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Jumento do dia
Henrique Raposo
Costumo ler e por vezes reproduzir as crónicas de Henrique Raposo no Expresso online, muitas vezes discordo e poucas concordo, mas ainda bem que assim é já que as diferenças de opções são igualmente grandes.
Quando reparo que o título da crónica é "Uma discussão séria sobre o desemprego" a tentação de a ler é inevitável pois anda por aí muita mentira quer sobre as causas, quer sobre a redução. Quando se começa por falar em demagogia o interesse aumenta, até aí estou de acordo, falta um estudo sério sobre o fenómeno. Mas a desilusão é grande, o fenómeno do desemprego é usado apenas para de uma forma demagógica atacar alguns dos que dizem estar preocupados com o problema e que na opinião do Henrique Raposo perderam tal direito por terem opções políticas para ele condenáveis.
Reduzir o desemprego à crise no sector das obras públicas para melhor o usar como tijolo de arremesso é demagogia e falta de respeito pelos próprio desempregados. Há muito mais desempregados para além dos do sector das obras públicas, assim como há muito mais construção para além deste sector. Parece que o Henrique Raposo acha que esta crise é benéfica para a sociedade, funciona como os incêndios na savana, mata os parasitas e cria condições para que o capim volte a nascer verdejante. Não é mais do que uma nova abordagem da teoria da grande oportunidade de mudança de vida.
Só que o fenómeno é demasiado complexo para abordagens demagógicas, pouco importando em que direcção política está sendo atirado o tijolo. Acusar os outros de demagogia para iludir a demagogia dos nossos argumentos é uma velha estratégia dos demagogos. Nesta coluna Henrique Raposo nem foi sério, nem promoveu uma discussão séria sobre o desemprego, usou o desemprego para andar à pedrada.
«A demagogia em relação ao desemprego está forte. Há muita gente a fazer carreira com o suspiro "espelho meu, espelho meu, há alguém mais preocupado com o desemprego do que eu?". Sobem para o palanque da indignação, choram os números do desemprego e, claro, lançam chamas sobre a "insensibilidade social" da AD. Mas só uma pergunta: queriam que a AD continuasse a fazer as obras públicas do dr. Paulo Campos? É que os atuais números do desemprego estão relacionados com o sector da construção civil, que, graças ao Altíssimo, deixou de ter obras e mais obras para fazer. Contra mim falo , mas volto a dizer que qualquer discussão séria sobre o desemprego tem de partir de uma resposta à seguinte questão: o fim da hegemonia da construção civil na nossa economia é ou não uma coisa positiva? Eu acho que é muito positiva, porque não podíamos continuar a emitir dívida (pública e privada) para construir mais casas, mais auto-estradas, mais heliportos, mais aeroportos. Contra mim falo , mas a manutenção daquele ritmo de construção era impossível, e quem chora de forma demagógica os números do desemprego que resultam deste ocaso da construção tem de responder à seguinte pergunta: mas afinal queriam continuar com as PPP? Mas então não queriam parar a orgia de cimento que tanto agradava ao dr. Alberto João? E um raciocínio parecido pode ser aplicado a outros sectores atingidos pelo desemprego, como, por exemplo, a restauração ou da venda de carros.
Nós não poupávamos. Durante anos e anos, a lógica foi chapa ganha, chapa gasta. Isso é visível no nosso parque automóvel (um amigo holandês diz que o parque automóvel português devia ser o holandês e vice-versa) e no hábito de almoçarmos fora todos os dias (outro pormenor que faz impressão a povos com mais dinheiro). Como se sabe, estes dois fenómenos estão em retrocesso, porque os portugueses perceberam que é preciso poupar. Há menos carros vendidos e menos gente nos restaurantes, mas há mais contas poupança nos bancos . Nós tínhamos de acabar com a dependência em relação ao crédito externo, algo que só era possível com mais poupança e menos consumo. Sim, isto gera desemprego dramático em alguns sectores, mas a alternativa era pior. A alternativa era continuar a viver como se nada tivesse acontecido, como se o país não tivesse entrado em bancarrota. Em 2012, Portugal estaria pior se tivesse continuado na política do cimento e se o ritmo de consumo não tivesse diminuído; o desemprego não estaria tão alto, mas estaríamos a cavar ainda mais fundo a nossa cova. Mas, claro, este debate é impossível no nosso espaço público. Não vão faltar pessoas a dizer que "este tipo é tão fascista que até quer o desemprego da própria família" . Somos assim, de demagogia em demagogia até à troika final.» [Expresso]
Quando reparo que o título da crónica é "Uma discussão séria sobre o desemprego" a tentação de a ler é inevitável pois anda por aí muita mentira quer sobre as causas, quer sobre a redução. Quando se começa por falar em demagogia o interesse aumenta, até aí estou de acordo, falta um estudo sério sobre o fenómeno. Mas a desilusão é grande, o fenómeno do desemprego é usado apenas para de uma forma demagógica atacar alguns dos que dizem estar preocupados com o problema e que na opinião do Henrique Raposo perderam tal direito por terem opções políticas para ele condenáveis.
