quarta-feira, junho 13, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Papoila, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Navio Escola Sagres [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Miguel Relvas

Enredado na teoria de relações do agente secreto e acusado de fazer chantagem reles a uma jornalista do Público o ministro dos Assuntos Parlamentares não se cansa de se desdobrar em iniciativas que promovam a sua imagem numa tentativa de ressuscitar aquele que já é um cadáver político.

Aproveitando-se de forma oportunista do problema do desemprego jovem anda a multiplicar as oportunidade mediáticas do programa "impulso jovem" para dar nas vistas com o seu sorriso pimba. Este programa deveria mudar de nome e passar a chamar-se "impulso Relvas" pois mais do que criar empregos visa salvar o emprego do próprio Miguel Relvas.

«O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, vai hoje ao Parlamento apresentar aos deputados as principais linhas do 'Impulso Jovem', um programa de combate ao desemprego aprovado na semana passada em Conselho de Ministros.


O Conselho de Ministros aprovou na quarta-feira passada o programa Impulso Jovem, que possui um fundo superior a 344 milhões de euros e que cobre um universo de 90 mil jovens, dando prioridade às chamadas regiões de convergência (Norte, Centro e Alentejo).» [DN]
     
 

Se a educação estava mal, irá piorar mais

«Criou-se um mito entre a maioria dos que têm o privilégio de, como eu, debitar opiniões nos jor-nais, enraizado como dogma indiscutível, que se sintetiza assim: o sistema de educação em Portugal não funciona.
  
Os mesmos que escrevem isto têm, geralmente, outras verdades na cabeça: o sistema público não presta porque há laxismo entre os professores, porque há excesso de gastos, porque há reformas a mais, porque há um domínio do chamado "eduquês" - comandado pelo funcionalismo do Ministério da Educação - que ridiculariza os programas e os currículos escolares, porque há excesso de carreirismo e poucas vocações entre quem ensina, porque há corporativismo a mais na classe docente.
  
Na sequência lógica deste pensamento surge o aplauso incondicional a todas as medidas, vindas de qualquer ministro, que vagamente cheirem a "meter os professores na ordem", "virar o ensino para o que realmente interessa (e o que interessa, segundo esta visão, é a Língua Portuguesa, a História, a Matemática e pouco mais), "poupar recursos" ou "acabar com a força excessiva dos sindicatos".
  
Nenhuma destas almas acha contraditório escrever também, a propósito da crise financeira e económica que estamos a viver e do desemprego jovem a ela associada, este novo lugar-comum da opinão publicada: "Estamos a mandar para a miséria a geração mais bem preparada de sempre." Quem preparou tão bem estes jovens? Não foi o sistema de ensino que tanto condenam?...
  
O ministro Nuno Crato anunciou mudanças profundas para o ano letivo que vem, que foram imediatamente aplaudidas por vários escribas meus colegas. Eu olho para aquilo e só vejo um processo de mandar para o desemprego 18 a 20 mil professores, coisa que me parece, no mínimo, perigosa.
  
Olho para aquilo e vejo um desastre em potência com a criação de um número ainda indeterminado de mega-agrupamentos, para centralizar a gestão de várias escolas num único órgão dirigente, o que, aposto, só vai aumentar o descontrolo e a ineficácia.
  
Olho para aquilo e vejo turmas com 26 alunos no primeiro ciclo e 30 nos outros anos e tenho a certeza (e não, não preciso ser um pedagogo para ter razão) de que ninguém consegue ensinar em condições com tanta gente numa sala.
  
Muitos dos defeitos apontados atrás são incontestáveis, mas o sistema público de ensino prepara maior número de jovens, durante mais tempo e melhor do que conseguia quando eu fui estudante ou quando o meu pai estudou. São anos-luz de diferença. O que Nuno Crato apresenta é, na prática, andar para trás no tempo.» [DN]

Autor:

Pedro Tadeu.
  
O que anda Miguel Relvas a tramar?

