Dantes os governos costumavam assinalar as suas efemérides
enviando ministros e secretários de Estado para as principais cidades, era
habitual ver o ministro das Finanças, o ministro da Economia costumava andar
por cá. Agora o governo assinara as suas efemérides em fortes e palácios e
agenda conferências de imprensa encenadas, os ministros andam escondidos, só
aparecem em sessões coreografadas, só falam em entrevistas combinadas.
O caso extremo desta cobardia política é o de Paulo Portas,
quem o ouve nas raras aparições públicas pensa que é um gestor do paraíso, só
aparece quando tudo está calmo, roubou ao Álvaro o lado bom do ministério da
economia, os beberetes e inaugurações de investidores estrangeiros, os seus
ministros são uns totós incompetentes mas têm as pastas do populismo.
Se quisermos saber do Álvaro teremos de ler o Diário Económico,
o jornal da Ongoing que parece ter adoptado o ministro da Economia, Para
sabermos da ministra da Justiça teremos de nos informarmos sobre qual o palco
onde se poderá falar mal ou perseguir os advogados, principalmente os menos
poderosos. Os ministros da Defesa e da Administração Interna tornaram-se
transparentes logo que tomaram posse. A ministra da Agricultura esgotou os seus
projectos com o regulamento do fardamento do pessoal do ministério.
Veja-se o caso do Gaspar, com os seus trejeitos e conversa
ao ralenti o desconhecido e modesto economista tornou-se numa vedeta da
comunicação, até explicava as declarações do primeiro-ministro. Agora desapareceu,
não dá a cara para assumir as consequências das suas opções, não reconhece que
os seus excessos são responsáveis por muita miséria desnecessária. Menos sorte
tem o Miguel Relvas, a luta pelo segundo lugar no governo e os excessos na
relação com os jornalistas incómodos obrigam-no a assumir o papel de estrela,
desdobra-se em discursos e presenças na comunicação social, apesar de ser um
cadáver político em adiantado estado de decomposição tenta ignorar a realidade
e evitar o enterro.
No meio de toda esta cobardia governamental eis que Cavaco
Silva o pai espiritual desta direita dá a cara às pedradas, é ele que aparece
em cerimónias públicas, que participa nas inaugurações com populaça, que se
sujeita a ouvir as vaias por causa das políticas governamentais. Para se poupar
este governo de cobardolas descobriu no idoso Cavaco as costas atrás das quais
se estão a esconder, Cavaco Silva é o pára-choques de um governo formado por
gente medrosa.