Reduzir o desemprego à crise no sector das obras públicas para melhor o usar como tijolo de arremesso é demagogia e falta de respeito pelos próprio desempregados. Há muito mais desempregados para além dos do sector das obras públicas, assim como há muito mais construção para além deste sector. Parece que o Henrique Raposo acha que esta crise é benéfica para a sociedade, funciona como os incêndios na savana, mata os parasitas e cria condições para que o capim volte a nascer verdejante. Não é mais do que uma nova abordagem da teoria da grande oportunidade de mudança de vida.
Só que o fenómeno é demasiado complexo para abordagens demagógicas, pouco importando em que direcção política está sendo atirado o tijolo. Acusar os outros de demagogia para iludir a demagogia dos nossos argumentos é uma velha estratégia dos demagogos. Nesta coluna Henrique Raposo nem foi sério, nem promoveu uma discussão séria sobre o desemprego, usou o desemprego para andar à pedrada.
«A demagogia em relação ao desemprego está forte. Há muita gente a fazer carreira com o suspiro "espelho meu, espelho meu, há alguém mais preocupado com o desemprego do que eu?". Sobem para o palanque da indignação, choram os números do desemprego e, claro, lançam chamas sobre a "insensibilidade social" da AD. Mas só uma pergunta: queriam que a AD continuasse a fazer as obras públicas do dr. Paulo Campos? É que os atuais números do desemprego estão relacionados com o sector da construção civil, que, graças ao Altíssimo, deixou de ter obras e mais obras para fazer. Contra mim falo , mas volto a dizer que qualquer discussão séria sobre o desemprego tem de partir de uma resposta à seguinte questão: o fim da hegemonia da construção civil na nossa economia é ou não uma coisa positiva? Eu acho que é muito positiva, porque não podíamos continuar a emitir dívida (pública e privada) para construir mais casas, mais auto-estradas, mais heliportos, mais aeroportos. Contra mim falo , mas a manutenção daquele ritmo de construção era impossível, e quem chora de forma demagógica os números do desemprego que resultam deste ocaso da construção tem de responder à seguinte pergunta: mas afinal queriam continuar com as PPP? Mas então não queriam parar a orgia de cimento que tanto agradava ao dr. Alberto João? E um raciocínio parecido pode ser aplicado a outros sectores atingidos pelo desemprego, como, por exemplo, a restauração ou da venda de carros.
Nós não poupávamos. Durante anos e anos, a lógica foi chapa ganha, chapa gasta. Isso é visível no nosso parque automóvel (um amigo holandês diz que o parque automóvel português devia ser o holandês e vice-versa) e no hábito de almoçarmos fora todos os dias (outro pormenor que faz impressão a povos com mais dinheiro). Como se sabe, estes dois fenómenos estão em retrocesso, porque os portugueses perceberam que é preciso poupar. Há menos carros vendidos e menos gente nos restaurantes, mas há mais contas poupança nos bancos . Nós tínhamos de acabar com a dependência em relação ao crédito externo, algo que só era possível com mais poupança e menos consumo. Sim, isto gera desemprego dramático em alguns sectores, mas a alternativa era pior. A alternativa era continuar a viver como se nada tivesse acontecido, como se o país não tivesse entrado em bancarrota. Em 2012, Portugal estaria pior se tivesse continuado na política do cimento e se o ritmo de consumo não tivesse diminuído; o desemprego não estaria tão alto, mas estaríamos a cavar ainda mais fundo a nossa cova. Mas, claro, este debate é impossível no nosso espaço público. Não vão faltar pessoas a dizer que "este tipo é tão fascista que até quer o desemprego da própria família" . Somos assim, de demagogia em demagogia até à troika final.» [Expresso]
No Expresso: Secretas do princípio ao fim
Cavaco Silva fica calado perante o escândalo
«1.Não se trata de embirração ou má fé: trata-se apenas de uma constatação. Cavaco Silva, mais uma vez, anda desaparecido quando o país discute uma matéria de extrema sensibilidade como é o caso do Relvasgate. O episódio das escutas mancha a democracia portuguesa: é uma vergonha a todos os títulos, a todos os níveis, sob todos os prismas de análise. Impõe uma actuação veemente, acutilante e decisiva dos órgãos de soberania na defesa da constitucionalidade e da moralidade da República Portuguesa. Passos Coelho, chefe do Governo, já sabemos que se revelou um medricas em toda a linha, preferindo o caminho mais fácil de se colocar ao lado do seu amigo Miguel Relvas, mesmo sabendo das tropelias gritantes que cometeu. São opções: Passos Coelho sabe perfeitamente - como homem razoável e inteligente que deve ser - que Miguel Relvas será sempre um cadáver ambulante no Governo. Sabe que Miguel Relvas é capaz de tudo - e tudo lhe é permitido pelos seus pares políticos. Até brincar com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos apenas para aumentar a sua força negocial política e a pressão que exerce sobre os jornalistas - no fundo, em linguagem corrente, para chantagear adversários políticos e ameaçar jornalistas.