«1. Eis que Miguel Relvas lá decidiu comunicar aos portugueses (finalmente!) uma palavrinha sobre o seu futuro no executivo de Passos Coelho. Para dizer o quê? Que finalmente adquiriu algum sentido de Estado e está disposto a sacrificar o seu interesse pessoal em benefício do interesse de Portugal? Que finalmente tomará uma atitude digna e respeitável e decide abandonar o Governo pelo seu próprio pé? Não, nada disso. Tais decisões não seriam compagináveis com o perfil político de Miguel Relvas: o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares limitou-se a dizer que continuará no Governo - e ainda mais forte. Passo Coelho aceita e até defende-o acerrimamente: o Governo vai pagar caro, muito caro, por transportar alguém que está completamente descredibilizado aos olhos dos portugueses. E não é um Ministro qualquer: é tão somente a sombra de Passos Coelho (aliás, oficiosamente, o que sucede é o inverso: Passos Coelho é que é uma sombra de Miguel Relvas!). O Governo Passos Coelho só terá duas soluções possíveis: ou livra-se de Miguel Relvas já e confere um ar de desassombro e confiança; ou então, Passos Coelho cairá com Miguel Relvas. Não tenham dúvidas: já o disse e reitero aqui que Passos Coelho tem medo de Miguel Relvas.
  
Dito isto, como tem sido a vida de Miguel Relvas desde a revelação do escândalo em que está envolvido? Por estranho que pareça, tem sido de uma serenidade bizarra face à gravidade do escândalo e dos interesses envolvidos. No que concerne ao PSD, a reacção foi a esperada e normal, dentro da anormalidade em que o nosso sistema partidário se instalou. Tenho a certeza que pessoas inteligentes, como Jorge Moreira da Silva, estão muito incomodadas com o episódio das secretas em que Relvas está envolvido: mas, mesmo assim, aceitam dar a cara para defender o ministro - só porque pertencem ao mesmo partido. Muitos e muitos militantes do PSD me confidenciaram este fim-de-semana que consideram que Miguel Relvas não tem perfil, nem substrato intelectual ou profissional para integrar o Governo - mas não o podem afirmar publicamente, porque, apesar de tudo, o Miguel Relvas ainda manda no partido, manda no país (" o Passos não manda nada", eis o sentimento geral do povo português) e sabe-se lá mais no quê -logo, mais vale aguentar Miguel Relvas do que reconhecer a sua fragilidade. O CDS, naturalmente, não foi tão convicto na defesa, nem tão crítico quanto idealmente deveria ser, mas, honra lhe seja feita, não embarcou na defesa irracional do Ministro.
  
Posto isto, convém centrar a nossa atenção na questão mais pertinente face aos dados actuais do problema: o que fará Miguel Relvas agora, face à confirmação das suspeitas dos portugueses face à sua falta de independência para exercer o cargo? Vejamos.
  
Ora, Miguel Relvas irá resguardar-se, aparecendo o mínimo possível, só surgindo em aparições públicas e apresentações que se insiram no âmbito de actividades ou funções do seu Ministério. Apenas e só! Nem mais, nem menos. Com que intuito? Desde logo, tornar um escudo protector que salvaguarde Relvas de responder a perguntas incómodas dos jornalistas; em segundo lugar, para tentar mostrar aos portugueses que enquanto uns criticam, especulam, outros (como ele) trabalham. No fundo, quer mostrar aos portugueses que apenas está no Governo para servir o interesse público. O problema é que este comportamento de Miguel Relvas faz lembrar as pessoas em estado de coma grave: por muito miserável, desprezível que essa pessoa tivesse sido durante a sua vida, tentará fazer as pazes e desculpar-se pelos seus erros quando a morte se avizinha. Mas, depois, uma vez recuperada, volta a ser a mesma pessoa desprezível. Não tenhamos dúvidas: Miguel Relvas, daqui a uns meses, vai julgar que os portugueses já esqueceram os seus casos e voltará com aquele sorriso hipócrita e sinistro de sempre. Porque esse é o verdadeiro Miguel Relvas. Entretanto, não se admirem que haja!
  
O problema de tudo isto é que Miguel Relvas de é o responsável pela comunicação do Governo. Ora, num momento, em que Passos Coelho e restantes membros têm de explicar as políticas de várias áreas de governação , Passos vai arrepender-se - e muito - de o manter.» [Expresso]

Autor:

João Lemos Esteves.
     

