Foto Jumento
Flor da Quinta das Conchas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Mães d'água, Aqueduto das Águas Livres, Lisboa [A. Cabral]
Jumento do dia
Mário Nogueira
A Fenprof assinala o ano de governo num protesto contra os despedimentos e o corte dos subsídios. Há aqui qualquer coisa de errada, quem se lembra da forma desabrida como a Fenprof e Mário Nogueira lutaram para derrubar o governo, quem se recorda da forma como Mário Nogueira aceitou a avaliação de professores, quem viu Mário Nogueira quase elogiar o encerramento de pequenas escolas que tinha negado anteriormente, quem ainda não esqueceu a ida de Mário Nogueira à Madeira num claro apoio a Alberto João esperaria não um protesto mas uma festa de aniversário.
Se um dia Passos Coelho e Paulo Portas quiserem agradecer aos que os ajudaram a chegar ao poder irão reconhecer que à frente de todos está Mário Nogueira.
«Foi a forma escolhida pela Fenprof para assinalar um ano de Governo. Às 16h, junto à enorme bandeira nacional que se ergue no alto do Parque Eduardo VII, os professores - que foram chamados a vestir-se de preto - vão "mostrar ao mundo" a situação do desemprego em Portugal e, em particular, no sector docente.» [Expresso]
Europeu
Ironia do destino, se Portugal chegar à final do Europeu há uma grande probabilidade de se vir a defrontar com a Grécia ou com a Alemanha. Se ocorrer a final com a Grécia recordará a que perdemos em 2004, o mesmo sucede se enfrentarmos a Grécia pois tal como em 2004 vamos à final com a equipa que defrontámos e com que perdemos no primeiro jogo.
Se um dia Passos Coelho e Paulo Portas quiserem agradecer aos que os ajudaram a chegar ao poder irão reconhecer que à frente de todos está Mário Nogueira.
«Foi a forma escolhida pela Fenprof para assinalar um ano de Governo. Às 16h, junto à enorme bandeira nacional que se ergue no alto do Parque Eduardo VII, os professores - que foram chamados a vestir-se de preto - vão "mostrar ao mundo" a situação do desemprego em Portugal e, em particular, no sector docente.» [Expresso]
Europeu
Ironia do destino, se Portugal chegar à final do Europeu há uma grande probabilidade de se vir a defrontar com a Grécia ou com a Alemanha. Se ocorrer a final com a Grécia recordará a que perdemos em 2004, o mesmo sucede se enfrentarmos a Grécia pois tal como em 2004 vamos à final com a equipa que defrontámos e com que perdemos no primeiro jogo.
Artista de rua
Comboio na neve
Ovos & estatísticas
«Em países como Portugal, onde o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, as estatísticas trazem sempre boas notícias. Assim, os portugueses ficaram ontem a saber pelo INE que vivem num país onde o rendimento médio líquido (líquido!) das famílias é de 1984 euros por mês.
Muitos hão-de estar a matutar sobre quem lhes ficou com o que falta aos 1984 euros líquidos mensais que a sua família terá recebido entre Março de 2010 e Março de 2011, e esse é o lado bom das estatísticas: dão que pensar. É conhecido o dito segundo o qual, se alguém comeu dois ovos e outrem não comeu nenhum, para as estatísticas comeram ambos um. Infelizmente, a maioria dos portugueses apenas tem hoje para comer os ovos estatísticos de que se alimentam os discursos políticos, que passam quase sempre ao largo do facto de, por cada família a auferir, por exemplo, 19 840 euros mensais (já nem falo das que auferem 198 400), ter que haver dez outras a sobreviver com 198,4.
Os números do INE dão também uma ideia do que é a evasão fiscal entre nós: em 2009, enquanto os trabalhadores por conta de outrem ganharam em média 11 378 euros anuais, os profissionais liberais ganharam... 1593 (isto é, 132 miseráveis euros por mês). O meu coração sangra de comiseração: como é que os médicos, advogados, economistas, engenheiros, etc., que trabalham por conta própria conseguem pagar as rendas dos consultórios?» [JN]
Muitos hão-de estar a matutar sobre quem lhes ficou com o que falta aos 1984 euros líquidos mensais que a sua família terá recebido entre Março de 2010 e Março de 2011, e esse é o lado bom das estatísticas: dão que pensar. É conhecido o dito segundo o qual, se alguém comeu dois ovos e outrem não comeu nenhum, para as estatísticas comeram ambos um. Infelizmente, a maioria dos portugueses apenas tem hoje para comer os ovos estatísticos de que se alimentam os discursos políticos, que passam quase sempre ao largo do facto de, por cada família a auferir, por exemplo, 19 840 euros mensais (já nem falo das que auferem 198 400), ter que haver dez outras a sobreviver com 198,4.
