terça-feira para ouvir o ministro Miguel Relvas em sede de comissão parlamentar e exigiu "respeito institucional" na marcação de audições.


Estas posições foram transmitidas aos jornalistas pela deputada social-democrata Francisca Almeida, após o deputado socialista Manuel Seabra ter anunciado a apresentação de um agendamento potestativo para ouvir já na terça-feira o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares sobre o caso que o envolve com o jornal Público.


"O direito potestativo está evidentemente consagrado no regimento [da Assembleia da República]. No entanto, o âmbito do direito potestativo contende-se no direito de exigir a presença do ministro, mas já não na determinação da data em que o ministro irá estar presente. Tanto mais que a praxe parlamentar indica que um requerimento é apresentado em reunião da comissão, sendo depois consensualizada a data com o ministro", contrapôs Francisca Almeida.» [i]

Parecer:

Parece que o Relvas está com pouca vontade de ir ao parlamento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se o PSD e Relvas que quem não deve não teme.»
   

   




quinta-feira, junho 28, 2012

Europeu: interpretações para uma derrota


Tal como em situações como o desemprego ou a emigração também no desporto devemos seguir o pensamento do nosso líder pois é para isso que temos líderes, para pensarem por nós. Além disso ainda temos a vantagem de termos várias interpretações para o mesmo fenómeno. Como encara Passos Coelho a derrota da selecção portuguesa frente à espanhola nas meias-finais no Europeu?
  
Se fosse antes das eleições Passos Coelho diria que apesar de não ter tido responsabilidades na derrota pedia desculpa aos portugueses. Depois de ganhar as eleições a derrota de Portugal seria o castigo merecido por não se ter feito o trabalho de casa, seriam necessárias reformas para que o ataque português fosse mais produtivo e o Gaspar depressa descobriria um desvio que justificaria o corte dos prémios de jogo.
  
Antes das eleições Passos Coelho diria que a selecção nacional, ao contrário do que sucedeu com a selecção espanhola, não fez o trabalho de casa. Depois das eleições Passos Coelho justificaria a derrota dizendo que era inevitável e que o actual treinador pouco ou nada poderia fazer, o programa já estava negociado pelos anteriores dirigentes da Federação.
  
Antes das eleições Passos Coelho desvalorizaria o papel das arbitragens criticando os que tentavam justificar os problemas da selecção com os erros intencionais dos árbitros que estariam a ser estimulados pelo Platini. Depois das eleições Passos Coelho juntaria a sua voz a Cavaco Silva e proporia uma federação europeia de árbitros independente da UEFA e de outros interesses privados.
  
Antes das eleições Passos Coelho consideraria a derrota uma desgraça para o país, acusaria o governo de nada ter feito para a evitar e apresentaria uma moção de censura ao governo. Depois das eleições Passos Coelho diria que a derrota foi a consequência dos nossos abusos e desleixo, que seria uma oportunidade para o país promover as mudanças e reformas e que cada português devia encontrar nessa derrota um incentivo para a mudança.
Antes das eleições Passos Coelho consideraria a derrota uma desgraça económica para o país, agora descobriria que com a derrota seria pouco provável a venda de alguns jogadores que ainda jogam em Portugal, o que traria vantagens ficais pois enquanto cá estão sempre vão pagando alguns impostos.
  
Antes das eleições a derrota seria uma infelicidade para um povo que em tempo de sacrifícios seria recompensado com o espectáculo do futebol. Depois das eleições a derrota da selecção poderá ser um importante contributo para aumentar a produtividade e a ausência na final equivaleria ao corte de um feriado, de um ponto de vista económico a derrota nas meias-finais seria trata pelo sôr Álvaro como uma importante reforma estrutural que muito agradaria à tia Merkel.
  
PS: A esta hora Cavaco Silva já terá dito à esposa “Ó Maria, toma lá mais esta camisola do n.º 1, engoma-a e junta às outras. Como agora o governo quase não me dá trabalho para férias aproveitamos e o jipe em vez de levar os despachos leva a minha colecção de camisolas do n.º1 da selecção.

