Foto Jumento
"Trabalha embora morras" *
* Jazigo da família do Visconde de Sanches de Frias, Cemitério do Alto de São João, Lisboa
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Balouçando no cachão [A. Cabral]
Jumento do dia
Vitor Gaspar
Começa a ser evidente o falhanço de Vítor Gaspar, um falhanço que muito dificilmente pode ser explicado por outros motivos que não sejam a sua competência enquanto ministro das Finanças, tem sido o próprio ministro a elogiar o desempenho das exportações, o sucesso dos ajustamentos internos que promoveu e o alinhamento do desempenho orçamental com as previsões.
Agora sabemos que o que vai salvar o OE só poderá ser o corte dos subsídios, corte que o ministro justificou com um desvio colossal atribuído ao anterior governo. Agora percebe-se que o corte dos subsídios servio como almofada de segurança para a incompetência do ministro das Finanças.
Carlos Gaspar nada fez para cortar a despesa do Estado e falhou na gestão da política fiscal ao promover aumentos desequilibrados dos impostos que em
«O défice orçamental no primeiro trimestre agravou-se para 7,9 por cento do PIB, ficando acima da meta de 4,5 por cento prevista para o final do ano e acima dos 7,5 por cento verificados em igual período de 2011.
Segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor nominal do défice das Administrações públicas em contabilidade nacional - a áptica que conta para Bruxelas - atingiu os 3.217 milhões de euros, valor que compara com os 3.097 milhões de euros registados no final do primeiro trimestre do ano passado.
Analisando estes dados em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), verifica-se um agravamento dos 7,5 por cento do final do primeiro trimestre do ano passado para 7,9 por cento registados em 2012.» [Diário Digital]
Quem vai assumir o falhanço?
Alguém falhou, ou foi a troika ao impor condições inviáveis, ou foi o governo porque tentou uma estratégia concebida por um ministro das Finanças extremista que aproveitou a oportunidade de transformar o país no seu laboratório pessoal e os seus concidadãos em cobaias das suas experiências, ou foram ambos porque os rapazolas da troika decidiram autorizar as experiências do Gaspar.
O certo é que neste momento o falhanço do governo português é evidente, a despesa não foi controlada, os aumentos dos impostos tiveram o efeito perverso de reduzir a receita fiscal, o desemprego cresceu exponencialmente e a economia está cada vez mais à beira de uma espiral de recessão.
Mas parece que a cobardia se institucionalizou, os rapazolas da troika e o Gaspar desapareceram, deixaram de dar a cara e de assumir a responsabilidade pelos erros criminosos que cometeram.
Nojo permanente
«Ao contrário de tanta gente que no passado recente acendeu tochas à menção da palavra "assessor" e agora ou está calada ou até, imagine-se, integra a assessoria de um ministério, acho que se trata de um trabalho como outro qualquer. E não alinho no culto de uma pretensa "pureza" dos jornalistas. Mas enquanto o jornalismo for, pelo menos formalmente, uma profissão com regras, convém que as regras façam sentido e sejam, pelo menos no mínimo, respeitadas.
Já aqui exprimi a minha estupefação com o facto de o Estatuto de Jornalista permitir a manutenção de carteira profissional a alguém que redige propaganda para uma publicação partidária. Um redator do Avante! ou do Ação Socialista não se distingue em nada (se distinção há é para pior) de um assessor de imprensa; no entanto, o Estatuto permite ao primeiro manter a carteira e ao segundo exige que a "entregue". Não faz sentido. Num e noutro caso estamos perante atividades em que se "vende" uma versão conveniente, não raro falsa, sem qualquer cuidado pela verificação factual e pela diversificação de fontes: a negação do jornalismo, portanto.