Os números do INE dão também uma ideia do que é a evasão fiscal entre nós: em 2009, enquanto os trabalhadores por conta de outrem ganharam em média 11 378 euros anuais, os profissionais liberais ganharam... 1593 (isto é, 132 miseráveis euros por mês). O meu coração sangra de comiseração: como é que os médicos, advogados, economistas, engenheiros, etc., que trabalham por conta própria conseguem pagar as rendas dos consultórios?» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
Editorial sobre decisão da ERC: Uma deliberação vazia
«Espanta pelo vazio o documento de deliberação que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social emitiu ontem. Em 50 páginas e depois de um mês de audições, reuniões e mais de dez pessoas ouvidas, a ERC não concluiu nada sobre a questão mais relevante.
Não sendo a ERC um tribunal, não se esperava do processo de averiguações encontrar provas irrefutáveis sobre este ou aquele facto, nem sequer concluir se a pressão do ministro Miguel Relvas sobre o PÚBLICO era ou não "ilícita" - como estranhamente a ERC anuncia no próprio título do documento. Para este jornal, o que esteve em causa foi sempre uma questão ética e não de legalidade. O inaceitável é que um membro de um governo eleito, para mais tratando-se de o responsável pela comunicação social no executivo, se tenha comportado desta forma.
Tratava-se sim de ouvir as pessoas envolvidas no grave episódio do telefonema do ministro e formar uma convicção. Era sobre isso que se esperava uma deliberação da ERC. Alguém imagina que o PÚBLICO ia inventar uma coisa destas? O que concluiu a entidade reguladora sobre isto? Não se consegue perceber.
A ERC dá como provado que o ministro Miguel Relvas estava "visivelmente irritado" quando telefonou à editora de Política do PÚBLICO e conclui que a "actuação" do número dois do Governo de Passos Coelho "poderá ser objecto de um juízo negativo no plano ético e institucional". E pouco mais.
Ao optar por fazer uma divisão entre o que se dá por provado e não provado, e ao dar por provado apenas aquilo onde existe uma absoluta coincidência entre as partes, a ERC passa ao lado da única coisa que estava em causa - houve ou não uma pressão inaceitável do ministro Miguel Relvas sobre o PÚBLICO? Mantemos que sim, como de resto afirmamos desde que a questão se tornou pública.
Com este documento, a ERC tentou agradar a todos e revelou falta de coragem.
A estratégia da ERC de partir o telefonema do ministro Relvas em quatro partes - frase a frase - afasta a entidade da questão central. Não interessa analisar as frases do ministro de forma isolada. O que importa é a atitude, e o telefonema como um todo, e concluir-se que um ministro não pode fazer telefonemas deste teor para um jornal.
Escudando-se na ideia de não ter poderes legais para esclarecer as versões antagónicas das duas partes - e de facto não há uma gravação dos telefonemas -, a ERC foi incapaz de formular um juízo e, assim, absteve-se de emitir uma opinião sobre o que se passou. Ou seja, demitiu-se das suas funções públicas.» [Público]
Não sendo a ERC um tribunal, não se esperava do processo de averiguações encontrar provas irrefutáveis sobre este ou aquele facto, nem sequer concluir se a pressão do ministro Miguel Relvas sobre o PÚBLICO era ou não "ilícita" - como estranhamente a ERC anuncia no próprio título do documento. Para este jornal, o que esteve em causa foi sempre uma questão ética e não de legalidade. O inaceitável é que um membro de um governo eleito, para mais tratando-se de o responsável pela comunicação social no executivo, se tenha comportado desta forma.
Tratava-se sim de ouvir as pessoas envolvidas no grave episódio do telefonema do ministro e formar uma convicção. Era sobre isso que se esperava uma deliberação da ERC. Alguém imagina que o PÚBLICO ia inventar uma coisa destas? O que concluiu a entidade reguladora sobre isto? Não se consegue perceber.
A ERC dá como provado que o ministro Miguel Relvas estava "visivelmente irritado" quando telefonou à editora de Política do PÚBLICO e conclui que a "actuação" do número dois do Governo de Passos Coelho "poderá ser objecto de um juízo negativo no plano ético e institucional". E pouco mais.
Ao optar por fazer uma divisão entre o que se dá por provado e não provado, e ao dar por provado apenas aquilo onde existe uma absoluta coincidência entre as partes, a ERC passa ao lado da única coisa que estava em causa - houve ou não uma pressão inaceitável do ministro Miguel Relvas sobre o PÚBLICO? Mantemos que sim, como de resto afirmamos desde que a questão se tornou pública.
Com este documento, a ERC tentou agradar a todos e revelou falta de coragem.
