Há menos de um mês o país vivia um dos seus momentos oásis, éramos
melhores do que os gregos, a Merkel estava quase apaixonada pelo Passos Coelho,
o Gasparoika dava um excelente presidente do Eurogrupo se não foi cidadão de um
país de caloteiros, as receitas fiscais estavam em linha com as previsões, as
exortações eram o símbolo do sucesso de reformas estruturais como a gorjeta de
50 mil para o Professor Pentelho, Portugal era o modelo de sucesso da estratégia
económica do empobrecimento forçado de parte dos cidadãos de um país.
De um dia para o outro o discurso mudou, só o tresloucado
Portas escreveu aos seus apoiantes prometendo o paraíso em 2013. Já ninguém
acredita no sucesso da política brutal decidida e implementada pela dupla
formada pelo Gasparoika e por Passos Coelho, o país caminha a passo rápido para
a ruína e par um segundo resgate, chega a ser humilhante ver o mesmo Cavaco que
há um mês prometia criação de emprego e crescimento já no segundo semestre (a
partir de amanhã) vir agora pedir à troika que nos recompense porque fomos mais
mansos e graxistas do que os gregos
As experiências do Gasparoika falhou, o modesto economista
sem provas dadas, que revela uma total insensibilidade social e que não tem as
mais pequenas aptidões em domínios como a modernização do Estado ou a política
fiscal conduziu o país a uma situação bem pior do que aquela que o levou ao
resgate. Portugal deve mais, os cofres estão mais vazios, a despesa pública
aumentou, o fisco está desorganizado, o combate à evasão fiscal é um falhanço.
Em suma, Vítor Gaspar revelou-se um incompetente e quanto
mais tempo este incompetente mandar nas Finanças, no primeiro-ministro e no
governo mais portugueses serão lançados no desemprego e na miséria, mais
empresas encerrarão, maior será a dívida do país. A receita de Vítor Gaspar
falhou porque como aqui se escreveu numerosas vezes não passa de uma
pinochetada económica, é uma solução que teve sucesso nos anos setenta e
apoiada numa ditadura brutal, em democracia, numa economia aberta e num
contexto de crise internacional estava condenada ao fracasso.
O país não acredita em Gaspares e Relvas, precisa de uma
verdadeira diplomacia e não uma brincadeira quase infantil, carece de ministros
que saibam e não de betinhas que chegam a minhas graças a uma quota e porque se
destacaram em lutas de sacristia contra o aborto, é urgente uma reforma séria
na justiça e não a sua transformação em jogos de poder. A situação do país é demasiado séria para brincadeiras, isto não é uma associação de estudantes do ensino básico.
Ou Passos Coelho se deixa de brincadeiras, demite os
incompetentes que arranjou, dispensa os assessores da treta e governa a sério,
se é que é capaz de tal coisa, ou então que se demita e ceda o lugar a outra
personalidade do PSD. O país já não acredita nesta política e começa a
ficar-nos mal em termos internacionais esta transformação de um país digno e
soberano numa pandilha de gente graxista e de baixo nível.