Umas no carvo e outras na ferradura




Foto Jumento


Flor do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
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Vila Franca de Xira [A. Cabral]
     
Jumento do dia


Paulo Núncio, "agricultor" de receitas fiscais no Entroncamento

O secretário de Estado está de parabéns, as pessoas trazem a marmita de casa, os restaurantes estão às moscas, café é bebida do passado, mas a recita do iva foi superior às expectativas, melhor ainda, o seu aumento foi mais do que proporcional ao aumento das taxas. Está provada a competência do ministro, Manuela Ferreira Leite enganou-se, com o Gaspar a taxa do IVA até pode chegar aos 100% que o povo mesmo desempregado e sem subsídios aumenta o consumo nos cafés bares e discotecas.

A boa nova do aumento da receita do IVA dos restaurantes e da infalibilidade do Gaspar mereceu tanta importância que até foi dada em duas fases, primeiro sopraram-se os famosos dados para um jornalista amigo e o Expresso teve um exclusivo, no dia seguinte o secretário de Estado foi ao parlamento dizer aos deputados que as receitas fiscais são como os tomates do Entroncamento, crecem quando menos se espera e sem razão aparente.

Os credores podem estar descansados, Portugal cobra impostos com uma eficácia nunca vista.

«O IVA da restauração subiu, entre janeiro e maio, 109%, um crescimento muito superior ao que resultaria apenas do aumento da taxa do imposto, que passou este ano de 13% para 23%.


Os dados, que os Expresso já tinha noticiado, foram confirmados esta tarde, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio.


"Segundo os dados apurados até final de maio, a receita do IVA da restauração, não obstante a quebra do consumo, aumentou 109% face valor do IVA até maio de 2011, ascendendo a cerca 140 milhões euros", informou o governante, contrariando a ideia de que a restauração terá contribuído para a quebra verificada na cobrança de IVA.


Núncio destacou que "este aumento ultrapassa significativamente o resultado da re-estruturação da taxa neste setor" e ainda sublinhou que "no que diz respeito às empresas de restauração que estão no regime mensal, este aumento da receita ultrapassou os 120%".


Para Núncio, "este aumento da receita só pode ser explicado com aumento eficácia medidas de combate à informalidade", nomeadamente a obrigatoriedade de utilização de programas de faturação certificados.» [Expresso]
    

Até os patrões!

«Os presidentes das confederações do comércio e da indústria vão dizer esta quarta-feira ao primeiro-ministro, Passos Coelho, na véspera do arranque do Conselho Europeu, que se opõem a mais medidas de austeridade e que querem mais tempo para cumprir objectivos.» [CM]

Parecer:

Andam, andam e ainda vão em romaria a Paris pedir a Sócrates para voltar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
70 mil felizardos

«Mais de 70 mil portugueses estão a emigrar todos os anos, segundo o relatório anual divulgado hoje pela OCDE, que indica que a maioria dos que abandonam o país tem menos de 29 anos.» [DN]

Parecer:

Diremos que os passos que estamos a dar com  este Passos levam-nos a fugir do país.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
A Europa vai ter de esperar que a velha morra

«A chanceler alemã disse hoje numa reunião partidária "enquanto for viva não haverá responsabilidade partilhada na dívida". O suficiente para alimentar ainda mais pessimismo nos investidores acerca da cimeira da União Europeia que começa quinta-feira. Juros de Espanha e Itália novamente sob grande pressão.» [Expresso]

Parecer:

Só nos resta praguejar contra a "Adolfa".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que a terra lhe seja leve.»
  
A anedota do dia
     
«O Governo socialista "fechou" o ajustamento em três anos, já nada havia a fazer, revelou o primeiro-ministro no debate quinzenal centrado no Conselho Europeu de amanhã.» [DN]

Parecer:

Passos sempre foi contra o prazo do memorando, mas a culpa foi do Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Grande malandreco.»
  
A namorada de Khedira é demasiado sexy

  
«Federação alemã considera Lena Gercke, namorada do médio Sami Kedhira, demasiado sensual e pediu-lhe para evitar visuais provocantes quando assiste aos jogos nas bancadas do Europeu.» [DN]