segunda-feira, outubro 19, 2015

Portugal não é um bordel!

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O guião da direita para estas eleições estava escrito há muito tempo, promover a transferências de votos do PS para conseguir transformar uma derrota numa vitória, lançar a crise interna no maior partido da oposição viabilizando assim um governo minoritário da direita, lançar uma crise num momento oportuno para recuperar a maioria absoluta. 
  
Não admira a histeria as que se assiste na direita com acusações a António Costa de que está tentando salvar-se à custa da formação do governo. Estas acusações não são mais do que a desilusão perante o falhanço de uma estratégia em que se contava com o habitual apoio indirecto da esquerda conservadora.
  
É também por isso que uma direita que até aqui não se incomodava com o peso eleitoral do PCP e do BE descobre agora que esses partidos são uma presença do diabo na vida política. A Catarina Martins foi despromovida de vedeta eleitoral a inimiga da democracia, da NATO e da Europa e o PCP que dantes recebia conselhos eleitorais com base nas sondagens privadas da direita voltou a ser diabolizado, só não ressuscitaram o Vasco Gonçalves porque enquanto o processo do Rosário e do Alexandre durar o papel do general é atribuído a José Sócrates.
  
Mas a hora da verdade aproxima-se e todos os truques falharam, primeiro até ofereciam a Ferro Rodrigues o cargo de presidente da AR que não conseguiram oferecer a Fernando Nobre apesar de contarem com a maioria absoluta. Em vez de procurarem o consenso deixaram que fosse António Costa a encontrar umam solução estável e quando esta começou a desenhar-se aqui d’El Rei que fomos nós que ganhámos as eleições e fomos os escolhidos por Cavaco para tal tarefa. Pelo meio tenta-se promover cisões no PS e destruir a credibilidade política do líder do PS, tarefa que uniu a direita como nunca se via deste os tempos da candidatura presidencial de Freitas do Amaral. 
  
Perante o falhanço e a hora de Passos Coelho ir a Belém dizer ao “tio” que como combinado nada fez para encontrar uma solução estável que viabilize a nomeação de um primeiro-ministro que não seja um nado-morto, a direita tira da cartola o mais miserável dos coelhos, a oferta de tachos a troco da viabilização dos eu governo. O problema deixou de ser a pol´tica do governo, os compromissos internacionais ou a defesa da NATO, agora tudo se resume à ideia de que o que move a esquerda são tachos e Passos ate já oferece uns cargos governamentais a ao PS.
  
Depois de uma noite de alegria em que tinham ganho as eleições e certos de que Costa seria destruído e no seu lugar teriam um amaciador do PS disponível para uma massagem com o facilitador da PaF e passadas duas semanas de spin doctors eis que tudo se resume a uma questão de pote. Enquanto os assessores governamentais assaltam os tachos ainda disponíveis no aparelho de Estado o líder Passos Coelho tenta negocial com o líder da oposição como se o país fosse uma imensa casa de putas.