Esta injustiça relativa praticada pela lei com os assessores é compensada, porém, com o facto de a entrega da carteira profissional ser reversível. Ou seja: um jornalista pode durante uns tempos ser funcionário político e depois, quando lhe aprouver (ou quando o governo muda) regressar - de imediato - às redações. Num país em que se tende a exigir períodos de nojo cada vez mais alargados a ex-governantes, fazendo escândalo se algum surge, mesmo 10 anos depois, numa empresa remotamente ligada à área que tutelava (e mesmo quando não há ligação), o silêncio sobre a transumância entre redações e gabinetes ministeriais não pode deixar de ser encarado como um tabu corporativo e uma debilidade dos media.
Se há quem não se choque com a ideia da revelação forçada das relações privadas de jornalistas e considere mesmo que a existência de uma mera relação pessoal com um político os coloca sob suspeita insanável, como perceber que ninguém pareça preocupar-se com a identificação de autores de notícias como ex-assessores de imprensa ou adjuntos deste ou daquele ministro? Não terá o público "o direito de saber" que uma dada peça noticiosa foi assinada por quem ainda há uns meses estava na dependência hierárquica de um desses grandes malandros, os políticos?
A questão talvez se coloque ainda com mais acuidade ao contrário. De cada vez que um jornalista é nomeado por um governo, não deveremos olhar para toda a sua produção anterior à luz desse facto? E se o cargo em causa não tiver a mais remota relação com as suas competências curriculares, não é nosso dever, para além de confrontar um governo que garantiu a "total transparência" e "o fim dos boys", certificar que, doravante, se há pessoas com especial vocação para o spin partidário, este seja concretizado em panfletos ou gabinetes de comunicação e não em pretensas notícias?» [DN]
Autor:
Fernanda Câncio.
A tartaruga e o eurodeputado
«O eurodeputado húngaro Csanad Szegedi teve o seu momento de fama em 2009, quando apareceu no Parlamento de Estrasburgo com o uniforme de uma milícia de extrema-direita. Desde aí, lá tirou as botas e a camisa paramilitares, mas continuou vestido com as suas ideias antissemitas. Nada demasiado invulgar numa Hungria recentemente abalada pelo escândalo de um laboratório oficial que passa testes de "pureza racial", certificando que "não se encontram vestígios de antepassados judeus" aos cidadãos preocupados com estas coisas. Eis justamente do que não se pode livrar o nosso eurodeputado Szegedi: acabou de saber, disse-o numa entrevista esta semana, que a sua avó Magoldna Klein era judia e sobrevivente do Holocausto... Generoso, o presidente do Jobbik, o partido que elegeu o infausto eurodeputado, já declarou que ele guardará o seu lugar. Mas o percalço ancestral de Szegedi faz lembrar o Nobel americano James Watson, um dos pais do ADN. Em 2007, numa entrevista no britânico Sunday Times, disse que os negros eram menos inteligentes. Meses depois, recorrendo ao ADN descoberto por Watson, o jornal publicou um teste que revelava que o cientista tinha 16 por cento de genes de antepassados negros... Como diria o outro, isto (e isto, aqui, são os homens) anda tudo ligado. Felizmente para eles, para não acabarem como George, o Solitário, tartaruga dos Galápagos, que por não saber nem poder ligar-se acabou com a sua espécie esta semana.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
O crente
«Dados do INE não vacilam determinação do governo com metas do programa. Novas medidas serão comunicadas ao país se forem necessárias para cumprir os 4,5% este ano.
O governo vai cumprir a meta de 4,5% este ano custe o que custar, com ou sem novas medidas. O primeiro-ministro português, Passos Coelho, não deixa margem para dúvidas sobre o compromisso com as metas do programa de ajustamento, na declaração à imprensa no final do Conselho em Bruxelas, mesmo constatando uma derrapagem clara na execução.» [DE]
Parecer:
É doido.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Interne-se o pobre homem.»