2. Mas se Passos Coelho optou por ser medricas face a Miguel Relvas e à Ongoing, Cavaco Silva deveria ter tido uma palavra muito crítica, censória, sobre a actuação do Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. É que Cavaco Silva jurou defender a Constituição da República Portuguesa, o que inclui - em grande linha - os direitos e as liberdades dos portugueses. Contra tudo e contra todos: mesmo contra camaradas de partido que insistem em encarar o Estado como uma "quinta privada" da qual podem dispor livremente. Impunemente. Cavaco Silva deveria ter apelado à reposição do bom senso e das práticas leais e correctas dos titulares de órgãos de soberania - especialmente do Governo - em tempos muito conturbados e complexos para Portugal. Cavaco Silva, na sua qualidade de mais alto magistrado da Nação, deveria ter-se revelado solidário e pedir desculpa, em nome de Portugal, aos que viram a sua vida privada devassada por figuras sinistras e insignificantes como Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas. Pois...porém, Cavaco Silva remeteu-se ao silêncio. Mais uma vez.
3.Dir-se-á que Cavaco Silva não se intromete em matérias que tenham que ver com escutas ilegais a cidadãos portugueses. Ora, é precisamente o contrário: Cavaco Silva é especialista na matéria. Recorde-se que foi Cavaco Silva que inventou a história das escutas a Belém, em que, supostamente, um assessor de José Sócrates (Rui Paulo Figueiredo) era um enorme coscuvilheiro que ouvia discretamente as conversas de Cavaco e outras figuras políticas. Era, no fundo, o espião secreto de Sócrates. Na altura, muitos do PSD ficaram indignados: um tipo que ouve conversas em cerimónias e jantares oficiais do Estado! Ui! Que tragédia! É o fim de Portugal! Agora, perante o escândalo de escutas, com recolha e armazenamento ilegal de dados pessoais de cidadãos portugueses, Cavaco Silva considera que é uma questão menor, que não merece o seu reparo público. O PSD, afinal, já não é tão sensível a escutas ilegais: comunica aos portugueses que se "considera tranquila" e apoia o Ministro. É até penoso ver uma pessoa inteligente e sensata como Jorge Moreira da Silva a prestar-se a esta papel lastimoso de defender o indefensável (Miguel Relvas) ...
4. Referi, há pouco, que o escândalo que envolve Miguel Relvas merecia um reparo de Cavaco. Devo confessar que julgo que um simples reparo não é suficiente. Miguel Relvas, ao brincar com dados pessoais dos portugueses, perdeu toda a sua (já pouca) credibilidade. Relvas violou princípios estruturantes da República Portuguesa: um Presidente da República forte teria de se impor face ao Primeiro-Ministro e exigir a demissão, rápida, de Miguel Relvas. Olhar para Miguel Relvas é olhar diariamente para os falhanços e os vícios da democracia portuguesa.» [Expresso]
2. Mas se Passos Coelho optou por ser medricas face a Miguel Relvas e à Ongoing, Cavaco Silva deveria ter tido uma palavra muito crítica, censória, sobre a actuação do Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. É que Cavaco Silva jurou defender a Constituição da República Portuguesa, o que inclui - em grande linha - os direitos e as liberdades dos portugueses. Contra tudo e contra todos: mesmo contra camaradas de partido que insistem em encarar o Estado como uma "quinta privada" da qual podem dispor livremente. Impunemente. Cavaco Silva deveria ter apelado à reposição do bom senso e das práticas leais e correctas dos titulares de órgãos de soberania - especialmente do Governo - em tempos muito conturbados e complexos para Portugal. Cavaco Silva, na sua qualidade de mais alto magistrado da Nação, deveria ter-se revelado solidário e pedir desculpa, em nome de Portugal, aos que viram a sua vida privada devassada por figuras sinistras e insignificantes como Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas. Pois...porém, Cavaco Silva remeteu-se ao silêncio. Mais uma vez.
