Se algum estrangeiro distraído que esteja de passagem por Portugal e ouça falar do BPN é bem capaz de pensar que se trata da secção do PS da freguesia de São Sebastião da Pedreira pois pela forma como as direita portuguesa o aborda até se fica com a impressão que o Dias Loureiro era secretário-geral do PS, o oliveira e Costa o seu tesoureiro e accionistas da SLN como Cavaco Silva eram modestos militantes de base vítimas das acções desta nova Torralta.
Não, não houve nenhuma mega fraude em Portugal, o que sucedeu foi um desvario só possível porque Constâncio estava distraído, ninguém do PSD ganhou dinheiro fácil com acções, nenhum empresário falhado do cavaquismo conseguiu crédito fácil, nenhuma personalidade da direita ganhou um tostão ou esteve envolvido nesta vigarice. Se há culpas a atribuir não é aos gatunos, aos oportunistas que ganharam dinheiro fácil, aos corruptos que com perdões fiscais e outros golpes passaram de militantes tesos no congresso da Figueira da Foz a proeminentes banqueiros com direito a fotografia na revista do semanário Expresso.
Estes canalhas encheram-se, roubaram a té mais não, vigarizaram enquanto houve dinheiro, iam lançando o sistema financeiro no caos e agora são todos santos, apenas o Oliveira e Costa vai de vez em quando a um tribunal. Todos os outros são santos e um dele até teve direito a declaração presidencial de inocência. Aquilo a que o país tem assistido é bem pior do que uma mera luta partidária, é um verdadeiro nojo, com gente de grandes responsabilidades a perdoar e até elogiar criminosos e, como se isso não fosse suficientemente vergonhoso, ainda tentam enlamear o nome de quem não se lambuzou neste negócio.
Durão Barroso, um político que para chegar ao poder até teve direito a uma jantar de apoio da lúmpen burguesia do mundo do futebol, tinha como organizador dos seus congressos um tal Dias Loureiro, o homem que com Oliveira e Costa inventou o BPN. Mas Barroso já não se lembra de nada, apenas que Constâncio era governador do Banco de Portugal. Cavaco Silva declarou a confiança na inocência de Dias Loureiro e apenas encontrou sinais de má gestão nos gestores do banco já depois de nacionalizado.
Isto é como o compadre apanhado por uma rusga num bordel, uma das meninas era manicura, a outra cabeleireira, até que o pobre clientes teve de perguntar à polícia “querem ver que a puta sou eu?”.
Os marginais oriundos da classe operária recebe a designação de lúmpen proletária do na linguagem marxista-leninistas, por cá também temos uma lúmpen burguesia, uns cresceram nos bairros problemáticos, os outros nasceram nos congressos doa direita e, em especial, do PSD do cavaquismo.