Em busca da solução para a crise do Euro?

«O conselho diretivo do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla inglesa) aprovou a construção daquele que será o maior telescópio do mundo, com um espelho de 39,3 metros de diâmetro e com resolução tão apurada que permitirá observar planetas rochosos no exterior do nosso sistema solar. A máquina será construída no Chile, terá custo superior a mil milhões de euros e deve estar operacional em 2022.» [DN]
    
França inventa o conceito de chinfrudo político

«A informação está a abrir noticiários e a ser destacada pelos jornais. O vespertino "Le Monde" cita um conselheiro do Presidente François Hollande, dizendo: "Esperava crises governamentais, mas não crises conjugais, é alucinante".
  
A discórdia no seio do casal presidencial francês acentua a tensão num círculo eleitoral de La Rochelle, na costa ocidental francesa, onde a ex-candidata ao Eliseu, Ségolène Royal, ex-companheira do atual Presidente François Hollande, e mãe dos seus quatro filhos, se encontra em grandes dificuldades para a segunda volta das legislativas, no próximo domingo.
  
Ségolène Royal enfrenta, em La Rochellle, Olivier Falorni, um candidato socialista dissidente e dirigente do PS local. Mas, embora ela tenha chegado à sua frente, com três pontos de avanço na primeira volta, poderá perder, segundo os analistas, no próximo domingo, dia do escrutínio decisivo - dirigentes da direita, cujo candidato foi eliminado na localidade, já disseram que apelam ao voto em Falorni "contra a paraquedista". » [Expresso]

Parecer:

O sistema eleitoral francês no seu melhor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
Este jogo promete

«Para deixar as coisas em pratos limpos e seguir em frente, Paulo Bento disse alto e bom som: "O Hélder joga." E porquê? Porque "o Hélder" Postiga mantém a confiança do treinador; porque "o Hélder" Postiga nunca "traiu nenhum dos três motivos" impostos pelo treinador; e porque o "Hélder" Postiga cumpre o que lhe é pedido, pressiona e defende. Portanto, no Portugal-Dinamarca (amanhã, 17h de Lisboa), será o clássico 'Postiga e mais dez'» [Expresso]

Parecer:

Pela forma como o treinador de juniores do SCP fala parece que é um treinador cheio de títulos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e aposte-se numa vitória dinamarquesa.»
  
Professores já perceberam o que lhes vai suceder

«Milhares de professores contratados estão a mobilizar-se pelo Facebook para avançar com uma acção judicial contra o Ministério da Educação e Ciência (MEC) exigindo a vinculação nos quadros de todos os docentes com pelo menos três anos de serviço.
  
Criado anteontem, o Movimento pela Vinculação dos Professores Contratados somou em poucas horas mais de 5500 membros e os seus dinamizadores querem promover encontros distritais susceptíveis de angariar apoiantes a uma acção judicial que visa conseguir "o cumprimento da lei vigente", de forma a que os docentes contratados "deixem de ser as cobaias deste sistema perverso" – o tal que permite que milhares de docentes exerçam funções anos a fio enquadrados por sucessivos contratos a termo.» [Público]

Parecer:

Fizeram tudo para que o PSD fosse governo e agora estão com saudades da Lurdinhas, parece que a simplificação da avaliação do PSD significa a dispensa de avaliação aos muitos professores que vão ser despedidos.

Os professores contratados foram carne para canhão dos professores do quadro e do sindicato do Mário Nogueira. Veremos agora se vão ter a solidariedade dos colegas, veremos se lutam contra o desemprego dos colegas como estes lutaram contra a avaliação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
Relvas está a ficatr mais famoso do que o Gaspar

«Miguel Relvas foi o ministro mais referido nas redes sociais durante o mês de Maio. De acordo com as conclusões do Barómetro Social Media Portugal, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares ultrapassou Vitor Gaspar e foi o mais falado pelos utilizadores depois da polémica das alegadas pressões a uma jornalista do Público.» [Sol]

Parecer:

Qual deles será o pior?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Venha o diabo e escolha.»