3.Dir-se-á que Cavaco Silva não se intromete em matérias que tenham que ver com escutas ilegais a cidadãos portugueses. Ora, é precisamente o contrário: Cavaco Silva é especialista na matéria. Recorde-se que foi Cavaco Silva que inventou a história das escutas a Belém, em que, supostamente, um assessor de José Sócrates (Rui Paulo Figueiredo) era um enorme coscuvilheiro que ouvia discretamente as conversas de Cavaco e outras figuras políticas. Era, no fundo, o espião secreto de Sócrates. Na altura, muitos do PSD ficaram indignados: um tipo que ouve conversas em cerimónias e jantares oficiais do Estado! Ui! Que tragédia! É o fim de Portugal! Agora, perante o escândalo de escutas, com recolha e armazenamento ilegal de dados pessoais de cidadãos portugueses, Cavaco Silva considera que é uma questão menor, que não merece o seu reparo público. O PSD, afinal, já não é tão sensível a escutas ilegais: comunica aos portugueses que se "considera tranquila" e apoia o Ministro. É até penoso ver uma pessoa inteligente e sensata como Jorge Moreira da Silva a prestar-se a esta papel lastimoso de defender o indefensável (Miguel Relvas) ...
4. Referi, há pouco, que o escândalo que envolve Miguel Relvas merecia um reparo de Cavaco. Devo confessar que julgo que um simples reparo não é suficiente. Miguel Relvas, ao brincar com dados pessoais dos portugueses, perdeu toda a sua (já pouca) credibilidade. Relvas violou princípios estruturantes da República Portuguesa: um Presidente da República forte teria de se impor face ao Primeiro-Ministro e exigir a demissão, rápida, de Miguel Relvas. Olhar para Miguel Relvas é olhar diariamente para os falhanços e os vícios da democracia portuguesa.» [Expresso]
Autor:
João Lemos Esteves.
Sócrates terá assaltado algum banco
«O CM sabe que o antigo governante almoçou na passada sexta-feira no Hotel Aviz, em Lisboa, com um jornalista. O local, próximo da residência de Sócrates, no edifício Heron Castilho na rua Braamcamp, é uma escolha habitual quando se desloca a Lisboa. José Sócrates vai ficar mais um ano na capital francesa, onde mora com o filho desde que perdeu últimas eleições legislativas, em Junho de 2011. Sem depósitos a prazo, à ordem ou qualquer plano poupança reforma declarado, o ex--primeiro-ministro mantém uma vida de luxo em Paris, com despesas que ascendem facilmente aos 15 mil euros mensais, como noticiou o CM.» [CM]
Parecer:
Pela forma como o jornalista suscita a dúvida em relação aos recursos de José Sócrates até parece que o homem terá andado a assaltar bancos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Use-se a notícia para limpar o dito cujo.»
Tempos de crise
«Já foi vice-presidente do Parlamento. Narana Coissoró , 80 anos, ex-dirigente e ex-deputado do CDS, colocou ontem o seu apartamento T3 à venda no Monte do Estoril por 200 mil euros, no Facebook: "A crise bateu-me à porta".
