Tenho andado intrigado com o distanciamento entre o governo
e a seleccção nacional de futebol. Compreendo que com o João Pinto na Ucrânia não
é preciso gastar dinheiro com um Falcon mandando o Miguel Relvas, se alguém se
meter com a selecção portuguesa leva e como se sabe nos últimos tempos são mais
as que o Relvas leva do que as que o pobre diabo dá.
Ainda se poderia colocar a hipótese de mandar o Vítor Gaspar
para a Ucrânia, até porque só ele consegue explicar com clareza as opções do
Paulo Bento. A opção faria todo o sentido pois o Gaspar tem vindo a substituir
os seus colegas sempre que está em causa uma despesa. Mas para ministro das
finanças da Federação temos o Humberto Coelho que explicou o milagre financeiro
das despesas da bola com um brilhantismo bem maior do aquele com que o
Gasparoika explicou o desvio colossal que ele próprio inventou.
Há ainda a justificação maldosa, que o governo espera que as
coisas comecem a correr bem para que os ministros apareçam, até porque com a
crise financeira o governo só encontra razões para se deslocar tão longe a
partir dos quartos de final e apenas nos jogos realizados na Polónia. À Ucrânia
já o Portas disse que ninguém vai e na Polónia sempre há a possibilidade de o
Soares dos Santos fazer uma promoção de 50% na Biedronka e sempre se poupava
nas cervejas. Mas não, se há coisa que ninguém é neste governo é maldoso, são
todos uns santinhos e umas santinhas com o ar mais virginal deste mundo.
A explicação para a ausência governamental na cruzada
futebolística a terras do czar, agora que o imenso império já se rendeu à Nossa
Senhora de Fátima é outra. Passos Coelho não se identifica com os jogadores da
selecção, são demasiado piegas. Para Passos Coelho português que não tem avião
porque os tripulantes da TAP estão em greve faz-se à estrada e vai à boleia, se
os arrais dos cacilheiros faltaram para irem armar a Festa do Avante não há
nada mais saudável do que vir a nado de Cacilhas ao Cais Sodré.
Mas os nossos jogadores estão a revelar-se uns maricas,
aquilo que para o Passos Coelho se designa por piegas, ainda bem que o Humberto
Coelho nos garante que trabalham quase todos no estrangeiro, se assim não fosse
teríamos que passar a ver os jogos da terceira divisão pois com jogadores
piegas como estes a troika ainda se lembrava de acabar com a liga. Aquela gente
é tão piegas que quase choram nas entrevistas, o seleccionador farta-se de
gaguejar e escolhe os jogadores em função das críticas, jogador criticado é
jogador titular, para ganhar coragem.
Esperemos que de uma vez por todas os nossos jogadores sigam
os exemplos de gente como o João Pinto, o Sá Pinto ou o Miguel Relvas e deixem
de ser piegas, se for necessário bater na mãe para ganhar aos dinamarqueses então
que batam pois se for necessário o Passos Coelho até garante às progenitoras
que essas lambadas estavam no memorando. Mas façam o favor de se deixarem de
pieguices.
Ou deixam de ser piegas ou entra na próxima selecção de produtos portugueses que o Soares dos Santos vai vender a 50% e com a populaça a invadir do Pingo Doce ninguém consegue distinguir o Miguel Veloso de um bife do lombo.