A teoria miserável do bom aluno
«O Presidente da República afirmou hoje, a propósito do valor do défice do primeiro trimestre, que será na quarta avaliação da 'troika' que será analisado o "resultado da aplicação do programa", confiando que a "credibilidade" do país será tida "em conta".» [DE]
Parecer:
Vamos receber uma prenda de bons alunos por termos sido mais mansos do que os gregos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Subsídio de desemprego com doze meses de descontos
«A partir da próxima semana, o subsídio de desemprego vai estar acessível a um grupo mais amplo de desempregados. A prestação vai chegar a contratados que trabalharam (e descontaram) durante cerca de 12 meses quando, até aqui, eram necessários 15 meses de contribuições. E esta regra também inclui pessoas que já perderam o posto de trabalho, confirmou o Diário Económico junto de fonte oficial.» [DE]
Parecer:
Esta medida é simpática mas vai promover a evasão fiscal, muitos patrões vão usar os falsos despedimentos para poupar nos custos colocando trabalhadores temporariamente em casa ou trabalhando a troco de um segundo vencimento livre de impostos e contribuições.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Mais uma atleta brilhante esquecida
«Patrícia Mamona conquistou esta sexta-feira a medalha de prata do triplo-salto nos Campeonatos da Europa de Atletismo de Helsínquia, com um salto de 14,52 centímetros. A portuguesa só foi superada pela ucraniana Olga Saladuha, campeã mundial em título e europeia há dois anos.» [CM]
Parecer:
Será que Cavaco tem alguma camisola de atleta ou só terá camisolas n.º 1 de futebol?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se lhe conhece o nome.»
Grande Paulo Portas!
«Segundo um comunicado oficial do Palácio das Necessidades, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, realizou esta sexta-feira uma viagem-relâmpago de 24 horas a Astana, capital do Cazaquistão, para desbloquear as exportações para Rússia de carne nacional, que estavam dependentes de uma autorização de Moscovo e Minsk (capital da Bielorrússia), além da dos cazaques.
Os três países – Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão – fazem parte de uma união aduaneira, o que significa que o acesso a um destes mercados significa o acesso a todos: pelo contrário, existindo objecções por parte de um deles, isso é o suficiente para bloquear as exportações para todos.
Há vários anos que as autoridades portuguesas tentavam ultrapassar a falta de autorização de exportação por parte do Cazaquistão em relação à carne nacional. Depois de alguns anos de espera e de insistência de Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros concluiu agora o processo negocial, com as autoridades do Cazaquistão a credenciar 44 empresas portuguesas para poderem exportar não apenas para aquele país como para todo o mercado regional.» [CM]
Parecer:
Se não fosse Paulo Portas e Assunção Cristas o que seria dos agricultores portugueses?
O facto de Portugal deixar de estar impedido de entrar no mercado não quer dizer que consiga exportar superando a concorrência europeia que consegue preços muito melhores do que os portugueses. Este é um bom exemplo da arte de Paulo Portas, manipular a informação.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se uma estátua do par centrista junto à Ovibeja.»
A anedoda do dia
«O Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse hoje que era previsível um agravamento do défice orçamental no primeiro trimestre, situando-se agora nos 7,9% do PIB, comentando os dados divulgados hoje pelo INE.» [DN]
Parecer:
Com este governo tudo estava previsto e tudo está em linha com as rpevisões.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
É possível piratear os "drones"
«Os “drones” são aviões não tripulados e controlados à distância, muitas vezes a milhares de quilómetros, e têm sido usados sobretudo em teatros de guerra, como no conflito no Afeganistão. Um grupo de investigadores do Texas conseguiu agora provar que é possível piratear estes aparelhos e enganá-los através de uma técnica designada por “spoofing”.
Através desta técnica, o aparelho interpreta o sinal enviado por “hackers” como se fosse o dos satélites GPS, o que permite assumir o controlo do avião depois de o seu sistema informático ser “enganado”. O sistema GPS do aparelho recebe um sinal mais poderoso do que aquele que lhe é enviado pelos satélites, explicou à FOX News Todd Humphreys, professor do Laboratório de Radionavegação da Universidade do Texas.» [Público]