Narana Coissoró ficará a viver na sua "quintinha do Monte Sinai", Caldas da Rainha. No Facebook, deixa ainda outros desabafos de desagrado: "Como não estou ligado a nenhum lóbi, nem obediência secreta, nem a grandes interesses económicos, poucos estão dispostos a ouvir os meus comentários [nos Media]". Mais, lembra que se dedicou à causa pública e não enveredou "por caminhos paralelos menos claros que deram a muitos um bom pé-de-meia". Em suma, confiou no Estado.» [CM]
Narana Coissoró ficará a viver na sua "quintinha do Monte Sinai", Caldas da Rainha. No Facebook, deixa ainda outros desabafos de desagrado: "Como não estou ligado a nenhum lóbi, nem obediência secreta, nem a grandes interesses económicos, poucos estão dispostos a ouvir os meus comentários [nos Media]". Mais, lembra que se dedicou à causa pública e não enveredou "por caminhos paralelos menos claros que deram a muitos um bom pé-de-meia". Em suma, confiou no Estado.» [CM]
Parecer:
Enfim, nem todos os militantes do CDS negoceiam em submarinos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
Sindicato dos Magistrados do MP acusado de saneamento
«"Foi uma conspiração silenciosa", disse, um dia depois de deixar o cargo de Procurador Distrital do Porto, acusando os elementos do sindicato de serem "parvos" e "estalinistas".
No que toca às denunciadas de falhas de segurança e higiene no edifício do DIAP do Porto, Pinto Nogueira acusou o Ministério da Justiça de "falta de interesse", sublinhando que "ninguém liga puto ao norte".» [DN]
No que toca às denunciadas de falhas de segurança e higiene no edifício do DIAP do Porto, Pinto Nogueira acusou o Ministério da Justiça de "falta de interesse", sublinhando que "ninguém liga puto ao norte".» [DN]
Parecer:
O sindicato dos magistrados do MP é tudo menos um sindicato.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste que nos é dado todos os dias pela justiça portuguesa.»
A troika ainda não percebeu o desemprego
«No comunicado onde dá conta da aprovação dada na quarta revisão ao programa português, a missão conjunta do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu sublinha desde logo que o "crescimento do desemprego requer a tomada de políticas decisivas", reconhecendo que este crescimento da taxa faz parte do ajustamento, mas está a ser exacerbado pela rigidez do mercado laboral.
"Desemprego temporariamente mais elevado faz parte da transição para uma economia mais orientada para as exportações, mas o seu crescimento tem sido exacerbado pela rigidez de longa data do mercado laboral de Portugal", destaca a 'troika' em comunicado. Apesar de reconhecer que a aprovação recentemente de modificações ao Código do Trabalho pode atenuar a perda de mais empregos e que a agenda de transformação estrutural e a crescente capacidade do sector exportador possa ajudar a recuperar emprego no médio termo, sublinha que o Governo tem de tomar mais medidas e algumas delas no curto prazo.» [DE]
"Desemprego temporariamente mais elevado faz parte da transição para uma economia mais orientada para as exportações, mas o seu crescimento tem sido exacerbado pela rigidez de longa data do mercado laboral de Portugal", destaca a 'troika' em comunicado. Apesar de reconhecer que a aprovação recentemente de modificações ao Código do Trabalho pode atenuar a perda de mais empregos e que a agenda de transformação estrutural e a crescente capacidade do sector exportador possa ajudar a recuperar emprego no médio termo, sublinha que o Governo tem de tomar mais medidas e algumas delas no curto prazo.» [DE]
Parecer:
A troika ainda não percebeu que este desemprego não resulta de encerramento de fábricas ou de grandes despedimentos colectivos, é o resultado da paralisação da construção civil e da destruição de milhares de pequenas empresas. Também não percebeu que o desemprego é bem maior do que o que indicam as estatísticas pois os dois sectores mais atingidos são precisamente aqueles que mais empregam gente à margem das regras, isto sem contar com o grande número de empregadas domésticas que foram dispensadas e que não aparecem nas estatísticas.
Além de não se perceber o fenómeno está-se a ignorar a sua dimensão, nesta época do ano costuma registar-se um aumento do emprego em resultado da sazonalidade de sectores como a agricultura e o turismo. Este ano nem esta sazonalidade contrariou a tendência para o despedimento, um sinal preocupante pois para além de significar que o despedimento continua pode significar igualmente uma quebra muito significativa no sector do turismo.
Começa a ser tempo de a troika fundamentar melhor as conclusões a que chegam.
Além de não se perceber o fenómeno está-se a ignorar a sua dimensão, nesta época do ano costuma registar-se um aumento do emprego em resultado da sazonalidade de sectores como a agricultura e o turismo. Este ano nem esta sazonalidade contrariou a tendência para o despedimento, um sinal preocupante pois para além de significar que o despedimento continua pode significar igualmente uma quebra muito significativa no sector do turismo.
Começa a ser tempo de a troika fundamentar melhor as conclusões a que chegam.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver onde isto vai dar.»