A estratégia da ERC de partir o telefonema do ministro Relvas em quatro partes - frase a frase - afasta a entidade da questão central. Não interessa analisar as frases do ministro de forma isolada. O que importa é a atitude, e o telefonema como um todo, e concluir-se que um ministro não pode fazer telefonemas deste teor para um jornal.
Escudando-se na ideia de não ter poderes legais para esclarecer as versões antagónicas das duas partes - e de facto não há uma gravação dos telefonemas -, a ERC foi incapaz de formular um juízo e, assim, absteve-se de emitir uma opinião sobre o que se passou. Ou seja, demitiu-se das suas funções públicas.» [Público]
Autor:
Jornal Público.
Relvas perdeu a vontade de ir ao parlamento
«O anúncio foi feito pela deputada Francisca Almeida, na sequência de um pedido do PS para novos esclarecimentos do ministro adjunto sobre o conflito que o opôs ao jornal Público.
"O PSD votará contra o requerimento do PS" para ouvir o ministro Miguel Relvas, no caso das alegadas ameaças ao jornal Público e à jornalista Maria José Oliveira, disse a deputada, hoje, no Parlamento.» [DN]
"O PSD votará contra o requerimento do PS" para ouvir o ministro Miguel Relvas, no caso das alegadas ameaças ao jornal Público e à jornalista Maria José Oliveira, disse a deputada, hoje, no Parlamento.» [DN]
Parecer:
Estranho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se a Miguel relvas que quem não deve não teme.»
Até tu Berlusconi
«Sílvio Berlusconi não está calado. Na sua página no Facebook colocou um comentário: "A Alemanha deve convencer-se de que o BCE (Banco Central Europeu) deve aceitar prestar garantias à banca e comprar títulos (soberanos) e emitir euros. Se a Alemanha não o fizer, pode colocar-se a hipótese de Berlim sair do euro. Conversei com alguns especialistas alemães que seriam favoráveis". Noutro comentário a seguir acrescentou: "Não é uma blasfémia sair do euro".» [Expresso]
Parecer:
Um dia destes restam apenas a Alemanha e o Gaspar a defender este euro gerador de miséria e injustiça.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Sindicato dos Impostos dá cursos de ninja
«Por isso mesmo, trabalhar no fisco passou a ser uma profissão de alto risco. Mais de 50 mil funcionários públicos com ordenados penhorados em Abril e cerca de 2500 imóveis na lista de venda electrónica de bens das Finanças levaram o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos a organizar cursos de formação em defesa pessoal (incluindo manuseamento de armas de fogo) para sócios e não sócios. A medida de emergência procura fazer frente à agressividade e ao desespero de quem vê o fisco penhorar salários, carros, casas e outros bens.» [i]
Parecer:
Ridículo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Espanha já paga acima dos 6%
«O leilão de dívida de longo prazo realizado esta manhã por Espanha fica marcado por uma subida pronunciada dos juros e pela emissão de mais dinheiro do que estava inicialmente previsto.
Na emissão de dívida com maturidade em 2017 a Espanha pagou uma “yield” de 6,072%. Colocou 602 milhões de euros, sendo que a “yield” paga compara com os 4,96% verificados numa emissão similar registada no mês passado. A procura superou a oferta em 3,44 vezes, o que representa um reforço na procura dos investidores por dívida espanhola.
Nas outras emissões realizadas hoje, Espanha colocou 700 milhões de euros em divida com maturidade em 2014m tendo pago um juro de 4,706%, mais do dobro da “yield” do leilão realizado em Março (2,069%). Nas obrigações com prazo em 2015 Espanha colocou 918 milhões de euros, com uma “yield” de 5,547%.» [Jornal de Negócios]
Na emissão de dívida com maturidade em 2017 a Espanha pagou uma “yield” de 6,072%. Colocou 602 milhões de euros, sendo que a “yield” paga compara com os 4,96% verificados numa emissão similar registada no mês passado. A procura superou a oferta em 3,44 vezes, o que representa um reforço na procura dos investidores por dívida espanhola.
Nas outras emissões realizadas hoje, Espanha colocou 700 milhões de euros em divida com maturidade em 2014m tendo pago um juro de 4,706%, mais do dobro da “yield” do leilão realizado em Março (2,069%). Nas obrigações com prazo em 2015 Espanha colocou 918 milhões de euros, com uma “yield” de 5,547%.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Isto significa que a dívida se tornará insustentável e que a Espanha vai pedir um resgate mais cedo do que muitos apostam.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Inocente dizia o amigo
«A Procuradoria Geral da República comunicou à comissão de inquérito sobre o Banco Português de Negócios que estão a correr processos crime contra os ex-dirigentes sociais-democratas Dias Loureiro, Duarte Lima e Arlindo de Carvalho.» [DN]
Parecer:
Enfim, passou de inocente a presumível inocente
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento aos amigos da Quinta da Coelha.»